Em debate com colegas de trabalho um outro dia, um deles afirmou que Lula falava muito em "elite" mas no PT também havia elite. Perguntei-lhe a que tipo de elite ele, meu amigo, se referia e respondeu-me que no Partido dos Trabalhadores havia muitas pessoas que antes não eram e hoje são ricas. Argumentei com esse meu colega de trabalho que não era a este tipo de elite que o presidente se referia e ele alegou que para ele não existia outro tipo. Dei um exemplo que acredito ser pertinente: no tempo da escravidão havia proprietários de terra que tinham trabalhadores negros livres e que recebiam salários e outros que mesmo após a abolição insistiam em manter escravos. Este segundo tipo era, na minha opinião, um bom exemplo de elite. Ou seja, só porque nasceram ricos ou com alguns privilégios não admitem que outras pessoas conquistem, mesmo a custa de muito trabalho, o que eles conseguiram muitas vezes sem esforço nenhum.
Mas qual o motivo deste relato neste texto? Porque desde a semana passada aqui na blogosfera repercute a polêmica causada pelo texto escrito na Folha pela advogada e professora associada de direito penal na USP, Janaina Conceição Paschoal. Nele, a professora tenta amenizar as declarações racistas da estudante de direito Mayara, acusando o governo federal e o presidente Lula de promoverem uma politica separatista. Leia um trecho do seu argumento
"É o nosso presidente quem faz questão de separar o Brasil em Norte e Sul. É ele quem faz questão de cindir o povo brasileiro em pobres e ricos. Infelizmente, é o líder máximo da nação que continua utilizando o factoide elite, devendo-se destacar que faz parte da estigmatizada elite apenas quem está contra o governo."
(trecho copiado de Escrevinhador)
Ao emitir sua opinião a professora intencionalmente chama de elite apenas quem, na opinião dela "está contra o governo". Aparentemente ela não vê "elite" como a parcela da população que não quer abrir mão de privilégios arraigados e principalmente não quer que aqueles que não fazem parte do seu seleto grupo, conquiste, repito, a custa de muito trabalho, os mesmos bens e facilidades que os membros desse grupo possuem.
Eis que hoje, para mostrar à professora Janaína o que o presidente Lula chama de elite e ela finge não saber, surge na blogosfera um vídeo que é uma pérola do pensamento e das ações elitistas: O comentaristas da RBS/Globo de Santa Catarina Luiz Carlos Prates a vociferar contra os "miseráveis" que ousaram comprar carros, incentivados por este "governo espúrio que dá credito fácil para quem nunca leu um livro comprar carro".
Aí está, professora. Era a este tipo de brasileiro que o presidente Luis Inácio se referia quando mencionou muitas vezes a palavra "elite". Lula o conhece de perto porque teve que negociar com ele muitas vezes quando era sindicalista e mesmo quando chegou ao maior cargo da nação, deve ter sentido na pele o ódio que essa gente sente.
E, ao contrário do que a senhora pensa, professora, do alto de sua inteligência o Presidente Lula sabe que a senhora, o senhor Prates e quem pensa como vocês podem até ser muitos, mas nem todos são ricos e muito menos são a metade da população brasileira. Ao contrário, vocês são a minoria derrotada.
by the teacher (um dos miséraveis que comprou um carro zero graças ao financiamento do governo espúrio deste apedeuta dos infernos.)
abaixo, vídeo onde Prates, para deleite da professora Janaína e de seus coleguinhas, vomita a sua fúria.