terça-feira, 16 de novembro de 2010

LUIZ CARLOS PRATES MOSTRA À PROFESSORA JANAÍNA O QUE LULA CHAMA DE "ELITE".

Em debate com colegas de trabalho um outro dia, um deles afirmou que Lula falava muito em "elite" mas  no PT também havia elite. Perguntei-lhe a que tipo de elite ele, meu amigo,  se referia e respondeu-me que no Partido dos Trabalhadores havia muitas pessoas que antes não eram e hoje são ricas. Argumentei com esse meu colega de trabalho que não era a este tipo de elite que  o presidente se referia e  ele alegou  que para ele não existia outro tipo. Dei um exemplo que acredito ser pertinente: no tempo da  escravidão havia proprietários de terra que tinham trabalhadores negros livres e que recebiam salários e outros que mesmo após a abolição insistiam em manter escravos. Este segundo tipo era, na minha opinião, um bom exemplo de elite. Ou seja, só porque nasceram ricos ou com alguns privilégios não admitem que outras pessoas conquistem, mesmo a custa de muito trabalho, o que eles conseguiram  muitas vezes sem  esforço nenhum.

Mas qual o motivo deste relato neste texto? Porque desde a semana passada aqui na blogosfera repercute  a polêmica causada pelo texto escrito na Folha pela advogada e professora associada de direito penal na USP, Janaina Conceição Paschoal. Nele,  a professora tenta amenizar as declarações racistas da estudante de direito Mayara, acusando  o governo federal e o presidente Lula de promoverem uma politica separatista. Leia um trecho do seu argumento  


"É o nosso presidente quem faz questão de separar o Brasil em Norte e Sul. É ele quem faz questão de cindir o povo brasileiro em pobres e ricos. Infelizmente, é o líder máximo da nação que continua utilizando o factoide elite, devendo-se destacar que faz parte da estigmatizada elite apenas quem está contra o governo."  
(trecho copiado de Escrevinhador)

Ao emitir sua opinião a professora intencionalmente  chama de elite apenas quem, na opinião dela "está contra o governo".  Aparentemente ela não vê "elite" como a parcela da população que não quer abrir mão de privilégios arraigados e principalmente não quer que aqueles que não fazem parte do seu seleto grupo, conquiste, repito, a custa de muito trabalho, os mesmos bens e facilidades que os membros desse grupo possuem.
  
Eis que hoje, para mostrar à professora Janaína o que o presidente Lula chama de elite e ela finge não saber, surge na blogosfera um  vídeo que é uma pérola do pensamento e das ações elitistas: O comentaristas da RBS/Globo de Santa Catarina Luiz Carlos Prates a vociferar contra os "miseráveis" que ousaram comprar carros, incentivados por este "governo espúrio que dá credito fácil para quem nunca leu um livro comprar carro".  

Aí está, professora. Era a este tipo de brasileiro que o presidente Luis Inácio se referia quando mencionou muitas vezes a palavra "elite".  Lula o conhece de perto porque teve que negociar com ele muitas vezes quando era sindicalista e mesmo quando chegou ao maior cargo da nação, deve ter sentido na pele o ódio que essa gente sente. 

E, ao contrário do que a senhora pensa, professora, do alto de sua inteligência o Presidente Lula sabe que a senhora, o senhor Prates e quem pensa como vocês podem até ser  muitos, mas nem todos são ricos e muito menos são a metade da população brasileira. Ao contrário, vocês são a  minoria derrotada. 

by the teacher (um dos miséraveis que comprou um carro zero graças ao financiamento do governo espúrio deste apedeuta dos infernos.)

abaixo,  vídeo onde Prates, para deleite da professora Janaína e de seus coleguinhas, vomita a sua fúria.


O MEU BRASIL É COM "S"



No texto abaixo, José Socrates, Primeiro Ministro de Portugal,  diz o que a imprensa brasileira e muitos brasileiros nem dizem nem reconhecem sobre o melhor presidente do Brasil.


