domingo, 6 de novembro de 2011

ISTO NÃO É UM ' POST", É APENAS UM COMENTÁRIO

SE A FRANÇA E A GRÃ-BRETANHA TOMAREM O IRÃ E SE A VEJA DERRUBAR MAIS UM MINISTRO, JOGO A TOALHA. NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PARA A LUTA.

PHA: NA COMUNICAÇÃO O BRASIL É A DITADURA PERFEITA




    E ainda pensam que o copo determina a qualidade do vinho

    Este ansioso blogueiro participou de seminário promovido pela Ajuris, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul e o blog Carta Maior, nesta quinta-feira.

    Entre os expositores, o desembargador Claudio Baldino Maciel – clique aqui para ler Liberdade de imprensa não é bem assim , Pascual Serrano (do site Rebelión, da Espanha), Juremir Machado, Breno Altman (Altercom), prof. Venicio Lima, Bia Barbosa (Intervozes), deputada Luiza Erundina (líder da Frente Parlamentar pela Democratização da Comunicação, e membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, que não consegue discutir a renovação das concessões das redes de televisão), e o ex-Ministro Franklin Martins.

    Clique aqui para ler “Ley de Medios: não se pode esperar nada do Governo ou do Congresso”

    Clique aqui para ler “Franklin e a Ley de Medios: tudo dentro da Constituição”

    A seguir, trechos – não literais – da exposição deste ansioso blogueiro:

    A Globo tem um pouco menos que 50% da audiência da televisão brasileira.

    E mais do 70% de toda a verba da publicidade da televisão brasileira.

    A televisão detém 50% de toda a publicidade brasileira.

    Do tijolinho para vender uma moto usada em Joboatão ao break do jornal nacional.

    Tudo somado, a tevê fica com 50%.

    Logo, a Globo, a família Marinho, com 50% da audiência e 70% da verba, põe no bolso R$ 0,35 de cada R$ 1 investido na publicidade da sexta (ou quinta) economia do mundo.

    A Globo é uma empresa fechada, que explora uma concessão de serviço público, o espaço eletro-magnético, que pertence ao povo brasileiro.

    Póóóde ?

    Agora, a Globo quer impedir uma segunda opinião sobre a audiência em tevê.

    Ela só quer o IBOPE

    O que isso significa para a democracia brasileira ?

    Em 1998, na eleição para governador de São Paulo, o IBOPE, aqui também chamado de Globope, fechou para o cliente Paulo Maluf, uma pesquisa que o colocava à frente da Marta Suplicy.

    Essa mesma pesquisa o jornal nacional divulgou na sexta-feira, na ante-véspera da eleição no primeiro turno.

    Com Maluf na frente da Marta.

    Só que, na sexta-feira, a Marta já tinha ultrapassado o Maluf e ela é que ia para o segundo turno com Mario Covas.

    Com o Globope do jornal nacional, muitos eleitores da Marta preferiram o “voto útil” e votaram no Covas, para derrotar o Maluf.

    Maluf foi para o segundo turno com Covas e assim Covas se elegeu governador de São Paulo.

    Na segunda feira, este ansioso blogueiro, apresentador do Jornal da Band, entrevistou o deputado federal mais votado, José Genoino, do PT.

    E nos bastidores avisou que ia perguntar sobre a patranha do Globope contra a Marta.

    Genoino reagiu enfaticamente: não, sobre isso eu não falo !

    Na Argentina – ah!, que inveja da Argentina ! – a Cristina Kirchner comprou o “Brasileirão” da Globo (Clarin) e exibiu no horário nobre da TV Educativa.

    E distribuiu o sinal para que outras emissoras exibissem quando lhes desse na telha.

    Aí, a Cristina descobriu que o IBOPE argentino dava para o “Brasileirão” da TV Educativa uma audiência muito menor do que quando era da Globo (Clarin).

    O que fez a Cristina ?

    (Ah!, que inveja da Cristina !) ?

