sábado, 15 de dezembro de 2012

OUTRO TEXTO PARA O PT COVARDE LER: O AGENDAMENTO CONSERVADOR, POR SAUL LEBLON



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O dispositivo midiático conservador exercita há quatro meses o poder de pautar a agenda política do país. É um massacre.

A novela do chamado 'mensalão' revelou-se um cavalo de Tróia dos interesses contrariados pela ampliação do espaço progressista na sociedade brasileira. 

Como fica a cada dia mais explícito, a reação conservadora cozinha nesse julgamento um cardápio inteiro para 2014. 

Um dos pratos principais é a tentativa de dissolver Lula num caldeirão fervente de suspeição. 

A meta é transformá-lo num frango desossado incapaz de equilibrar-se de novo, sobretudo num palanque. 

Vivemos um ensaio desse banquete pantagruélico que atrai todas as bocas famintas de 2002, 2006 e 2010. 

Avança-se em fatias, comendo o mingau pelas berbas na arguta percepção de que é preciso aleijar o corpo antes de atacar o coração. 

Coisa de profissionais do ramo. O ramo do neogolpismo; aquele que arremete por dentro das regras institucionais, aliás invocando o papel de guardião daquilo que golpeia.

O novo ferramental não se dispensa dos artefatos do velho repertório. 
Em certa medida, vive-se um revival do clima de 2002, quando a falta de respeito e o preconceito de classe ilustraram a que ponto pode chegar a polidez das elites quando o céu que as protege ameaça cair em mãos alheias. 

Diariamente uma ração de manchetes, colunas e escaladas televisivas, ademais de sobrancelhas em pinça, esgares e olhares insinuantes destilam o mesmo e incontido ódio "à la 2002". 

Em qualquer guerra o bombardeio intenso não transforma a saturação em apoio ao agressor. 

As três vitórias sucessivas do PT, nenhuma delas com apoio deles, evidenciam um limite a partir do qual o peso da realidade pulsa na formação da consciência social. 

A brecha tende a se alargar à medida em que cresce o saldo positivo das gestões petistas -- a palavra saldo não condensa uma evolução linear, nem isenta o percurso das contradições inerentes a governos policlassistas de centro esquerda. 

Marmorizado no cotidiano da população o legado da década petista forma um repertório que adensa a percepção de um país distinto do ecoado pelo bumbo conservador. 

O atrito obriga o agendamento a radicalizar a narrativa.

Analistas de maior consistência são vencidos pelo alarido grosseiro do segundo escalão. A fotografia cede ao photoshop, literalmente e eticamente.

Tome-se o exemplo a página 2 da Folha.Ali escreveram progressistas como Antonio Calado e conservadores como Otto Lara Resende, entre outros. Ambas as cepas com expressões de alto nível.

Tornou-se um rodapé intelectual. 

Excetuadas honrosas exceções, respinga ali o suor inglório dos que brigam com as palavras para compensar a irrelevância com decibéis. 

Isso para não falar de casos clínicos. 

'Veja', que um dia foi dirigida por Mino Carta, é cada vez mais um desengonçado encadernamento de rascunhos do Tea Party. 

O efeito bumerangue é inevitável. 

A forma como o panfleto da Abril rejeita a regulação da mídia é um testemunho da pertinência da regulação da mídia.

O conjunto expõe a armadilha que enredou o conservadorismo em uma contradição nos seus próprios termos. 

Quanto mais espaço abre ao escalão beligerante , maior o fosso entre a percepção sensorial do país e o que as manchetes martelam. 

Parece uma boa notícia. E uma parte do governo acha que resolve o embate dessa forma.

Engana-se. O outro lado também sabe que corre contra os ponteiros da história.

A radicalização observada neste momento não deve ser encarada como um hiato. 

É um ciclo de tudo ou nada. E reserva pouco espaço à acomodação

O blog Grupo Beatrice (http://grupobeatrice.blogspot.com.br/) qualifica de forma interessante essa natureza ambígua do poder de agendamento conservador nesse momento.

