sexta-feira, 15 de março de 2013

PETROBRAS REBATE CRÍTICAS ELEITOREIRAS DE AÉCIO


Aécio achava bonito nesta época

Distante dos holofotes da bajuladora mídia mineira e com uma atuação parlamentar no Senado Federal se nenhuma marca significativa, o ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG) tem tentado, sem sucesso, se afirmar no cenário político nacional como uma liderança conservadora tucana. Aécio, principal opção do PSDB para disputar as eleições Presidenciais de 2014, protagonizou nesta quarta (13), no Plenário do Senado, um ataque à Petrobras.

Ele destacou os pontos debatidos em um seminário promovido pelo tucanato, em Brasília, na última terça (12). Durante o evento, que reuniu ideólogos neoliberais do PSDB, Aécio chegou a afirmar que a gestão da Petrobras é “temerária e irresponsável”. Entre as críticas tucanas estão a questão da autossuficiência brasileira em petróleo e a redução do valor das ações da Petrobras.

Em nota divulgada logo após o seminário, a companhia respondeu ponto por ponto todas as questões abordadas pelos ‘especialistas tucanos’. A Petrobras explicou que em 2006, o país atingiu a autossuficiência em petróleo equiparando o volume da produção de petróleo ao de derivados consumidos à época. Entretanto, informou que entre 2007 e 2012, o crescimento da demanda por derivados teve alta de 4,9% no Brasil, contra um crescimento de 3,4% na produção. “A partir de 2014, a produção de petróleo no Brasil voltará a atingir a autossuficiência volumétrica, ou seja, volumes iguais de petróleo produzido e de derivados consumidos, contando a produção da Petrobras + Parceiros + Terceiros”, afirma a companhia.

Sobre a queda do valor das ações, a empresa diz que tem perspectivas positivas a longo prazo. “Iremos mais do que dobrar a nossa produção de petróleo no Brasil em 2020, atingindo 4.200 mil barris por dia de petróleo (ante uma produção de 1.980 mil barris por dia em 2012) por meio de projetos de alta rentabilidade, que irão se traduzir em elevados retornos para os nossos acionistas. Estamos aumentando a eficiência operacional da Companhia e otimizando nossos custos operacionais para entregar ainda mais valor para os nossos acionistas”.

Leia abaixo a íntegra do texto divulgado pela Petrobras:

1) Mito da autossuficiência:

O Brasil atingiu a autossuficiência em petróleo em 2006: a produção de petróleo no País equiparou-se ao volume de derivados consumidos à época. Entre 2007 e 2012, no entanto, o crescimento da demanda por derivados cresceu 4,9% no Brasil, contra um crescimento de 3,4% na produção de petróleo. A partir de 2014, a produção de petróleo no Brasil voltará a atingir a autossuficiência volumétrica, ou seja, volumes iguais de petróleo produzido e de derivados consumidos, contando a produção da Petrobras + Parceiros + Terceiros.

O Brasil, no entanto, nunca foi autossuficiente em derivados. O País sempre importou e continuará importando derivados até que entrem em operação as novas refinarias previstas no Plano de Negócios e Gestão 2012-16 da Petrobras. A curva de produção da Companhia apresentará um crescimento contínuo, até atingir 2,5 milhões de barris por dia em 2016 e 4,2 milhões de barris por dia em 2020. A produção de petróleo passará, então, a superar a produção de derivados, o que dará ao País, também, autossuficiência em derivados. Em 2020, planejamos ter 4,2 milhões de barris de petróleo por dia contra uma capacidade de refino de 3,6 milhões de barris por dia e um consumo de 3,4 milhões de barris por dia.

De fato o dispêndio com a importação de derivados de petróleo foi de US$ 7,2 bi acumulados ao longo do ano de 2012, mas houve também um ganho liquido de US$ 6,8 bi com as receita relativas a exportação de petróleo.

2) Perda de 47,7% do seu valor de mercado:

Em 11/03/2011 o valor de mercado da Petrobras era de R$ 398 bi e hoje (11/03/2013) R$ 234 bi tendo uma perda de R$ 164 bi, perdendo 41,2% do seu valor de mercado.

3) Perdas sucessivas no ranking mundial:

A Petrobras era a 3ª maior empresa em valor de mercado atrás da Exxon Mobil e a PetroChina ao longo do primeiro semestre de 2010 (em 03 março de 2010 o valor de mercado da Petrobras US$ 184,4 bi) após o processo de capitalização, hoje (12/03/2013) em estamos 7º lugar em termos de valor de mercado (1º Exxon, 2º PetroChina, 3º Chevron, 4º Shell, 5º BP, 6º Total).