    Rompeu o contrato com o IBOPE e pôs uma empresa independente, supervisionada por acadêmicos de diversas universidades, para medir a audiência.

    O IBOPE da TV Educativa ficou parecido com o que o “Brasileirão” dava na Globo (Clarin).

    Sabe quem era o IBOPE da Argentina ?

    O IBOPE do Brasil !

    O mesmo !

    Só que lá era conhecido como IBOPÍN …

    O nobre deputado gaúcho Henrique Fontana, relator do projeto da Reforma Política, informa que, com menos de R$ 500 mil não se elege um deputado estadual no Rio Grande do Sul.

    E com menos de R$ 1 milhão ninguém se elege deputado federal.

    (Por isso ele defende o financiamento publico exclusivo, mas o PSDB e o PMDB são contra Por que preferem o Caixa Dois, que é a alternativa ao financiamento público ?)

    E o que tem o Globope com isso ?

    Porque se um partido sai mal nas pesquisas do inicio da campanha, babau.

    Não tem grana.

    Globope e Datafalha, que dão invariavelmente o Cerra na frente nas pesquisas iniciais, são uma chave para abrir o cofre dos financiadores: empreiteiros, industria farmacêutica, educação privada, tabaco …

    O que isso tem a ver com a democracia ?

    Tudo !

    Daqui a pouco, os parlamentares vão se vestir como piloto de Fórmula Um: cobertos de patrocinadores.

    O que isso tem a ver com uma Ley de Medios ?

    Tudo !

    A Globo é o elefante na sala da Democracia.

    Nos últimos três anos, caiu a audiência da Globo.

    Mas, ela não perde espectador nem um centavo de publicidade para os concorrentes.

    Perde para si própria.

    Perde audiência para os que vão para a internet e seus diferentes portais; para o cabo e o satélite e assistem à programação nacional controlada pela Globo; ou compram o “Brasileirinho” no pay-per-view.

    Três famílias controlam a mídia de um país de 200 milhões de almas.

    Os Marinho (e seus donatários, como a RBS), os Frias, e os Mesquita, que sub-locaram o Estadão aos bancos estrangeiros credores.

    Essas três famílias e seus donatários controlam tevê, rádio, jornal, revistas, agencias de noticias e portais na internet.

    E num mesmo mercado – e tome propriedade cruzada !

    (Clique aqui para ler Venicio Lima sobre a propriedade cruzada nos EUA (lá não pode !) e aqui )

    Nenhuma nova democracia no mundo toleraria essa concentração de poder.

    “Novas democracias” são Portugal, Espanha, Argentina, México, Chile, Uruguai.

    Essa é uma jabuticaba brasileira.

    Antonio Carlos Magalhães dizia: se não saiu no jornal nacional não aconteceu.

    Caetano, antes de trabalhar na Globo, dizia que assistia ao jornal nacional para saber o que o jornal nacional queria que ele pensasse que aconteceu.

    O Ricardo Teixeira diz que enquanto a Globo não falar mal dele, nada lhe acontecerá.

    Hoje, fica assim: se saiu no jornal nacional, NÃO aconteceu.

    E isso tende a se perpetuar, até que a televisão morra para dentro de sua própria obsolescência tecnológica.

    O Presidente Lula não fez e a Presidenta Dilma não fará uma Ley de Medios.

    O Ministro Bernardo adiou a discussão sobre o assunto para 2012.

    Para que o PiG (*) não diga que a discussão ficou prejudicada pelas Festas do Natal.

    Em 2012, pondera-se, tem o Carnaval, a Semana Santa e as eleições para prefeito.

    2013 fica muito perto da eleição de 2014 e o PiG vai dizer que é manobra para censurar o PiG.

    2014, nem pensar.

    Quem ousará tocar na Globo num ano de eleição !

    Aparentemente, o Governo Dilma tem uma visão temo-tecnicista da liberdade de expressão.

    “Temo”, porque teme a Globo.