Uma pesquisa feita por estudantes de jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi São Paulo discute a tese de que o dispositivo midiático já não tem mais o poder de eleger presidentes ou forçar impeachments.

Mas ainda é eficiente em estabelecer pautas e agendas como a do julgamento da AP 470. 

No dizer do 'Beatrice', o aparelho de difusão conservador já não determina como pensar, mas retém o poder de prescrever 'sobre o que' pensar.
Metaforicamente, a condição de pautar a sociedade remete à modelagem totalitária de um mundo administrado no qual a ficção é a realidade, como no filme Matrix. 

A diferença sutil entre 'o que' e 'sobre o que' tem implicações políticas nada desprezíveis. 

A primeira é demonstrar que o poder antagônico não é absoluto. O que parece animador.

Mas envolve essa contrapartida virulenta de quem, repita-se, sabe que corre contra o tempo. E avança para o tudo ou nada, antes que seja tarde.

O lado oposto, o das forças progressistas --e o do governo-- deve socorrer-se nas lições práticas que os momentos de intensa polarização histórica como esse deixaram.

A gravidade da hora impõe o dever de repetir incansavelmente : se o dispositivo midiático conservador mantém uma escala de difusão capaz de determinar sobre o que o país deve ou não pensar, não adianta ater-se ao manejo eficiente da economia para contrastá-lo. 

Isso é indispensável, mas não é suficiente. E até para que ocorra é imprescindível afrontar o poder de alcance do monopólio difusor.

De duas formas.

Com um novo marco regulatório das comunicações, que resguarde o equilíbrio de pontos de vista requerido pela democracia; e, antes disso até, como pede o tique-taque do relógio político: propiciando à mídia progressista condições legítimas para expressar um ponto de vista que hoje, objetivamente, reflete os interesses históricos dos novos atores majoritários do país.

