segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PROCURA-SE UMA ALTERNATIVA AO "SHOW DE TRUMAN" QUE A GLOBO NOS EMPURRA

Truman chega ao fim do "mar" e ao começo da vida

O filme "O show de Truman" de 1998, conta a história do próprio Truman, personagem vivido por Jim Carrey,  que tem sua vida mostrada ao vivo desde seu nascimento. Todos sabem, na cidade fictícia onde ele vive, pois todos são atores, menos ele. Seus pais, seu melhor amigo, sua esposa, todos representam seus respectivos papeis menos Truman por achar que aquela era realmente a realidade. Para encurtar a história, Truman depois de começar a desconfiar de certas "coincidências",  consegue chegar até o "mar", que na verdade é um estúdio e, a partir daí,  não só descobre a verdade como se liberta da prisão em que vivia no "projac" montado pela emissora da ficção. Na última cena do filme, ocorrida em um bar, quando percebem que Truman descobriu a verdade e que aquele programa perdeu a seu maior atrativo,  o dono do bar automaticamente desliga a televisão e os clientes, que estavam vidrados no programa , se voltam e começam a conversar. 

 Desde que começou,  semana passada,  a celeuma a respeito do BBB que o tema Rede Globo voltou à pauta. Aqui neste prosaico blog escreveu-se texto, nos blogs mais visitados textos foram escritos e naqueles blogs considerados "top" também foram encontrados conteúdos cujo  tema era a vênus prateada. Na maioria dos blogs ditos  progressistas e que pelejam nesta guerra para defender uma regulação para a mídia no Brasil e que ver,  na globo,  um grande impecilho para isso, o tema central dos textos era: o estupro não é o foco principal. O foco é o fato de uma emissora de televisão, que é uma concessão pública,  fazer (e mostrar) coisas que estarrecem a todos e não ser sequer molestada por isso. 

Pois bem. A partir daí comecei a observar que embora haja um indignação contra os fatos ocorrido no "reality",  as pessoas no meu entorno, pelo menos, continuam a assistir uma tal de griselda, continuaram a ver o tal do BBB e aqui na  minha cidade em todas as churrascarias há, no mínimo, dois telões de quarenta e duas polegadas, todos ligados na Globo de dia a noite.  É claro que existe muito milhares de pessoas, e nós entre elas,  que não assistem à tv dos Marinho. Mas temo que este número ainda não seja  tão grande , como relaçao aos que a assistem.

 Por que essa audiência persiste? Na minha modesta opinião, para aquelas  pessoas que buscam em um canal de televisão o tipo de entretenimento fornecido pela Globo,  e ao qual elas estão acostumadas, não há no Brasil uma outra alternativa. As concorrentes tentam mas não conseguem produzir programas e novelas  com a mesma qualidade (pelo menos aos olhos do público), com os mesmos atores e autores que a Vênus produz. Há tentativas aqui e ali. A Record está conseguindo vencer batalhas importantes na área do entretenimento e do jornalismo, mas não ainda o suficiente para desbancar a emissora em primeiro lugar. Não estou fazendo aqui apologias à qualidade dos programas da Globo nem estou dizendo que eles são bons, na verdade não assisto a mais nenhum faz tempo. Estou apenas dizendo que não foi ofertado ao cidadão  que, à noite, depois do jantar, se senta em frente à sua televisão nenhuma outra escolha, pelo menos  até agora, que faça com que ele, a partir dos padrões estabelecidos dentro de sua mente,  mude de canal . 

Tal qual no "Show de Truman" tão logo as pessoas percam o interesse por aquilo que lhes é empurrado todos os dias pela Rede Globo, (e isso só será conseguido, aqui, pela oferta de uma programação melhor ou igual, aos olhos daqueles que assistem) , os expectadores mudarão de canal ou simplesmente desligarão a televisão e irão cuidar de suas vidas. rezemos para que este dia chegue logo. 

The teacher. 

Leia aqui uma análise acadêmica sobre o  "O show de Truman",  aqui uma resenha do filme e assista aqui comentário do crítico de cinema Marcelo Janot sobre o dito cujo.

A NOTÍCIA QUE A VEJA NÃO GOSTARIA DE TER DADO.

Acostumada a só dar notícia ruim sobre o país, verdadeira ou inventada, a revista Veja agora teve que engolir seu ranço e reproduzir em seu caderno de economia na edição on line uma ótima notícia sobre o Brasil, publicada no Estadão e reproduzida abaixo

Economia

Brasil retira 10 milhões da pobreza em uma década

Número de pessoas na classe E cai de 17 milhões para 7 milhões, apontam pesquisas

Pela primeira vez, a classe E, a base da pirâmide social, representa menos de 1% dos 49 milhões de domicílios existentes no país. Isso significa que o número de brasileiros em situação de pobreza extrema teve uma drástica redução nos últimos dez anos, conforme apontam duas pesquisas de consultorias que usaram metodologias distintas. Em números exatos: 404.900, ou 0,8% dos lares, são hoje de classe E, segundo os cálculos do estudo IPC-Maps, feito pela IPC Marketing, consultoria especializada em avaliar o potencial de consumo. Em 1998, a classe E reunia 13% dos domicílios, indica o estudo baseado em dados do IBGE.
Marcos Pazzini, responsável pelo estudo, explica que os dados são atualizados segundo um modelo desenvolvido pela consultoria, que leva em conta a pesquisa do Ibope Mídia sobre a distribuição socioeconômica dos domicílios, projeções de crescimento da população e da economia, entre outros indicadores. Os lares são classificados segundo o Critério Brasil, da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), que leva em conta a posse de bens e o nível de escolaridade do chefe da família.
O Instituto Data Popular, especializado em baixa renda, vai na mesma direção. Em 2001, a classe E era 10% da população (17,3 milhões de pessoas) e, em 2011, tinha caído para 3,6% ou 7 milhões, segundo o estudo que divide a população pela renda mensal per capita - R$ 79 para a classe E. "Não dá para dizer que acabaram os pobres, mas diminuíram muito, e a condição social deles melhorou porque tiveram acesso a vários bens de consumo, o que antes era praticamente impossível", afirma Pazzini.
Segundo o sócio diretor do Data Popular, Renato Meirelles, a tendência das pesquisas é a mesma: uma forte redução do contingente de pobres. "Em dez anos, foram 10 milhões de pessoas a menos na classe E", observa, ponderando que a divergência entre a ordem de grandeza dos resultados pode ser decorrente do fato de muitas pessoas da classe E não terem domicílio.
As participações das classes E e D na estrutura social encolheram por causa da forte migração que houve entre 1998 e 2011. A fatia dos domicílios de classe D caiu quase pela metade no período, de 33,6% para 15,1%. Já os estratos C e B cresceram. Em 1998, 17,8% dos domicílios eram da classe B e, em 2011, representavam 30,6%.
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