sábado, 31 de julho de 2010

NOS ESTADOS UNIDOS, COMO NO BRASIL, O PROFESSOR É O CULPADO

O presidente americano Barack Obama volta a tocar em um ponto sensível nas discussões da sociedade americana. Ele insiste em criar forma de medir a performance dos professores. Isso tem criado debates apaixonados  e contestação por parte dos sindicatos ligados aos docentes, que alegam que não há maneiras precisas e confiáveis de medir este desempenho.Segundo texto publicado em 29 de julho no site theatlantic.com e publicado na íntegra em ingles abaixo uma das alegações é que não há uma política comum de educação nos EUA, o que há são tentativas diversas e modelos diferentes, o que contribui para o fracasso dos estudantes e do sistema como um todo. O mais interessante nessa discussão é que embora o Governo americano acene com melhores salários, melhores condições de trabalho para o professor, entre outras coisas, os sindicatos e até outros grupos de direitos civis alegam, que esta espécie de corrida ao topo, prejudica mais do que ajuda de maneira geral, e que sempre que os governos são obrigados a mostrar números melhores na educação a responsabilidade recai invariavelmente sobre os professores. 
Comentário do Brasil's news.  Como professor concordo com a última afirmação. Sempre que governos são obrigados a mostrar números melhores da educação os professores tornam-se alvos de políticas salariais nas quais tenta-se pagar melhor em troca de desempenho melhor. Primeiro não se trata apenas do salário. O desempenho do professor será melhor a medida em que ele tenha também condições melhores de trabalho: turmas menores, salas melhor equipadas, apoio social e psicológico para os alunos, principalmente os mais pobres e com problemas familiares, cursos de aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado mais acessíveis, laboratórios, bibliotecas, tecnologias. Estou falando aqui do professor da rede pública, evidentemente. Na rede privada de ensino os professores, em grande parte já tem esses elementos. Quando se faz concurso para médico, engenheiro, juiz, advogados oferece-se um bom salário, boas condições de trabalho e outras vantagens profissionais logo no edital de convocação e não se espera nem se pede a um médico que vá para uma sala de cirurgia usar a sua criatividade. Quando professores no exercícios de sua profissão vão reclamar das condições de trabalho o que mais se ouve por parte de gestores e de governantes é que eles já sabiam que o salário era aquele, entrou por que quis e que use a sua criatividade para dar aulas melhores e mais interessantes. Não é por aí. O bom salário para professor deve ser resultado de uma política de governo para a educação como um todo. que ataque os problemas crônicos que entravam o ensino e a aprendizagem e não resultado de desempenho de profissionais, até porque ter um bom desempenho e obrigação de qualquer profissional, passando tanto por professores quanto pelos políticos e burocratas que pensam que educar crianças e jovens é mercadoria que deve ser trocada apenas por bons salários e está tudo resolvido. O resultado é isso que se vê, não só nos Estados Unidos mas também no Brasil, sem exceção a estado.algum. 
Leia abaixo o texto em Inglês do "The Theatlantic."
by the teacher.

Obama Insists on Performance Standards for Teachers

JUL 29 2010, 6:00 AM ET |  Comment

Today, President Obama wades in to a controversy that threatens to split one of the Democratic Party's most generous source of donations and activists, the teacher unions, from the whole.  The dispute is about teacher performance, narrowly, and about government's distribution of common goods more generally.

Obama wants more accountability for teachers. The teachers unions contend that there is no universal metric that can reliably assess teacher performance, particularly in poor neighborhoods where students experience intense social dislocation. Part of the problem is that nothing seems to work: not charter schools, not tying teachers to student performance, not throwing money at schools, not even curricula reform.  There are blips -- a voucher program works here, a charter school works there. Nothing seems to work everywhere.  Performance measured in the short term doesn't tell people much about anything, but people grab on to numbers, and the government rewards states who show progress on the numbers, so... states do everything they can to get their numbers up. 