Postado por Saul Leblon às 06:01

Fonte:   Carta Maior

MAIS UM TEXTO SOBRE A COVARDIA DO PT: A POLÍTICA É COMO O BOXE: QUEM NÃO BATE, APANHA

Davis Sena Filho      DAVIS SENA FILHO


Um dia escrevi que se o golpe vier, Lula tem de ir às ruas. É o título do artigo. Muitos leitores concordaram comigo. Entretanto, outros me contestaram, e alguns resolveram optar pelas ofensas pessoais. Até entendo, porque faz parte do processo quando você escreve para o público e em sites ou portais que milhares de pessoas acessam-nos diariamente e emitem suas opiniões e defendem seus princípios políticos, de classe social, suas ideologias e até mesmo seus preconceitos, alguns com conotações raciais ou estéticas. Enfim, compreendo... a selvageria é inerente àqueles que querem um país para poucos.
Contudo, o que eu não compreendo é a falta de reação do Governo trabalhista e do PT, no sentido de serem mais assertivos no que se trata sobre o embate político e à rápida resposta aos ataques de um sistema midiático de direita, que se associou a homens e mulheres membros do Poder Judiciário, que resolveram fazer política, inclusive a partidária, pois se aliaram, e às claras, com o trinômio PSDB, DEM e PPS, partidos de essência conservadora, derrotados nas últimas três eleições para presidente da República e que recentemente perderam a prefeitura de São Paulo para o PT de Lula e Fernando Haddad, que vai assumir em 2013 a cadeira de prefeito.
A política é como o boxe: quem não bate, apanha. O PT, partido forjado nas fábricas do ABCD e também na USP para o desgosto dos quatrocentões patrimonialistas, sempre foi uma agremiação política aguerrida e disposta a enfrentar qualquer tipo de embate e de luta política. Hoje um amigo meu e ex-colega de trabalho e que vota em candidatos e partidos conservadores me enviou a seguinte mensagem: "Se prepara mano velho que agora é só pedrada". Ele tem razão quando o PT e o Governo recuam e aceitam que a eles sejam imputadas inverdades, leviandades cometidas por gente que se veste de Batman e que se estivesse em um balé quereria tomar o lugar do bailarino protagonista. Gente que acusa integrantes do PT até de crimes que nunca cometeram.
A desfaçatez é tão surreal que quando a Polícia Federal investiga e prende servidores públicos e políticos da base do Governo trabalhista ou do PT, suas ações são consideradas republicanas. Todavia, quando a PF efetiva ações em que estão envolvidos empresários, políticos da oposição, membros da PGR e do STF e jornalistas militantes da imprensa conservadora de negócios privados, o Governo e o PT são acusados de "aparelhar o estado", evidência que tem forte conotação política, porque a verdade é que a direita está a afirmar que o Partido dos Trabalhadores atua de forma stalinista, quando a realidade é que o PT no poder é profundamente democrático e tão republicano que hoje tem de enfrentar juízes e promotores nomeados por ele, que lhe fazem uma oposição desleal e que tem por finalidade desgastar e desconstruir suas representatividades proeminentes, com o intuito de ajudar o PSDB a vencer as eleições presidenciais de 2014.
Esse é o modus operandi  de um Judiciário e de uma imprensa que lutam desesperadamente para manter intactos o status quo dos inquilinos da Casa Grande. O STF judicializou a política. A PGR a criminalizou. E os barões donos da mídia monopolizada tratam de divulgar os supostos escândalos, de forma sistemática e que denotam todo o ódio e o desprezo que a classe rica e muita rica tem pelo Brasil, pelo seu povo e principalmente pelos políticos trabalhistas que conquistaram o poder por intermédio do voto e que hoje sofrem com um processo draconiano de propósito golpista, que dia a dia, mês a mês e ano a ano tenta desconstruir a imagem de um político respeitado e considerado pelo povo brasileiro, bem como admirado profundamente no exterior, pois tratado como mito político e humano decorrente de sua espetacular biografia.
A nossa "elite" controladora dos meios de produção é ridícula, provinciana e intelectualmente limitada e desonesta. Temos uma imprensa que caça o Lula e por isso o ex-mandatário se tornou um alvo de enorme repercussão. É a única imprensa que faz oposição a um ex-presidente, político que saiu do poder e por isso não tem mandato. E sabem por quê? Porque quando ela lembra de Getúlio Vargas sente calafrios. Enquanto em outros países a oposição combate quem está no poder, no Brasil acontece o contrário, porque nós temos a pior classe rica do planeta, herdeira de uma escravidão que teve a duração de 350 anos e que explorou de forma infame cerca de quatro milhões de africanos, em um tempo remoto, praticamente sem tecnologias. Os proprietários da Casa Grande jamais vão perdoar a Senzala, que ousou entrar nos Palácios do Planalto e da Alvorada, pisar em seus luxuosos tapetes e sentar na cadeira presidencial, por intermédio de Lula.