    “Tecnicista”, porque acredita que a banda larga vai promover a democracia.

    É como acreditar que o copo determina a qualidade do vinho.

    Outro ingrediente dessa “democracia” brasileira no campo da liberdade de expressão, é a reprodução, aqui, de manobra que não deu certo nos estados Unidos.

    Calar os independentes com processos judiciais.

    Censurar pelo bolso.

    Tentar manipular a Justiça.

    É o caso da perseguição aos blogs que o Padim Pade Cerra chamou de “sujos”.

    No Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé, temos notícia de dezenas de blogueiros perseguidos na Justiça do interior do Brasil por prefeitos, vereadores e empresários suspeitos de corrupção.

    Juca Kfouri é o campeão nessa prova.

    Ricardo Teixeira move contra ele 50 ações judiciais.

    NassifAzenha e Rodrigo Vianna são vítimas da mesma estratégia.

    Devo ser o vice-campeão.

    Costumo afirmar no Conversa Afiada, “diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és”.

    Ou como dizia o ínclito presidente Itamar Franco, fundador do Plano Real e do programa de genéricos, “quem melhor me define são meus inimigos e, não, meus amigos”.

    Sofro, provisòriamente, 40 ações, com a recente entrada de Paulo Preto no elenco

    Treze das ações são de autoria do banqueiro condenado Daniel Dantas.

    Também sou homenageado por Gilmar Mendes (autor de dois HCs em 48 horas para tirar Daniel Dantas da cadeia), Heráclito Fortes, Eduardo Cunha, Naji Nahas e outros da mesma estirpe.

    É uma galeria que me honra.

    Mas, acima de tudo, é uma agressão à liberdade de expressão.

    É a tentativa de manipular a Justiça para censurar jornalistas pelo bolso.

    (No caso deste ansioso blogueiro, a tentativa é inútil.)

    Acabo de voltar do México, onde se acredita que o Partido Revolucionário Institucional, o PRI, vai voltar ao poder na eleição presidencial do ano que vem.

    Segundo o Premio Nobel Mario Vargas Llosa, em entrevista ao jornal Excelsior, da cidade do México, o PRI vai voltar ao poder, para fazer um acordo com o narco-trafico.

    Foi Vargas Llosa quem disse que, nos 70 anos em que esteve no poder, o PRI construiu uma “ditadura perfeita”.

    Por fora, uma democracia.

    Por dentro, uma ditadura.

    “Ditadura perfeita” – é o Brasil no campo da liberdade de expressão.

    Paulo Henrique Amorim

    (*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista



    FONTE:  

    Cada vez menor o complexo de vira-latas

    Por Rodolpho Motta Lima

    Divulgados os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) apurados pelas Nações Unidas, digam o que disserem os mal intencionados, a verdade é que estamos caminhando no sentido positivo. E o caminho escolhido pelos governos mais recentes do país, no sentido de reduzir as desigualdades sociais, é o único capaz de nos colocar na posição que todos almejam.  

    Dias antes da divulgação do IDH, foram apresentados os números do desemprego no Brasil, apontando 2011 como mais um ano em que se estabelecem invejáveis  índices no âmbito do trabalho. Até setembro, os desempregados brasileiros representavam , na média anual,  6,2% , mas em igual período do ano anterior esse número era de 7,1%. Essa média anual era de 12,3% em 2003 e nos últimos anos vem registrando sucessivas quedas: foi de 8,2% em 2009 e 6,7% em 2010. Enquanto isso, o índice ronda os 10% nos EUA e na zona do Euro (em média), onde na Espanha chega a 22% e a 17% na Grécia.

    Embora  dados estatísticos sempre possam ser objeto de manipulação, no caso do Brasil os  números da diminuição do desemprego estão em absoluta consonância com outros indicadores. Uso essa palavra e me recordo de uma charge, relativa a outros tempos do país, em que a expressão “indicador de desemprego” era usada para referir-se ao dedo indicador do patrão demitindo trabalhadores...