The Education Secretary does not have a magical faith in any particular intervention, but his Race to the Top grant program is designed to reward innovation that state and local laboratories come up with.  The teachers unions note that when states are pushed to show that numbers go up, the burden and the blame invariably falls upon teachers collectively. It is as if the competition, which awards $3.4 billion, forces states to pick certain reforms over others in order to satisfy a ranking system that rewards local control and higher test scores over, say, more money for professional teacher development.  Both Obama and the unions seem to have the same end goal: they want states and teacher collectives to work collaboratively. But unions, and many civil rights groups, think that the incentives in Race to the Top are perverse in a recession and hurt those who need help the most. So today, addressing the National Urban League, Obama responds. He is not terribly diplomatic, asserting that part of the opposition "reflects a general resistance to change; a comfort with the status quo."  But "there have also been criticisms, including from some folks in the civil rights community, about particular elements of Race to the Top."--- 

So, I want teachers to have higher salaries. I want them to have more support. I want them to be trained like the professionals they are - with rigorous residencies like the ones doctors go through. I want to give them career ladders so they have opportunities to advance, and earn real financial security. I want them to have a fulfilling and supportive workplace environment, and the resources - from basic supplies to reasonable class sizes - to help them succeed.  Instead of a culture where we're always idolizing sports stars or celebrities, I want us to build a culture where we idolize the people who shape our children's future.
All I'm asking in return - as a president, and as a parent - is a measure of accountability. Surely we can agree that even as we applaud teachers for their hard work, we need to make sure they're delivering results in the classroom. If they're not, let's work with them to help them be more effective. And if that fails, let's find the right teacher for that classroom. As Arne says, our kids get only one chance at an education, and we need to get it right.
So, for anyone who wants to use Race to the Top to blame or punish teachers - you're missing the point. Our goal isn't to fire or admonish teachers. Our goal is accountability. It's to provide teachers with the support they need to be as effective as they can be.  It's to create a better environment for teachers and students alike. 
Still, sometimes a school's problems run so deep that better assessments, higher standards, and a more challenging curriculum aren't enough. If a school isn't producing graduates with even the most basic skills - year after year after year - something needs to be done differently. If we want success for our country, we can't accept failure in our schools.

That's why we're challenging states to turn around our 5,000 worst schools - so many of which are in minority communities. And we're investing over $4 billion to help them do it - as much as we're investing in Race to the Top. Unlike No Child Left Behind, this isn't about labeling a troubled school a failure one day, and throwing up our hands the next. It's about investing in that school's future, recruiting the whole community to help turn it around, and identifying some viable options for how to move forward.
I know life is tough for a lot of young people in this country, especially in some of the places the Urban League is making such a difference. At certain points in our lives, young black men and women may feel the sting of discrimination. They may feel trapped in a community where drugs, violence, and unemployment are pervasive, where they are forced to wrestle with things no child should have to face. There are all kinds of reasons for our children to say, "No, I can't." But it's our job to say to them, "Yes, you can." Yes, you can overcome. Yes, you can persevere. Yes, you can make of your lives what you will.
Social change on this level is incredibly complex, and the smartest reformers are the ones who seem to have the fewest answers (but the best questions). For every innovation there is usually some force exerting a counter-pressure. For every success, like lowering drop-out rates, there are new problems, like lower standards. Race and class can't be easily ignored. So are basic questions about equality: how do you move good students forward without unfairly penalizing poorer students who are bad students through no fault of their own? Should education be about fairness? About achievement?  About equipping young people to survive in the modern world? About competing economically with India and China?


CHOMSKY: "OS EUA SÃO O MAIOR TERRORISTA DO MUNDO"


Noam Chomsky
Publicado no VERMELHO

Noam Abraham Chomsky, intelectual estadunidense, pai da linguística e polêmico ativista por suas posturas contra o intervencionismo militar dos Estados Unidos, visitou a Colômbia para ser homenageado pelas comunidades indígenas do Departamento de Cauca. Falou com exclusividade para Luis Angel Murcia, do jornal Semana.com, em 21 de Julho de 2010. O morro El Bosque, um pedaço de vida natural ameaçado pela riqueza aurífera que se esconde em suas entranhas, desde a semana passada tem uma importância de ordem internacional. Essa reserva, localizada no centro da cidade de Cauca, muito próxima ao Maciço colombiano, é o cordão umbilical que hoje mantêm aos indígenas da região conectados com um dos intelectuais e ativistas da esquerda democrática mais prestigiados do planeta.