Tal acontecimento foi de mais para essa gente branca, de olhos azuis, ternos alinhados e perfumes caros, que se comporta como se fosse "superior", porque que vive de forma abastada e farta por causa da dedicação, da determinação e do talento do seu empregado, o trabalhador brasileiro, a quem ela pouco emprega, porque, proporcionalmente, quem contrata no Brasil são os micro e médios empresários, que nos governos trabalhistas de Lula e de Dilma foram considerados e respeitados e por isso receberam crédito por meio dos bancos de fomento, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e até mesmo o BNDES, que, para quem se interessar, empresta três vezes mais do que o Banco Mundial — o Bird.
Além disso, Lula pagou a dívida externa, as reservas do Brasil são da ordem de R$ 400 bilhões e, no decorrer de dez anos, os governantes trabalhistas fizeram o Brasil crescer exponencialmente, os salários aumentaram de valor e o desemprego é quase um risco nas estatísticas, ou seja, vivemos o pleno emprego. Somente para ficar nisso, porque se não eu teria de me alongar. Esse conjunto de conquistas e de melhorias sociais e econômicas gerou um ódio incomensurável nas classes sociais preconceituosas, levianas e tolas, pois que não percebem ou se negam a perceber que um Brasil robusto economicamente e politicamente propicia desenvolvimento, distribuição de renda e de riqueza ao conjunto da sociedade e não apenas, por exemplo, aos acionistas das empresas de energia cujos interesses foram defendidos pelos governadores tucanos de São Paulo, Goiás, Paraná, Minas Gerais, bem como pelo aliado do PSD de Santa Catarina, que boicotaram o projeto do Governo trabalhista de baixar os preços das tarifas de energia, que tem o apoio dos empresários da Fiesp e da Firjan.
A direita tucana é tão leviana e descompromissada que sabotou a diminuição do preço da energia. Essa gente é tão midiática e judiciária (o STF é o alicerce das "elites") que defende privilégios, quer um Brasil VIP e, portanto, para poucos, exatamente aqueles que se consideram escolhidos, quiçá, por Deus. Afinal, eles rezam com os padres Marcelo Rossi ou Zezinho, além de terem o apoio incondicional do Opus Dei. Se tiver dúvida, pergunte ao José Serra e ao Estadão. É muita falta denonsense, um disparate. Lula é o alvo. Juízes, procuradores, barões da imprensa, jornalistas e políticos conservadores a serviço do establishment e por causa dessa realidade precisam derrotar os trabalhistas como fizeram com Getúlio Vargas e João Goulart, que edificaram as bases do Brasil moderno e civilizaram a nossa sociedade por intermédio das leis trabalhistas.
É um acinte, um despropósito e uma inconveniência a atuação política dessa gente que quer transformar o Brasil em um grande Paraguai, que amarga forte censura ao ficar fora das decisões da Unasul e do Mercosul. É tal qual eu li outro dia: as classes hegemônicas desse País, na verdade, gostariam que o tempo voltasse e que o nosso Brasil ficasse "congelado" no tempo, a continuar a ser um gigantesco fazendão de plantação de café ou de cana de açúcar. O País do cafezinho e da garapa.
Seria ótimo para eles, os inquilinos da Casa Grande. Super cômodo. Afinal, os colonizados com um imenso complexo de vira-lata se quiserem tomar um banho de civilização bastariam ir à Corte, como o fez, de forma ridícula e sem noção, o senhor Paulo Francis. Hoje, por causa do Lula, a Danuza Leão tem de comprar passagens para ir a Nova York, a Paris ou a Londres juntamente com seu porteiro. Danuza não tem culpa de sua iniquidade, mas ela poderia deixar de fora o rei da selva, que tem de lutar duramente para sobreviver — o Leão.
Contudo, não vai ser possível para os imperialistas de pensamentos colonizados viverem em um mundo à imagem deles refletido na abominável Casa Grande. Um lugar onde poucos se locupletam e se divertem, enquanto a enorme maioria fica a sofrer na Senzala, a fim de propiciar aos herdeiros dos escravos e às suas dondocas as delícias e as satisfações adquiridas com a pobreza e o trabalho da maioria. É disto que se trata. Por isto e por causa disto, a burguesia jamais vai esquecer o Lula, mesmo se ele estiver fora do poder. A esquerda tem de reagir, porque a política é como o boxe: quem não bate, apanha. É isso aí.

