Os americanos enchem a boca para dizer que seu país é a maior democracia do mundo. Aqui no Brasil, os defensores da política de submissão e rendição aos interesses americanos fazem coro. Nada mais falso que essa afirmação.
O sistema político partidário americano é moldado para que a direita jamais saia do poder. O revezamento no poder dos dois maiores partidos (não seriam únicos?) pode parecer uma benéfica alternância de poder, mas traz consigo de bônus uma odiosa falta de uma oposição real, que pudesse fazer diferença na hora de governar o país. Os interesses de uma casta conservadora poderosa jamais são postos de lado, independente do partido que esteja no poder.
Obama foi eleito em 2008 sob o signo da esperança por mudanças reais que foram alvos de promessa na campanha (Yes, we can – lembram?). Mudanças essas que geraram expectativas em pessoas de várias nacionalidades, que colocaram na eleição do negro americano de origem árabe-muçulmana suas esperanças para um mundo melhor, sem desculpas esfarrapadas para começar uma guerra ilegal e sem a hipocrisia do país que mais desrespeita direitos humanos tentar dar lição de moral sobre o assunto.
Passados mais de dois anos de sua posse, percebe-se com tristeza que as tropas americanas continuam no Afeganistão e Iraque, Guantánamo continua funcionando e lá prisioneiros permanecem sendo torturados física e psicologicamente, e os EUA, mesmo sem condições morais para falar de qualquer país que seja, continuam se intrometendo em assuntos internos de países soberanos.
Além de não cumprir nada do que prometeu, Obama conseguiu ainda piorar a imagem do país com atitudes como reativar a quarta frota da Marinha americana gerando desconfianças na América do sul, na perseguição contra Julian Assange e desrespeito aos direitos humanos durante o cárcere de Bradley Manning, na tentativa de demonização de desafetos como Chávez e Armadinejad e ainda mostrando que não tem palavra ao incentivar que o Brasil negociasse uma saída para o impasse energético com o Irã e depois desautorizando.
A tentativa atrapalhada de salvar a pele e o cargo do ditador do Egito, Hosni Mubarak, só reforçou as suspeitas de que não existem diferenças entre a forma de governar de Bush, Obama ou qualquer outro presidente americano eleito pelo Democratas ou pelos republicanos.
Alguém poderia dizer que a posição dos EUA é de cautela e que o Brasil também não pediu a cabeça do ditador, mas não se trata de abdicar de participar para não se intrometer, os EUA estão participando ativamente das discussões e fornecendo subsídios para Mubarak resistir ao apelo da população para que renuncie. Ou seja, Washington tenta de todas as formas salvar a pele de Mubarak.
Não é a primeira vez que Obama comprova suspeitas de aliança política com ditadores e acólitos. Após uma reação tímida frente ao golpe de Honduras, Washington se prontificou a segurar Micheletti e angariar apoio internacional para o posterior presidente eleito, Porfírio Lobo, em uma eleição não reconhecida pela comunidade internacional por ter sido feita sob a organização de um poder que seqüestrou a democracia no país, e que por esse motivo não tem validade alguma.
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Fonte: Blog Ponto e Contraponto