Noam Abraham Chomsky. Quem o conhece assegura que é o ser humano vivo cujas obras, livros ou reflexões, são as mais lidas depois da Bíblia. Sem duvida, Chomsky, com 81 anos de idade, é uma autoridade em geopolítica e Direitos Humanos.

Sua condição de cidadão estadunidense lhe dá autoridade moral para ser considerado um dos mais recalcitrantes críticos da política expansionista e militar que os EUA aplica no hemisfério. No seu país e na Europa é ouvido e lido com muito respeito, já ganhou todos os prêmios e reconhecimentos como ativista político e suas obras, tanto em linguística como em análise política, foram premiadas.

Sua passagem discreta pela Colômbia não era para proferir as laureadas palestras, mas para receber uma homenagem especial da comunidade indígena que vive no Departamento de Cauca. O morro El Bosque foi rebatizado como Carolina, que é o mesmo nome de sua esposa, a mulher que durante quase toda sua vida o acompanhou. Ela faleceu em dezembro de 2008.

Em sua agenda, coordenada pela CUT e pela Defensoria do Povo do Vale, o Senhor Chomsky dedicou alguns minutos para responder exclusivamente a Semana.com e conversar sobre tudo.
Quê significado tem para o senhor esta homenagem?

Estou muito emocionado; principalmente por ver que pessoas pobres que não possuem riquezas se prestem a fazer esse tipo de elogios, enquanto que pessoas mais ricas não dão atenção para esse tipo de coisa.
Seus três filhos sabem da homenagem?

Todos sabem disso e de El Bosque. Uma filha que trabalha na Colômbia contra as companhias internacionais de mineração também está sabendo.
Nesta etapa da sua vida o que o apaixona mais: a linguística ou seu ativismo político?

Tenho estado completamente esquizofrênico desde que eu era jovem e continuo assim. É por isso que temos dois hemisférios no cérebro.
Por conta desse ativismo teve problemas com alguns governos, um deles e o mais recente foi com Israel, que o impediu de entrar nas terras da palestina para dar uma palestra.
É verdade, não pude viajar, apesar de ter sido convidado por uma universidade palestina, mas me deparei com um bloqueio em toda a fronteira. Se a palestra fosse para Israel, teriam me deixado passar.
Essa censura tem a ver com um de seus livros intitulado ‘Guerra ou Paz no Oriente Médio?

É por causa dos meus 60 anos de trabalho pela paz entre Israel e a Palestina. Na verdade, eu vivi em Israel.
Como qualifica o que se passa no Oriente Médio?

Desde 1967, o território palestino foi ocupado e isso fez da Faixa de Gaza a maior prisão ao ar livre do mundo, onde a única coisa que resta a fazer é morrer.
Chegou a se iludir com as novas posturas do presidente Barack Obama?

Eu já tinha escrito que é muito semelhante a George Bush. Ele fez mais do que esperávamos em termos de expansionismo militar. A única coisa que mudou com Obama foi a retórica.
Quando Obama foi galardoado com o prêmio Nobel de Paz, o quê o senhor pensou?

Meia hora após a nomeação, a imprensa norueguesa me perguntou o que eu pensava do assunto e respondi: “Levando em conta o seu recorde, este não foi a pior nomeação”. O Nobel da Paz é uma piada.
Os EUA continuam a repetir seus erros de intervencionismo?

Eles tem tido muito êxito. Por exemplo, a Colômbia tem o pior histórico de violação dos Direitos Humanos desde o intervencionismo militar dos EUA.
Qual é a sua opinião sobre o conceito de guerra preventiva que os Estados Unidos apregoam?

Não existe esse conceito, é simplesmente uma forma de agressão. A guerra no Iraque foi tão agressiva e terrível que se assemelha ao que os nazistas fizeram. Se aplicarmos essa mesma regra, Bush, Blair e Aznar teriam de ser enforcados, mas a força é aplicada aos mais fracos.
O que acontecerá com o Irã?

Hoje existe uma grande força naval e aérea ameaçando o Irã e, somente a Europa e os EUA pensam que isso está certo. O resto do mundo acredita que o Irã tem o direito de enriquecer urânio. No Oriente Médio três países (Israel, Paquistão e Índia) desenvolveram armas nucleares com a ajuda dos EUA e não assinaram nenhum tratado.
O senhor acredita na guerra contra o terrorismo?