Fonte:   Brasil 247

MAIS UM TEXTO PREVENDO O GOLPE. OS BLOGUEIRO "SUJOS", QUASE TENDO UM ENFARTE. LULA, NÃO SE DEFENDE. DILMA, PARECE QUE NÃO É COM ELA. E O PT, COVARDE.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


Operação 2014

E reaparece meu pai, Giannino, e não diz “profetica anima mea”, alma minha profética. Confirma apenas “mala tempora currunt” e comenta como é elementar a tarefa do analista político nas nossas latitudes. Refere-se, está claro, ao jornalista honesto, habilitado a perceber a previsibilidade dos movimentos dos senhores da casa-grande.
Até o mundo mineral recorda os tempos precedentes ao golpe de 1964 e reencontra aquele tom de fúria nos jornalões dos últimos dias. Desfraldam manchetes dignas da eclosão da guerra atômica. Está em curso, de fato, uma operação na mira de 2014, articulada em duas frentes com o mesmo objetivo: a debacle final de quem ousasse preocupar-se com o destino do País todo, senzala incluída.
Guido Mantega. O governo e o Brasil precisam dele
Foto: ©AFP / Evaristo Sa
Em uma frente visa-se Lula, sua popularidade e seu peso em relação ao futuro da presidenta Dilma. Ocorre assim que venham à tona detalhes do depoimento prestado há três meses por Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República. Vazados por quem? Pelo próprio Roberto Gurgel em busca de desforra? Há figuras ilustres engajadas na campanha, imponente entre elas o novo presidente do STF, Joaquim Barbosa, o qual se apressa a declarar que o ex-presidente pode ser investigado pelo Ministério Público. Ao lado do nosso Catão postam-se prontamente (e quem mais?) os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Mendes é aquele, para quem esqueceu, que chamou às falas o então presidente Lula, pediu e ganhou a cabeça do delegado Paulo Lacerda, acusou a Abin de um grampo inexistente e trabalhou com êxito para o enterro da Operação Satiagraha e a felicidade de Daniel Dantas. Quanto a Mello, dispensa apresentação no seu inesgotável papel de homem-show.
Não falta um colaborador de elevada qualificação, o feliz contraventor Carlinhos Cachoeira, parceiro de Policarpo Jr., impagável representante daVeja em várias operações criminosas. Quem sabe a dupla se consolide no momento em que Cachoeira realizar sua ameaça: “Sou o garganta profunda do PT”. O que espanta, nisso tudo, é a falta de reação à altura por parte do partido. Parece estabelecida uma corrente de pusilanimidade entre Odair Cunha e a presidência do PT, dotada de uma vocação cristã alçada à enésima potência: não lhe basta oferecer a outra face, imola-se por inteiro.
E que dizer do desempenho do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo? Imerso em perfeito silêncio diante de acontecimentos que dizem respeito à sua pasta. Quando fala manifesta, não sem altaneira timidez, sua impressão (ou seria sensação?) de que Lula é inocente. Consta que este ministro tem amigos graúdos e costas quentes. Outro, digníssima figura merecedora do apoio deCartaCapital, é o alvejado Guido Mantega, em boa parte executor da política econômica do governo. Se atiram nele, sejamos claros, é porque querem atirar na presidenta.
Eis aí a segunda frente da Operação 2014. A política econômica do governo enfrenta e desafia interesses poderosos. É antídoto salutar à religião do deus mercado que infelicitou e infelicita o mundo, mexe mais ou menos profundamente com o setor elétrico, reduz os juros e o spread. Atinge bancos e indústria, fecha a porta para os ganhos extraordinários na renda, até ontem tão compensadores dos resultados medíocres na produção. Além fronteiras, cria alvoroço entre os fundos acostumados ao ganho abundante na terra brasilis.
Há quem diga que teria sido da conveniência do governo coordenar sua ação entre os envolvidos, negociar com o empresariado, cativá-lo. A quais empresários alude? Aos que financiam o Instituto Millenium, ou, pelo menos aprovam sua presença? Aos que devoram as páginas dos jornalões e se deslumbram com seus candentes editoriais? Missão complexa, se não impossível, para o coordenador. Explica-se desta maneira a estulta, penosa tentativa de ver fritado o ministro Mantega para, ao cabo, criar dificuldades para a presidenta, quem sabe insanáveis, na expectativa malposta.
Avulta, nisso tudo, a diferença dos tempos. Entre aquele das diatribes golpistas de quase 50 anos atrás e as de hoje. CartaCapitalpermite-se um aprazível momento de otimismo. O que mudou é o povo brasileiro, a maioria da nação. Esta não está nem aí, como se diz. Talvez nunca tenha sido capaz de dar ouvido às ordens da casa-grande, executou-as, porém, passiva e automaticamente, negada à compreensão do seu significado. Agora não lhe ouve os apelos porque fez a sua escolha, e não é a favor dos senhores e dos seus capatazes.
Mino Carta
No CartaCapital
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