4) Petrobras hoje: a imagem da desconfiança:

Não há desconfiança. A Petrobras tem grande facilidade de acesso ao mercado de dívida, a baixos custos, por meio de diversas fontes. Portanto, são justamente estes investimentos elevados que irão gerar retornos para nossos acionistas. A Petrobras é hoje reconhecida pelo mercado como a empresa que dispõe do melhor portfólio de ativos de petróleo e gás dentre todas as companhias de capital aberto no mundo. Portanto, altos níveis de investimento fazem todo sentido econômico, face às oportunidades que se apresentam para a Companhia. Somente no Brasil, a Petrobras dispõe hoje de 15,7 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em reservas provadas.

Ademais, com os volumes que potencialmente serão incorporados no pré-sal e o direito de produzir os barris da Cessão Onerosa podemos aumentar nossa base de volumes recuperáveis para um patamar de quase 30 bilhões de boe. Temos hoje, seguramente, a capacidade, a tecnologia, o conhecimento e os recursos necessários para transformar todo esse potencial em riquezas para nossos acionistas, que irão se materializar pelo crescimento de nossa produção, que irá mais do que dobrar em 2020.

É importante não esquecer que os investimentos da indústria de óleo e gás são de longa maturação, haja vista a complexidade das operações. Entretanto, não menos importante é destacar a celeridade como que fomos capazes de tornar o pré-sal uma realidade. O primeiro óleo do campo de Lula ocorreu em 2009, apenas 3 anos após sua descoberta, um resultado excepcional quando comparado à média da indústria mundial. Hoje, a Petrobras e seus parceiros já ultrapassaram o marco de 300 mil barris de petróleo por dia no pré-sal, um feito extremamente relevante.

5) Ações da Petrobras em queda:

As nossas perspectivas são as mais positivas possíveis no longo prazo. Iremos mais do que dobrar a nossa produção de petróleo no Brasil em 2020, atingindo 4.200 mil barris por dia de petróleo (ante uma produção de 1.980 mil barris por dia em 2012) por meio de projetos de alta rentabilidade, que irão se traduzir em elevados retornos para os nossos acionistas. Estamos aumentando a eficiência operacional da Companhia e otimizando nossos custos operacionais para entregar ainda mais valor para os nossos acionistas. Temos hoje cerca de R$ 166 bilhões de ativos em construção em nosso balanço patrimonial, ou seja, R$ 166 bilhões de ativos que ainda não geram caixa para a Companhia. Na medida em que esses e os demais projetos de nosso Plano de Negócios e Gestão entrem em operação, iremos aumentar ainda mais nossa geração de caixa e, por conseguinte, o valor gerado para nossos acionistas.

6) Pré-sal: o bilhete premiado que o Brasil pode perder:

A Petrobras não vai comentar.

7) Aumento do investimento no refino gera prejuízo:

Entre os anos de 2000 e 2012 o consumo de gasolina no país cresceu 68%, o de diesel 46% e o de querosene de aviação (QAV) 58%, reflexo evidente do crescimento da economia, da melhora das condições de emprego e renda da população e da ascensão das classes sociais. Diante de um mercado que cresce muito mais do que a média mundial, fica clara a necessidade de ampliação do parque de refino, retomando o investimentos em novas unidades, o que não era feito desde 1980, 33 anos atrás.

Apesar de operar com altíssima eficiência (96% da capacidade em 2012), a capacidade de refino disponível é de cerca de 2 milhões barris por dia para uma demanda de cerca de 2,2 milhões barris por dia. Por isso que a nova capacidade de refino é fundamental. Em2020 a capacidade de refino será de 3,6 milhões de barris por dia e a demanda será de 3,4 milhões de barris por dia, sendo esta a principal fonte de receitas da Petrobras. O investimento da Petrobras na Área de Abastecimento foi de R$ 29 bilhões em 2012.

8) Produção diminui e dívida cresce:

A produção de petróleo da Petrobras foi de 700 mil de barris por dia em 1995 e chegou a 1,5 milhão de barris por dia em 2003. De 2003 a 2012, o patamar de produção de óleo da Petrobras elevou-se de 1,5 milhão de barris por dia para 2,0 milhões de barris por dia, e chegará a 2,5 milhões de barris por dia em 2016 e 4,2 milhões de barris por dia em 2020.Convém esclarecer que quanto mais alto o patamar de produção de uma companhia, maior é o desafio de manutenção e crescimento deste patamar, dado que a natureza dos reservatórios de petróleo é o declínio natural da produção, que varia de 10% a 14% a.a. em campos de águas profundas.