Os EUA são os maiores terroristas do mundo. Não consigo pensar em qualquer país que tenha feito mais mal do que eles. Para os EUA, terrorismo é o que você faz contra nós e não o que nós fazemos a você.
Há alguma guerra justa dos Estados Unidos?

A participação na Segunda Guerra Mundial foi legítima, entretanto eles entraram na guerra muito tarde.
Essa guerra por recursos naturais no Oriente Médio pode vir a se repetir na América Latina?

É diferente. O que os EUA tem feito na América Latina é, tradicionalmente, impor brutais ditaduras militares que não são contestados pelo poder da propaganda.
A América Latina é realmente importante para os Estados Unidos?
Nixon afirmou: “Se não podemos controlar a América Latina, como poderemos controlar o mundo”.
A Colômbia tem algum papel nessa geopolítica ianque?

Parte da Colômbia foi roubada por Theodore Roosevelt com o Canal do Panamá. A partir de 1990, este país tem sido o principal destinatário da ajuda militar estadunidense e, desde essa mesma data tem os maiores registros de violação dos Direitos Humanos no hemisfério. Antes o recorde pertencia a El Salvador que, curiosamente também recebia ajuda militar.
O senhor sugere que essas violações têm alguma relação com os Estados Unidos?

No mundo acadêmico, concluiu-se que existe uma correlação entre a ajuda militar dada pelos EUA e violência nos países que a recebem.
Qual é sua opinião sobre as bases militares gringas que há na Colômbia?

Não são nenhuma surpresa. Depois de El Salvador, é o único país da região disposto a permitir a sua instalação. Enquanto a Colômbia continuar fazendo o que os EUA pedir que faça, eles nunca vão derrubar o governo.
Está dizendo que os EUA derruba governos na América Latina?

Nesta década, eles apoiaram dois golpes. No fracassado golpe militar da Venezuela em 2002 e, em 2004, seqüestraram o presidente eleito do Haiti e o enviaram para a África. Mas agora é mais difícil fazê-lo porque o mundo mudou. A Colômbia é o único país latinoamericano que apoiou o golpe em Honduras.
Tem algo a dizer sobre as tensões atuais entre Colômbia, Venezuela e Equador?

A Colômbia invadiu o Equador e não conheço nenhum país que tenha apoiado isso, salvo os EUA. E sobre as relações com a Venezuela, são muito complicadas, mas espero que melhorem.
A América Latina continua sendo uma região de caudilhos?

Tem sido uma tradição muito ruim, mas, nesse sentido, a América Latina progrediu e, pela primeira vez, o cone sul do continente está a avançando rumo a uma integração para superar seus paradoxos, como, por exemplo, ser uma região muito rica, mas com uma grande pobreza.
O narcotráfico é um problema exclusivo da Colômbia?

É um problema dos Estados Unidos. Imagine que a Colômbia decida fumigar a Carolina do Norte e o Kentucky, onde se cultiva tabaco, o qual provoca mais mortes do que a cocaína.


Fonte: Agência de Notícias Nova Colômbia. Original em http://www.semana.com/noticias-mundo/parte-colombia-robada-roosevelt/142043.aspx
Você também poderá ler

VAI TE CATAR, GLOBOPE!!!






 Junto me ao coro dos colegas blogueiros que não acreditam nos números do Globope. São muitos esses colegas e estão aí na blogosfera. Se os manipuladores de pesquisas capitularam a ponto de apresentar esses números é porque provavelmente eles  são ainda maiores. Eles não mostram para evitar, como já se sabe, uma debandada geral da campanha do Zé Pedágio. Agora, para não passar batido, eles não perderam chance de manipular no sul do país, alegando que dado ao grande números de militantes não é possível avaliar com clareza, por isso tiraram muitos eleitores/militantes da tabulação final. Uma manipulação grosseira e criminosa. É preciso cuidado para que esses números, agora que foram dados pelo Ibope, não se tornem um referencial para o PT e para os militantes, sob o risco de que lá na frente esse mesmo instituto manipulador reverta os números em favor de Serra e essa nova amostragem seja vista como real , já que se trata de "respeitada"instituição, que se redimiu com as pesquisa divulgada neste 30 de julho. A referência para o PT, para quem apóia Dilma, na Internet ou não, deve ser os números do Vox Populis e do Census, não porque apresentam Dilma à frente, mas porque se mostraram coerentes em suas metodologias e nos seus resultados. Após esta gracinha do Globope, não nos enganemos, na próxima pesquisa o Datafalha trará números pró Dilma. Mas é tudo golpe. Vão se catar, bando de mentirosos !!!!
By the teacher.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Temer: “Sérgio não é de guerra”