    No presente, ao contrário, e sem exageros ufanistas (que nunca ajudam) , a expressão tem assegurado o seu valor positivo, porque vem acompanhada de elementos que a justificam. Está aí a nova classe média – aquela que, para desprazer de alguns, já está fazendo suas viagens de avião, já está inserida no mundo digital da comunicação, já está dotando seus lares de um relativo nível de conforto. Os componentes  dessa classe média e o seu comportamento social  são  uma consequência  indiscutível  dos números registrados no âmbito do emprego.  

    Há muito a fazer no Brasil, no plano social, no tocante à redução das desigualdades. E não é por acaso que a presidenta Dilma elegeu o combate à pobreza como sua busca maior. Gostem ou não da frase os ressentidos com o êxito de políticas como essas, que redundaram na redução do nível de desemprego, a verdade é que nunca  na história medianamente recente do país se perceberam com tão grande clareza os seus avanços sociais, que repercutem no mundo todo e nos colocam em condição de ser um dos  protagonistas do século XXI. O Brasil tem o respeito do mundo, e isso até o mais ferrenho adversário do atual projeto governista – de Lula para cá – teria obrigação de reconhecer.

    Atravessamos um período de turbulência econômica em 2008 – fruto da ganância, do desequilíbrio e do descompromisso social que marcam o sistema econômico predominante no planeta – e conseguimos passar por ele sem grandes danos, graças a uma ousada estratégia econômica. Lembro-me de Lula sendo objeto de escárnio pelos especialistas de plantão quando, estimulando o consumo entre os brasileiros,  afirmou que o tsunami mundial seria uma marolinha para nós. Mas será que,  considerados os poucos problemas que enfrentamos,  não foi isso mesmo que aconteceu?

    Aponta-se para um futuro próximo em que o nosso país estará entre as 5  grandes economias de todo o planeta, algo inimaginável  há bem pouco tempo, em que aqui predominava um tipo de pensamento subserviente, o tal “complexo de vira-lata” (imortalizado pelo Nelson Rodrigues)  que nos cravava como condenados à passividade dos colonizados. Esse pensamento, no âmbito do trabalho, encontrava vertente na aceitação preconceituosa  da afirmação de que os brasileiros eram, desde os seus ancestrais índios, um povo que não gostava de trabalhar... E ainda tem seguidores entre aqueles que afirmam que projetos sociais de natureza assistencial levam a nossa gente a não querer trabalhar... 

    Voltando à questão do desemprego,  é claro que, enquanto cidadãos conscientes, devemos nos engajar na luta pelo emprego total, ainda que utópica, e, mais que isso, pela remuneração condigna para todos os que trabalham, uma outra luta tão velha quanto o mundo,  que opõe exploradores e explorados. Aqui, cabe lembrar a saga das mulheres contra a desigualdade salarial que o resíduo machista ainda lhes quer impor. E, mais que tudo, não podemos um segundo sequer nos desligar do combate a essa iniquidade ímpar das relações humanas, chamada “trabalho escravo”, ainda muito presente entre nós. Mesmo assim,  podemos e devemos comemorar avanços nessa área. Cada trabalhador empregado não é apenas alguém capaz de garantir sua subsistência e a de sua família, mas um indivíduo socialmente integrado, apto a participar dos destinos da nação, como verdadeiro cidadão.

    É sempre bom terminar considerações desse tipo lembrando Gonzaguinha e um fragmento de sua antológica composição “O homem também chora”:  Um homem se humilha / Se castram seu sonho / Seu sonho é sua vida / E vida é trabalho... /E sem o seu trabalho / O homem não tem honra / E sem a sua honra /Se morre, se mata...”

