segunda-feira, 18 de outubro de 2010

RESPOSTA A MIRO E MAURICIO SOBRE "DESCULPE, MARINA, MAS EU ESTOU DE MAL

É a quarta vez que pergunto: qual das duas é a verdadeira Marina?

 O  belo texto no blog do miro,  de autoria de  Mauricio Abdala,  (aqui)  sobre a neutralidade de Marina Silva me animou a escrever o que penso sobre aquela foi derrotada por Serra na sua própria terra. A terra onde os que  mataram Chico Mendes cantaram vitória e fizeram grandes doações, captadas por Katia moto-serra para a campanha do caluniador mor. Eis o texto:

  Caro Maurício,

   Tentei escrever um texto sobre a neutralidade de Marina agora à noite. Não consegui, desisti. Se tivesse escrito gostaria que fosse assim como o seu. Um texto bonito. Mas não consigo escrever um texto bonito sobre Marina porque meus sentimentos para com ela não estão lá muito bons. Explico. Marina durante todo o primeiro turno soube, como todos nós soubemos,  das vilanias que estavam sendo cometidas contra Dilma e calou. Calou porque sabia, provavelmente através das pesquisas internas,  que os votos de Dilma estariam migrando para ela. Nem uma palavra como política, que preza os métodos democráticos. Nenhuma palavra como cristã, que se diz ser. Nenhuma palavra como mulher solídaria à  outra. E agora, no segundo turno, a aproveitadora  está de volta. A neutralidade a credencia para a proxima eleição, pensa ela. Ledo engano. primeiro porque conversando com três professores amigos meus que,  embora tenham  votado nesta candidata acreditando ser ela uma terceira via política,  esperavam que ela se posicionasse por Dilma em face dos dois projetos que se nos apresentam e externaram sua decepção. Segundo porque daqui a quatro anos os 10% de votos que ela teve nas pesquisas desde o começo e que foram conscientemente dados em nome da preocupação ambiental ou de uma alternativa aos candidatos do  momento estarão lá. Mas os outros 9,6% que foram tirados de Dilma por causa da campanha de ódio serão dados a um  outro candidato que os fundamentalistas religiosos escolherem quando ela, Marina, se estiver disputando e estiver bem,  for abatida, pelo Serra da vez, com mesma bala de prata que abateu Dilma no primeiro turno. E aí eu quero ver se ela vai ficar neutra.

by the teacher.

JUSTIÇA SEJA FEITA: PAULO PRETO FOI PRO GUIA E FOI VALENDO

Todos os dias, desde que a eleição foi para o segundo turno, que, aqui no blog e nos comentários que que fiz, cobrei  que o guia de Dilma levasse o caso Paulo Preto ao conhecimento da população. Pois bem, hoje assisti ao guia da noite e pude constatar que a campanha não só colocou PP no guia como o fez de uma maneira muito competente. Estão de parabéns. O guia eleitoral de Dilma não podia continuar com cara de paisagem, com o mundo se acabando e ele repetindo cenas que já tinham sido mostradas, como se não estivesse acontecendo nada.
Agora, como não se pode estar satisfeito com tudo, QUEREMOS O ESCÂNDALO DOS PANFLETOS NO GUIA!!!

by the teacher.

SERRA EM TRANSE

Enviado por luisnassif, seg, 18/10/2010 - 07:51

Folha de S.Paulo 

FERNANDO DE BARROS E SILVA

Serra em transe

SÃO PAULO - Não resisto a uma provocação inicial: a blogosfera estaria em polvorosa e os serviços da ombudsman da Folha amanheceriam entupidos de mensagens indignadas contra o jornal se a notícia não dissesse respeito a Monica Serra, mas a Dilma Rousseff.
Isso dito, é claro que é polêmica a publicação do relato de uma ex-aluna da mulher de Serra dando conta de que ela (Monica), em sala de aula, revelou já ter praticado um aborto. Não se trata de uma notícia qualquer. Ela coloca em conflito o direito à informação, de um lado, e o direito à privacidade, de outro.
Haverá, neste caso, bons argumentos a favor e contra a publicação. Penso que a Folha acertou, por duas razões principais: com o aborto alçado a tópico da disputa eleitoral (e por obra de Serra), o episódio passou a envolver evidente interesse público. E, tão importante quanto isso: Monica Serra havia dito, há um mês, em campanha pelo marido no Rio, que Dilma era a favor de "matar criancinhas", numa clara alusão à posição da petista sobre o aborto. Ao assumir como sua, e nos termos que fez, a campanha do marido, Monica fixou para si as regras do jogo que estaria disposta a jogar.
O caso (tão desconfortável, tão cheio de implicações desagradáveis a quem o aborda) permite, ou exige, uma reflexão de ordem mais geral. O PT tem sido acusado, quase sempre com razão, de ser capaz de qualquer coisa para se manter no poder. Isso virou um mantra, a despeito da sua veracidade. Mas Serra não está se revelando, já faz tempo, alguém disposto a pagar qualquer preço para chegar ao poder?
Essa pantomima de devoção e carolice que se apossou da campanha tucana (e que nada tem a ver, como parece óbvio, com respeito efetivo pela religiosidade do povo) é a expressão patética de que tudo (biografia, valores, familiares) está sendo sacrificado em nome de uma ideia fixa. Serra sonha ser presidente. Mas se parece, cada vez mais, com o personagem de Paulo Autran em "Terra em Transe".

Fonte Luia Nassif on line
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