Guerra é como Ofélia: Só abre a boca quando tem certeza
Sérgio Guerra é como a personagem Ofélia, do antigo programa humorístico “Balança mas não cai”, que botava o marido Fernandinho nos maiores apuros ao falar barbaridades, sempre seguidas pelo bordão “só abro a boca quando tenho certeza”.
O presidente do PSDB chamou o Bolsa Família de programa eleitoral, disse à Veja que se eleitos os tucanos acabariam com o PAC, contou para Roberto Jefferson que Álvaro Dias seria o vice de Serra, tentou contornar a mentira do Serra de que teria criado o FAT, enfim, tantas declarações “acertadas” que Lula o classificou com propriedade.
Depois de ter errado o vice e ver o estrago que o Da Costa anda fazendo, Guerra resolveu partir para o ataque contra Michel Temer, o vice de Dilma, chamando-o de “um guarda-roupa que ninguém quer nem faz questão”, como contou a coluna Radar Político, do Estadão.
Temer, que estava quieto no seu canto sem procurar aparecer como o vice de Serra, nem se abalou e destruiu o adversário com apenas uma declaração: “Coitadinho do Sérgio. Ele não é de guerra. Foi obrigado a fazer essas declarações. Mas eu não quero entrar nesse nível mais baixo da campanha. A Dilma e eu estávamos ontem em Natal no encontro da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) para debater o avanço científico do País. Eles deveriam fazer a mesma coisa.”
Guerra podia ter ido dormir sem essa e vai passar a noite em claro pensando qual a próxima declaração que irá fazer. Mas só quando tiver certeza, viu Sérgio?

GRAFITAGEM ILÍCITA: ALGUNS PODEM...


Fazer críticas a respeito do comportamento da imprensa no caso da morte do filho da global Cissa Guimarães, é uma coisa realmente espinhosa.
Por um lado existe o respeito à dor dos pais que perderam o filho de maneira tola. E essa dor, dizem os que já passaram por isso, não se supera jamais. E eles têm o meu profundo e sincero respeito.
Por outro lado, existe a constatação de uma realidade inegável. Que fosse o menino filho de alguém da periferia, o que se diria era que ele não tinha nada que estar andando de skate em um túnel, ainda que interditado. Naturalmente, o motorista também não poderia transitar por alí.
De todo modo, quero fazer a necessária ressalva, já que de maneira geral, me recuso a acompanhar as notícias policiais veiculadas pela mídia. Elas são sempre tendenciosas e desnaturam a própria investigação policial. O caso dos Nardoni é um exemplo. Os pais da criança, fossem ou não responsáveis pela morte da filha, foram condenados pela opinião pública antecipadamente. Sendo assim, jamais seriam absolvidos em um juri popular. Mesmo que fossem inocentes.
Bem, o que chama a atenção nesta manchete do Globo online é a grafitagem promovida pela família. Novamente dizendo, com o devido respeito que merecem os entes enlutados, grafitar é destruição do patrimônio público. Fossem jovens fazendo isso de mandeira deliberada, seriam apreendidos pela polícia. E não se pode conceder exceção a alguém, somente porque é pessoa famosa.
Então, acho que nem é necessário falar mais nada. Basta pensar. Quais motivos justificam os dois pesos e as duas medidas?
Pessoas que vão pra cadeia por furtos insignificantes como o caso da mãe que se apropriou de uma maçã para dar ao filho esfomeado, esbofeteiam a lógica e os princípios básicos do Direito. Mesmo assim havia quem sentenciava que "roubo é roubo". Ora, se é tudo igual, por que com certa frequência vemos pipocar na imprensa exceções sempre desculpáveis?
Algo pra pensar e discutir com os amigos.
Outra coisa. Na materiazinha do Globo, os responsáveis tomaram o cuidado de mencionar que a manifestação em homenagem ao jovem, foi acompanhada por agentes de trânsito, e autorizada pelo poder público. Queriam mostrar que são politicamente corretos e que estava tudo dentro dos conformes.
Pois é. Não estava