    Folha, Estado, Veja e televisões minimizam corrupção em SP


    No último dia 12 de outubro, este blog cobriu ato público “contra a corrupção” que começou no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, e terminou no “Centro Velho” da cidade, na praça Ramos de Azevedo, diante do Teatro Municipal de São Paulo. A matéria reproduziu respostas a um questionário que esta página apresentou aos manifestantes. Aquele questionário foi elaborado de forma a identificar possível viés político-partidário e ideológico nos integrantes da manifestação.
     
    Das 27 entrevistas feitas com os manifestantes, 26 apontaram forte viés político-partidário, deixando ver que o que ocorria ali era produto de campanha de partidos e entidades de oposição ao governo federal. Dessas 26 entrevistas que apuraram esse fato, sete se estenderam em breves conversas entre o entrevistador e os entrevistados. Só não foram relatadas antes porque o blog esperou pelo contato com fonte da Assembléia Legislativa que só ocorreu na semana passada.

    Naquelas conversas com os manifestantes “contra a corrupção”, eles foram perguntados sobre se também estavam protestando contra o escândalo das emendas parlamentares na Assembléia Legislativa de São Paulo. Apesar de o entrevistador ter percebido que um dos entrevistados se fez de desentendido, os outros seis pareceram sinceros ao declararem que não sabiam de nada sobre esse escândalo, o que pode ser explicado pela discretíssima e rara cobertura do assunto pela imprensa.

    Para quem não sabe, aliás, explica-se que há três meses o deputado estadual Roque Barbiere (PTB-SP) denunciou que ao menos “um terço” dos deputados estaduais paulistas “venderiam” a “prefeitos e empresas privadas” as emendas parlamentares ao Orçamento que os governos tucanos do Estado há muito distribuem a aliados e até a um pequeno contingente de deputados “de oposição” que fontes da AL informaram ao blog (na semana passada) que são tão governistas quanto os deputados assumidamente da base do governo.

    Por conta disso, a base de apoio do governo Alckmin na AL-SP está conseguindo enterrar mais esse escândalo. Na última quinta-feira, os deputados governistas conseguiram derrubar, por seis votos a dois, o funcionamento do Conselho de Ética. Segundo um funcionário da AL (que preferiu não se identificar) ouvido pelo blog no último sábado, sem uma divulgação da imprensa igual à que é feita em relação a ministros do governo Dilma investigação relevante e profunda alguma ocorrerá, como nenhuma ocorre há muito tempo em São Paulo.

    A explicação que esses veículos dão em off (através de alguns de seus jornalistas que freqüentam redes sociais como Twitter ou Facebook e entram em debates com quem questiona a omissão da imprensa nos escândalos tucanos) é a de que são escândalos “regionais” e que, por isso, receberiam cobertura tão “diferenciada”, um claro eufemismo para cobertura omissa porque, a bem dos fatos, não há, em relação ao PSDB, o jornalismo “investigativo” que chega a tentar invadir domicílios em busca de “provas” contra pessoas ligadas ao governo federal.

    A cobertura e fiscalização pífias da imprensa em relação ao comportamento da oposição ao governo Dilma nos Estados em que essa oposição é governo – como em São Paulo ou em Minas Gerais – se dá sob o argumento de que seriam assuntos “regionais”. Todavia, tal falácia pode ser facimente desmontada meramente lembrando o que era feito pela imprensa quando a petista Marta Suplicy ou a ex-petista Luiza Erundina governaram a capital paulista. Então, críticas e denúncias ganhavam manchetes quase diárias nos jornais supracitados e nos telejornais de alcance nacional.

    A imprensa, por essa razão, não investiga o escândalo das emendas parlamentares em São Paulo, um escândalo que lança suspeitas sobre os governos tucanos que se encastelaram no poder desse Estado há quase vinte anos, suspeitas comparáveis às que desencadearam o escândalo do mensalão federal porque insinuam que os governos tucanos paulistas subornam deputados para obterem deles favores em votações na Assembléia Legislativa.