 
Lula era o homem certo; sem complexos ou desfalecimentos
      o antigo sindicalista esperou e preparou longamente o encontro
                                                       com o seu povo

Raros são os políticos que dão o seu nome a um tempo. Os "anos Lula" mudaram o Brasil. É outro país: mais desenvolvido economicamente, mais avançado tecnologicamente, mais justo socialmente, mais influente globalmente.
Uma democracia mais consolidada, uma sociedade mais coesa e mais tolerante. Sabemo-lo hoje: no Brasil, o século 21 começou em 1º de janeiro de 2003, o dia inaugural da Presidência de Lula.
Quero ser claro: Lula mostrou que a esquerda brasileira sabe governar. Causas, sim, mas competência também; princípios políticos, mas também eficácia técnica; realismo inspirado por ideais que nunca se perderam.
Este presidente, oriundo do PT, deu à esquerda brasileira credibilidade, modernidade, força e maturidade. A grande oportunidade da sua eleição não foi uma promessa incumprida ou um sonho desfeito.
Ao contrário, com Lula, a esquerda ganhou crédito e consistência; o Brasil, reputação e prestígio.
Sou testemunha das reservas, se não do ceticismo, com que a "intelligentzia" recebeu a eleição de Lula da Silva. Hoje, na hora do balanço, a descrença transmutou-se em aplauso; a expectativa, em admiração. É essa a "alquimia" Lula.
Os números falam por si: crescimento econômico, equilíbrio financeiro, reputação nos mercados, milhões de pessoas arrancadas à extrema pobreza, salto inédito na educação e na formação profissional, melhoria do rendimento que alargou e consolidou a classe média brasileira.
Lula era o homem certo. A sua história pessoal e política permitiu dar à esquerda uma nova atitude e ao Brasil um novo horizonte. Sem complexos e sem desfalecimentos, o antigo sindicalista esperou e preparou longamente o encontro com o seu povo. Se falhasse, não falharia apenas ele: falharia um ideal, um sonho, um projeto, esperança do tamanho de um continente.
Foi também nesses anos vitais que o Brasil se afirmou como o grande país que é. "Potência emergente", como é habitual dizer, assume-se -e vai se assumir cada vez mais- como um dos grandes países que marcam o mundo contemporâneo. Pela sua grandeza e pela sua energia, tem tudo o que é necessário para isso.
Portugal tem orgulho deste grande país, com quem partilha uma língua, uma fraternidade, um passado, um presente e um futuro. Tudo isso queremos valorizar e projetar: aos sentimentos que nos unem, juntamos os interesses que nos são comuns; à memória conjunta associamos visão partilhada do futuro.
Para Portugal e para todos os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a importância do Brasil no mundo do século 21 é um motivo de alegria e uma riqueza imensa, com potencialidades em todos os planos: econômico, cultural, linguístico, político, geoestratégico. 
O Brasil dos entreguistas é com "Z"
A vida política de Lula é uma longa corrida feita com ritmo, esforço, persistência. As palavras que ocorrem são tenacidade e temperança, clássicas virtudes da política. Tenacidade para fazer de derrotas passadas vitórias futuras. Temperança que lhe ensinou a moderação, o equilíbrio e a responsabilidade que o tornaram o presidente que foi.
Na hora da despedida, quero prestar-lhe, em meu nome pessoal e em nome do governo português, uma homenagem feita de amizade, reconhecimento e admiração. Lembro os laços que firmamos, os projetos que comungamos, os encontros que tivemos, nos quais se revelou, invariavelmente, um grande amigo de Portugal.
Lembro, em especial, o trabalho que desenvolvemos para que durante a presidência portuguesa da União Europeia fosse possível a realização da primeira cúpula UE-Brasil, um ponto de viragem nas relações entre a Europa e o Brasil.
Na passagem do testemunho à presidente eleita, Dilma Rousseff, que felicito vivamente e a quem desejo as maiores felicidades, renovo a determinação de prosseguirmos juntos e reafirmo, na língua que nos é comum, o nosso afeto e a nossa gratidão. Mais do que nunca, "o meu Brasil é com "S'". "S" de Silva.
Lula da Silva. Saravá!

*Texto de JOSÉ SÓCRATES (primeiro-ministro de Portugal).






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