Maurício Rands decide deixar o Partido dos Trabalhadores, entregar o mandato assim como o cargo de secretário no governo Eduardo Campos [PSB-PE]. Isso é um fato que, embora deva ser respeitado, merece algumas considerações. Pretendo fazê-las numa outra postagem.
A respeito da decisão de Rands, acabo de ler um artigo do ex-deputado federal Raul Jungmann [PPS-PE – sem mandato] e fiquei a me perguntar como alguém pode ser tão cara de pau.
Conhecido nos meios políticos e blogosféricos como aquele que adora uma câmera de TV, verborrágico e metido a “paladino da justiça”, Jungmann afirma, em artigo publicado em seu site [aqui], que
“Maurício, como tantos, fechou os olhos para os desvios e a degradação do seu partido, o PT. Até o dia em que este, desfigurado e implacável, o triturou e esmagou seus sonhos, humilhando-o publicamente.”
Engraçado e, ao mesmo tempo, descabido o teor dessa afirmação. Sobretudo, porque a “descrição” do comportamento de Rands e a “radiografia ética” do PT foram feitas por alguém que não olha para si e nem para o próprio rabo do partido a que pertence: o PPS do senhor feudal Roberto Freire [Esse mascarado não ganha nem eleição para síndico aqui em Recife].
Como Jungmann pode falar do PT nos termos colocados, se o PPS é um partido fisiológico e se alguns de seus parlamentares não estampam no rosto a virtude ética?
Algumas outras perguntas ainda podem ser feitas:
Por que o ex-parlamentar não escreve sobre o que alguns parlamentares do PPS andavam [talvez ainda andem] fazendo na calada da noite? Fernando Cláudio Antunes Araújo e o ex-secretário de Saúde e deputado federal Augusto Carvalho não são do Partido dos Trabalhadores. Certo, Jungmann?
Por que o “midiático” Raul Jungmann não escreve um artigo justificando por qual motivo aceitara ser conselheiro da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) da Prefeitura de São Paulo [aqui]? Acaso virou cidadão de lá e conhece o trânsito daquela metrópole como a palma de sua mão? Isso é ético?
Agora vem nos falar em “desvios” e “degradação” no Partido dos Trabalhadores.
Ora, senhor Jungmann! Olhe para o rabo de seu próprio partido, pois ele, o rabo de seu partido, pode estar, sobranceiro, reinando nos esgotos da vida pública.