    À diferença das matérias investigativas que veículos como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e a revista Veja passaram a fazer todos os meses contra o governo federal desde o começo do governo Lula e que neste ano ganharam uma intensidade nunca vista em anos anteriores, com trabalhos de investigação se sobrepondo em várias frentes simultâneas, nenhuma das matérias sobre o governo de São Paulo, na última década, partiu da imprensa, mas, sim, da repercussão de denúncias antigas que circulam entre os aliados do governo federal ou da repercussão de investigações no exterior.

    O caso Alstom é um exemplo. Contém denúncias sobre propina que teria sido paga pela empresa francesa Alstom a vários políticos do PSDB, entre eles o ex-governador Mario Covas, já falecido, e o atual governador de São Paulo, Geraldo Alkmin. As raras matérias que saíram na imprensa brasileira foram “chupadas” da mídia internacional, de veículos como Wall Street Journal e Der Spiegel, entre outros. A imprensa brasileira mesma, não investiga nada sobre esse caso.

    Todavia, é um caso gravíssimo. Trata-se de escândalo que envolve muitos milhões de dólares e que tem alcance internacional. Fora do Brasil, as notícias correm soltas.  O assunto é tão sério que está sendo investigado pelo ministério público da Suíça, onde estão arrolados os nomes dos políticos tucanos aqui citados e de outros brasileiros envolvidos.

    De acordo com o que consta em documentos enviados ao Ministério da Justiça do Brasil pelo ministério público da Suíça, no período que vai de 1998 a 2001 pelo menos 34 milhões de francos franceses teriam sido pagos em propinas a autoridades do governo do Estado de São Paulo através de empresas offshore (empresas criadas em paraísos fiscais, onde gozam de sigilo de suas contas bancárias que dificultam investigações).

    Segundo o ministério público suíço, os pagamentos teriam sido feitos utilizando-se do esquema de contratos de “consultoria de fachada”. O valor das “comissões” supostamente pagas pela Alstom em troca da assinatura de contratos pelo governo de São Paulo chegaria a aproximadamente R$ 13,5 milhões. Segundo o Ministério Público da Suíça, pelo cruzamento de informações esses trabalhos de “consultoria” foram considerados como sendo fictícios.

    No período de negociação e da assinatura dos contratos de consultoria estava à frente da Secretaria de Energia de São Paulo o então genro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, David Zylbersztajn, que deixou o cargo em janeiro de 1998 ao assumir a direção geral da Agência Nacional do Petróleo. O atual secretário de Coordenação das Subprefeituras da cidade de São Paulo, Andrea Matarazzo, que ocupou a secretaria por alguns meses, e o atual secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, também estão envolvidos.

    Para que se tenha uma idéia da enormidade do caso e para que se possa mensurar a enormidade da minimização que a imprensa brasileira faz dele, O TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregular uma compra de 12 trens da Alstom no valor de R$ 223,5 milhões feita sem licitação pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), empresa do governo de São Paulo. O contrato foi assinado em 28 de dezembro de 2005, no governo de Geraldo Alckmin.

    Pergunta: você se lembra, leitor, de quando foi a última vez que recebeu uma única notícia sobre esse caso?

    O caso Alstom é apenas um dos muitos casos de corrupção que pesam sobre o partido que há quase duas décadas governa o segundo orçamento da União, o de São Paulo, que, como se sabe, é maior do que os orçamentos da maioria dos países da América Latina. Imagine o leitor o que faria a imprensa brasileira se houvesse um escândalo internacional contra o PT.

    A imprensa daria ajuda inestimável ao ministério público suíço usando contra o PSDB esse “jornalismo investigativo” que descobre “provas” contra petistas e aliados toda semana. Contudo, é escandaloso o total desinteresse da imprensa brasileira sobre qualquer pedido de CPI entre as dezenas deles que hibernam nas gavetas da Assembléia Legislativa de São Paulo, que, agora se sabe, vem sendo banhada pelos impostos dos paulistas que acabam escorrendo para o setor privado através de nada mais, nada menos do que… ONGs.