terça-feira, 27 de julho de 2010

DISCURSO DE SERRA: GARRAS PARA A DIREITA E ESPERANÇA NO CAOS

                                            É nisso que ele aposta. É disso que ele gosta

Já escrevi aqui e já li em outros blogs também que os ataques de Serra não tem nada de desordenado ou desesperados. Eles fazem parte de uma estratégia. Uma estratégia de espalhar o medo e de difundir o discurso de que Dilma não teria controle sobre o PT porque Dilma não é Lula. A este propósito tenho o exemplo de um professor amigo meu que já engoliu este argumento e diz que em Dilma não vota pois ela, Presidenta, não seguraria o Partido. Tirando este meu colega, que tem leve inclinação à direita eu diria que a fala do tucano não atinge, na verdade, nem se dirige, aqueles eleitores que, independente da classe social tendem a votar em Dilma. É claro que este voto já está definido, declarado. Então pergunta-se: a quem se dirige o terrorismo de Serra? Do ponto de vista do eleitor é claro que ele fala para seu público: os conservadores, a direita, os falcões. Estas pessoas precisam ouvir que há um candidato que peita o PT, que não se submete ao nordestino, vagabundo, cachaceiro. Precisam da referência de alguém que não veja o Nordeste como prioridade para políticas públicas, precisam saber que há um candidato que no fundo acha que o bolsa família é o bolsa esmola e que defende o desmantelamento do Mercosul, a criminalização de Chaves e Evo e o realinhamento com  os Estados Unidos. Ao ouvir isto esta gente têm orgasmos múltiplos. Mas Serra precisa se apresentar também como alternativa para a elite financeira, social, do empresariado. Aqueles que engolem Luis Inácio porque não têm alternativa, mas não engolem esta história de pobre comprando computador, filho de pobre com celular no bolso do jeans, estudantes pobres e/ou negros dividindo os bancos das caras faculdades que antes só seus filhos podiam cursar. Isto lhes incomoda um pouco.  Eleitores conservadores, classe alta, elite financeira. Se os discurso tucano mira nestas pessoas com certeza ele as atinge. No entanto, não creio que elas consigam mudar o resultado destas eleições. Então por que então a insistência no terrorismo? Primeiro, a falta de uma proposta para fazer frente às realizações do governo Lula e ao discurso pró social de Dilma e depois, aí mora o perigo, quem sabe justificar, lá na frente, a tomada de posições radicais e inconstitucionais, para a obtenção do poder que não veio pelo voto? Na venezuela já se tentou, recentemente e em Honduras se conseguiu, efetivamente.
By "the teacher"

"MÃO SANTA" QUE LIMPA FICHA SUJA

terça-feira, 27 de julho de 2010


Justiça absolve Mão Santa e anula efeito da "Ficha Limpa"
Senador tinha sido condenado por propaganda irregular quando governava o Piauí
O Tribunal de Justiça do Piauí anulou nesta terça-feira (27) uma condenação contra o senador Mão Santa (PSC) que abre caminho para uma nova candidatura dele ao Senado neste ano, anulando efeitos da Lei Ficha Limpa.
Em 1996, quando era governador, Mão Santa foi condenado em primeira instância por propaganda institucional indevida. A ação, proposta pelo então deputado federal Wellington Dias (PT-PI) - que hoje disputa com Mão Santa uma vaga no Senado - acusava o senador de promoção pessoal por causa do slogan “Piauí em boas mãos”.
No ano passado, o TJ, em julgamento colegiado, referendou a decisão, o que, segundo a Lei da Ficha Limpa, impediria Mão Santa de se eleger. A decisão de hoje, porém, foi tomada com base num recurso da defesa que questionava os trâmites burocráticos: faltou no processo o nome do marqueteiro de Mão Santa.
Por isso, o processo agora volta para a primeira instância e limpa a ficha de Mão Santa.
O advogado do senador, Edvar Santos, disse que protocolaria ainda hoje a anulação no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Piauí, onde tramita pedido de impugnação da candidatura do senador.
- Não existe nenhuma condenação colegiada nem decisão transitada em julgado. O que existe é uma decisão monocrática de juiz de primeiro grau. Não existe impedimento.
Procurado pelo R7, Mão Santa alegou que a condenação ocorreu por causa de um símbolo do governo, que mostrava uma folha de mandacaru, conhecida como palma, segurando o sol com um mapa do Estado dentro.
- Lançaram a ação dizendo que era minha mão. Sou o mais honrado político do Brasil. Já vasculharam minha vida toda e só encontraram isso.
O processo foi relatado pelo desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho

"THE ECONOMIST" QUATRO RAZÕES PARA ACREDITAR NO BRASIL

O Jornal "The Economist" ,em sua versão on line, traz, na edição de 26 de julho, boa matéria sobre o Brasil, no aspecto econômico. A surpresa da matéria é o fato dos quatro pilares apresentados como base para diferenciar o Brasil dos outros BRICS, principalmente a Rússia, que são as comodities, o petróleo, a demografia e urbanização foram apresentados pelo diplomata Rubem Ricupero, apresentado na reportagem como ex-Ministro da Fazenda do partido adversário (o que realmente foi) e um dos críticos do governo Lula (o que realmente é). Leia abaixo o texto do "The Economist" em seu original.








Four reasons to believe in Brazil
Jul 26th 2010, 16:34 by The Economist online | SÃO PAULO



WHEN, in 2001, Goldman Sachs dreamt up the acronym BRICs for the largest emerging economies, the country that most people said did not belong in the group was Brazil. Today, the leading candidate for exclusion is Russia. But some prominent observers are still sceptical about Brazil’s prospects. A notable example is Martin Wolf, the chief economics commentator of the Financial Times, who recently (and very reasonably)pointed out that Brazil’s share of world output has actually fallen over the past 15 years, from 3.1% in 1995 to 2.9% in 2009 at purchasing-power parity. “Brazil cannot become as big a player in the world as the two Asian giants”, China and India, Mr Wolf concludes.
At a recent meeting with a group of investors in Hong Kong, Rubens Ricupero offered an intriguing counterargument. A long-serving and respected Brazilian diplomat, Mr Ricupero was the secretary-general of the United Nations Conference on Trade and Development from 1995 to 2004. Although he has links to the opposition to Brazil’s ruling Workers’ Party—he previously served as finance minister in the government of a rival party—his analysis is not party-political. “For the first time in its history,” he argues, Brazil is enjoying “propitious conditions in four areas that used to pose serious limitations to growth.” They are:
Commodities. Commodity production used to be regarded as either a curse or, at best, something countries ought to diversify away from as quickly as possible (which Brazil itself did in the 1970s). But over the next fifty years, Mr Ricupero notes, half the expected increase in the world population will come from eight countries, of which only one—America—is not sucking in commodities at an exponential rate of increase. The others are China, India, Pakistan, Nigeria, Bangladesh, Ethiopia and Congo. China alone will account for 40% of the additional demand for meat worldwide, he points out. This demand will remain strong partly because of rising population and partly because of urbanisation, which increases demand for industrial commodities (like iron ore to make steel) and meat (because urbanisation changes eating habits). Brazil is already a large iron-ore producer, and has transformed itself into an agricultural powerhouse over the past 10 years, becoming the first tropical country to join the ranks of the dominant temperate-climate food exporters such as America and the European Union. It is well-placed to benefit from the emerging markets’ commodity boom.
Petroleum. Mr Ricupero argues that the success of the Brazilian state oil company, Petrobras, in offshore oil exploration has transformed Brazilian energy. “Although no precise and final estimates can be made yet of the [so-called] pre-salt oil reserves potential of the Santos Basin,” he says, “all serious indications point to the high likelihood that Brazil is poised to become at least a medium-sized net oil-exporting country.” New oil and gas deposits far away from the volatile Middle East should increase Brazil’s strategic importance, as well as improving its balance-of-payments position.
Demography. Brazil is reaping a big demographic dividend. In 1964, its fertility rate (the average number of children a woman can expect to have during her lifetime) was 6.2. It fell to 2.5 in 1996, and is now below replacement level, at 1.8, one of the sharpest drops in the world. The result has been a collapse in the dependency ratio—the number of children and old people dependent on each working-age adult. As recently as the 1990s, that ratio was 90 to 100 (ie, there were 90 dependents, mostly children, for each for every 100 Brazilians of working age). It is now 48 to 100. Thanks to this, Brazil no longer has to build schools, hospitals, universities and other social institutions helter-skelter to keep pace with population growth. Eventually, the ratio will creep back up as today’s workforce enters retirement, but such problems remain decades ahead. In the meantime, Brazil can pay more attention to the quality rather than the quantity of its social spending, which should, in theory, improve the population’s education, health, and work skills.
Urbanisation. Urbanisation both encourages economic growth and accompanies it. But it also causes problems. “Many of the worst contemporary problems in Brazil,” Mr Ricupero says, such as “lack of educational and health facilities, poor public transportation, marginalisation and criminality,  stem from [an] inability to cope with internal migrations in an orderly and planned way.” That is now changing, he argues. The waves of migrants out of the countryside and into the cities have more or less finished. Brazil is now largely an urban country: about four-fifths of the population lives in cities. “For Brazil,” he concludes, “the period of frantic and chaotic growth of big cities that is now taking place in Asia and Africa is already a thing of the past.”
Mr Ricupero is relatively cautious about the conclusion. “The four sets of conditions outlined above,” he says “are by no means sure guarantees of automatic success.” He admits Brazil has fallen behind in infrastructure, for example, and says that, if it had the sort of infrastructure you see in Costa Rica and Chile (the two best examples in Latin America), economic growth would be about two percentage points higher per year. On the other hand, Brazil also has some other advantages: unlike China, Russia and India, it is at peace with its neighbours (all 10 of them). Whether you think all this really amounts to a rejoinder to Mr Wolf is a matter of doubt. Brazil might still remain a relatively small player in the world. Still Mr Ricupero’s points are, at least, actually happening (not things expected in future), can be measured in concrete terms and are long-term (they should continue for decades). Who knows? Perhaps they might even be right.