Assim, para a sustentação e crescimento da curva, faz-se necessário um alto índice de sucesso exploratório, que agregue reservas e descobertas para a produção futura. Para fins de comparação, o Índice de Sucesso exploratório da Petrobras foi de 64% em 2012 (82% no pré-sal), enquanto a média mundial está em 30%.Além da necessidade de novas descobertas, a manutenção de patamares elevados de produção também depende da operação dos sistemas atuais com níveis adequados de eficiência operacional. Isso demanda, em alguns períodos, paradas programadas para manutenção com consequente queda da produção dessas unidades. Também ocorre, no caso das novas plataformas, um crescimento gradativo da produção (ramp-up). Esses são os fatores que explicam porque a produção da Petrobras não cresceu no ano de 2012 e no primeiro semestre de 2013, ano no qual 7 novas plataformas estão entrando em operação.

Quanto ao endividamento, as oportunidades de crescimento proporcionadas pelas novas descobertas anunciadas nesses últimos anos, em especial o pré-sal, colocaram a Petrobras em uma situação diferenciada em relação às outras empresas do setor, com um portfólio de projetos rentáveis a serem desenvolvidos que garantem o crescimento orgânico da Companhia.

Para financiar esse crescimento, foi necessário aumentar seu nível de endividamento, na medida em que apenas a geração operacional de caixa da Companhia não era suficiente para o aproveitamento dessas oportunidades. A dívida líquida da Petrobras ficou em R$ 148 bilhões no final de 2012. Porém, isso não é visto como negativo pelo mercado. Pelo contrário, ao longo dos últimos anos, o aumento do endividamento veio acompanhado da redução do custo de captação da Companhia e da melhora da avaliação de risco por parte das agências de rating. A Companhia aumentou o acesso a diversas fontes de financiamento com a redução do custo de captação em dólares para o prazo de dez anos de aproximadamente 9% a.a. em 2002 para aproximadamente 5% a.a. em 2012.

Em 2005, a Companhia recebeu a primeira avaliação de grau de investimento pela agência de classificação de risco Moody´s, tendo sido uma das primeiras empresas brasileiras a receber tal classificação. Desde então, vem recebendo melhoras adicionais nessa avaliação, sendo classificada igualmente pela Standard & Poor´s e Fitch.

9) Petrobras na mira do Ministério Público:

A Companhia reafirma que a aquisição da Refinaria de Pasadena deve ser compreendida no contexto anterior à descoberta do Pré-Sal, estava alinhada ao Planejamento Estratégico da Petrobras, à época, no que se referia ao incremento da capacidade de refino de petróleo no exterior e visava contribuir para o aumento da comercialização de petróleo e derivados produzidos.

Todas as aquisições de refinarias no exterior cumpriam com o mesmo objetivo estratégico que determinava a expansão internacional da Petrobras, apoiada em alguns pilares, a saber: processamento de excedentes de petróleos pesados brasileiros; diversificação dos riscos empresariais e atuação comercial em novos mercados de modo integrado com suas atividades no Brasil e em outros mercados.

10) Refinaria Abreu e Lima: custo da obra pulou de R$ 4,7 bilhões para R$ 41 bilhões:

As projeções iniciais de custos da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) referiam-se a um projeto em fase inicial de avaliação, cujo grau de definição permitia estimativas apenas preliminares em relação a custos de infraestrutura, demandas ambientais, integração entre unidades e extramuros.O maior grau de definição e detalhamento, incorporado a fatores como otimização de escopo, ajustes cambiais e aquecimento de mercado, entre outros, fez com que o valor do investimento tivesse um incremento com a evolução do projeto.

Diversos fatores contribuíram para as variações de prazo, entre eles a necessidade de realização, em alguns casos, de novos processos licitatórios devido a preços excessivos. Outros fatores importantes foram greves, condições ambientais e construção de infraestrutura para acesso ao local da obra.

Hoje, a RNEST já alcançou 70% de execução física em suas obras e o início de operação ocorrerá em novembro de 2014, com investimento previsto de US$ 17 bilhões, prazo e custo estabelecidos no Plano de Negócios e Gestão 2012-2016. Ainda há pleitos em discussão com as empresas contratadas que somam US$ 3 bilhões.

11) Gestão Gabrielli:

No período da administração do presidente José Sergio Gabrielli de Azevedo, entre 2005 e 2012, houve um aumento na Petrobras Controladora de 52% do efetivo próprio e de 130% de empregados de empresas prestadoras de serviços. incluindo aí todos os trabalhadores em obras, entre as quais duas grandes refinarias. Tais aumentos foram consonantes com o crescimento do investimento da Companhia, na ordem de 208%. No periodo anterior, de 1993 a 2001, não foram realizados concursos pela Petrobras.