O SIGNIFICADO DO ENCONTRO DOS BLOGUEIROS


 do blog Cidadania:

Devo comemorar um evento ocorrido na noite de ontem (21) que, a meu juízo, constituiu um marco na evolução desse fenômeno que convencionaram chamar de “blogosfera”.

Na noite de quarta-feira, no Sujinho, bar histórico da boemia politizada paulistana, reuniu-se o grupo que organiza o 1º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas.

Todos os mais conhecidos e lidos blogueiros do país, sem exceção, estavam presentes. Um grupo de onze pessoas passou a noite tomando uma boa cachaça Seleta e planejando como dar voz e vez a blogueiros de todo o país, sobretudo àqueles regionais, ainda sem projeção nacional.

Pactuamos que não seremos estrelas do evento, mas platéia para aqueles aos quais tentaremos dar projeção.

O que se quer é fortalecer até o mais novo, o menos lido, porém o mais promissor dos blogs.

Porque há um trabalho espetacular sendo feito por jovens e politizados blogueiros, por aqueles que ainda nem dominam direito as tecnologias e as técnicas de blogar, mas que têm enorme potencial para fazê-lo se receberem um mínimo de assessoria.

Alguma coisa mudou na comunicação no Brasil na noite da ultima quarta-feira. Todos aqueles que têm feito os blogs mais lidos da blogosfera progressista finalmente estiveram todos juntos, planejando como dar maior visibilidade a mais blogueiros e como organizar minimamente esse fenômeno surpreendente que nos reuniu.

Em 21 e 22 de agosto, em São Paulo, um dos fenômenos mais surpreendentes da comunicação brasileira no século XXI irá se materializar. Uma comunidade virtual diversificada, humanista, progressista, questionadora, representante do que há de mais inovador em termos de organização social, irá se reunir para discutir o aprimoramento dos espaços livres para todo e qualquer novo debate.

Poderei contar aos meus netos que participei dessa reação da sociedade a um status quo decadente e que já tem os seus dias contados.

Viva a blogosfera progressista!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...