12) Conteúdo local:

A indústria nacional de bens e serviços tem respondido à altura das demandas da Petrobras, com Conteúdo Nacional que por vezes supera o índice de 85% que é o caso dos projetos do Refino. O aumento do Conteúdo Nacional é possível para bens e serviços que hoje são importados e que apresentam escala econômica para serem produzidos no Brasil. Considerando as vantagens para as empresas, os principais benefícios são a redução dos custos operacionais, a proximidade da base de fornecedores, o aumento da capacidade de inovação da cadeia e a assistência técnica local.

SICSÚ: QUEM SÃO OS NOVOS CONSUMIDORES DEZ ANOS DEPOIS




Possuir um grande mercado doméstico de consumo é o desejo de qualquer país. Se, por um lado, a ampliação do mercado aumenta o acesso da população a bens de consumo, por outro, torna a produção nacional menos dependente de humores internacionais. É estratégico para um país possuir milhões de consumidores que vão aos mercados domésticos adquirir bens e serviços. Uma economia é menos afetada por crises econômicas internacionais quando tem o seu próprio espaço de vendas e compras.

Em termos econômicos e sociais, uma das mais importantes mudanças estruturais do Brasil nos últimos anos foi a constituição de um enorme mercado de consumo. Vários vetores impulsionaram essa transformação: a valorização do salário mínimo, a ampliação do crédito, a queda das taxas de juros, a ampliação do programa Bolsa-Família, a queda da taxa de desemprego, o aumento do emprego com carteira assinada e a elevação do rendimento dos trabalhadores.

O IBGE por meio da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) mostrou que o volume de vendas do comércio varejista dobrou nos últimos dez anos. A PMC com abrangência nacional teve início no ano de 2000. Além desse crescimento extraordinário, o segmento gera mais de 8,5 milhões de empregos formais, segundo o Ministério do Trabalho.

Os novos consumidores do mercado doméstico são trabalhadores. Houve nos últimos anos, uma enorme expansão da classe trabalhadora, aquela que “sua a camisa”, que sofre dia-a-dia nos transportes urbanos. Não é correto afirmar que a base que explica a expansão do mercado doméstico de consumo é uma nova classe média. A classe média é formada por médicos, advogados, administradores, psicólogos… profissionais liberais que não são capitalistas e nem despendem dia a dia a sua força física na produção de bens e na geração de serviços.

O alargamento do mercado doméstico tem como base milhões de indivíduos, homens e mulheres, que vendem a sua força de trabalho e recebem salário. Em sua maioria, ganham menos que três salários mínimos. São operários da construção civil, comerciários, motoristas, garis, empregadas domésticas, moto-boys etc. Eles são os novos consumidores brasileiros. É gente que imigrou para o sudeste de ônibus e hoje volta ao nordeste para visitar seus parentes de avião.

Em 2003, o mercado de consumo brasileiro era sustentado por 45,2% da sua população, que representavam as classes de renda A, B e C (eram 79,2 milhões de pessoas). As classes de renda D e E possuem baixa capacidade de compra que, ademais, é irregular. A partir de 2011, o percentual da população que passou a sustentar o mercado de consumo aumentou para 63,7% (o que equivale a mais de 122 milhões de brasileiros).

Mais de 42 milhões ingressaram, portanto, nas classes de renda A+B+C no período 2003-11. Majoritariamente não ingressaram na classe média, ingressaram tão somente nas classes de renda que podem consumir de forma regular. Este movimento reflete a expansão da classe trabalhadora. Em 2003, o Brasil possuía 29,5 milhões de trabalhadores formalizados. Em 2012, este número aumentou para quase 48 milhões. Além da quantidade de trabalhadores formais, também cresceu o número de empregados informais e de trabalhadores por conta própria.

Foi esse imenso mercado de milhões de consumidores que auxiliou o enfrentamento da crise financeira internacional de 2009. Naquele ano, esse conjunto de trabalhadores e suas famílias atenderam o apelo do presidente Lula para que não adiassem o sonho de trocar de geladeira ou de comprar um carro popular zero quilômetro.

Esse mercado de consumo também é um canal de desenvolvimento econômico. O Brasil possui consumidores que podem gerar compras, produção, investimento e milhões de empregos. É também um canal de desenvolvimento social na medida em que os milhões de empregos que é capaz de gerar são um importante instrumento de redução de desigualdades.


Fonte:Conversa Afiada
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...