    É possível concluir, então, que a única forma de os governos federal, estadual e municipal serem fiscalizados pela imprensa é sendo governos petistas, pois só estes são alvos de investigação da imprensa. Essas campanhas “jornalísticas” contra ministros, com manchetes de capa e de primeira página tomando os telejornais todos os dias e com a Justiça sendo célere, só ocorrem desse jeito. Votar no PSDB, portanto, significa conceder a políticos uma espécie de licença para roubar sob as barbas da imprensa e da Justiça.

    As novidades [Luís Fernando Veríssimo]

    A maior novidade da política americana até anteontem era o Tea Party, assim batizado para lembrar um episódio de insubordinação dos colonos à coroa inglesa, em 1773. O protesto original foi contra a tributação escorchante do chá produzido nas colônias e outras arbitrariedades do império e acabou sendo um dos principais antecedentes da guerra pela independência dos Estados Unidos, que estourou três anos depois.

    O Tea Party atual é contra aumento de impostos, principalmente para os ricos, a favor de um governo mínimo, contra programas sociais e a favor de um fundamentalismo religioso que condena o aborto e a tolerância com gays — enfim, todo o manual conservador — e contra um poder centralizado e distante, agora com Barack Obama no lugar do rei George III.

    Isto foi até anteontem. Hoje a novidade é o movimento chamado Ocupar Wall Street, que se alastra pelos Estados Unidos e lembra as manifestações por direitos civis e contra a guerra no Vietnã de anos atrás.

    O movimento americano se parece com os protestos na Europa contra as medidas de austeridade para enfrentar a crise financeira porque a revolta dos dois lados é contra a mesma injustiça básica: quem está pagando pela crise são os que não têm culpa alguma, enquanto os culpados não só não estão pagando como estão ganhando como nunca.

    Mas é diferente na medida em que os americanos têm uma Bastilha clara para atacar, mesmo de longe: Wall Street, o coração do capitalismo financeiro e o símbolo mais evidente da injustiça, onde os lucros e as gratificações de executivos crescem em proporção inversa às perdas de renda e de emprego da maioria da população.

    O OWS também não pode ser chamado de movimento anti-Tea Party porque ainda não se sabe se vai durar ou ser apenas um espasmo de indignação, enquanto o Tea Party está institucionalizado, já elegeu uma porção de reacionários para o Congresso e influencia todos os candidatos declarados dos republicanos às eleições presidenciais do ano que vem. E o OWS não pode defender o Baraca dos ataques da direita, que o chama de socialista disfarçado, porque também o considera um dissimulado, no caso conservador.

    Diz-se mesmo que OWS está nas ruas fazendo o que Obama deveria estar fazendo na Presidência, enfrentando os privilégios de Wall Street e cobrando do mercado financeiro desregulado sua culpa na crise, ou no mínimo um pouco de recato na sua festa.

    Mesmo que não dure, o OWS é uma bem-vinda novidade num país em que a direita parecia ter monopolizado o discurso político e a mobilização da rua. A Bastilha não vai cair, claro. Mas é bom ouvir um som novo à sua volta.

    Luís Fernando Veríssimo

    Wikileaks X Mastercard

    A ELITE PARA COM LULA: NÃO É PRECONCEITO, É INVEJA.

    Enquanto Lula ri a elite chafurda na inveja

         Quando dizemos que a elite burra e baixa (sim, porque existe elite inteligente e de alto nível. Do meu ponto de vista José Alencar foi um exemplo deste segundo tipo.)  tem preconceito contra Lula e por isso destila todo o seu ódio contra ele, na verdade estamos massageando o ego destes trogloditas. É claro que o preconceito e o sentimento de superioridade existem nestas pessoas, embora existam também entre pessoas mais pobres e em classes mais baixas. 
         Mas no caso específico de Lula não é mais preconceito. É inveja! É ressentimento! O porquê? porque essa gente, que se acha superior,  mas na verdade tem o pior tipo de pobreza que existe, que é o de espírito, não admite o sucesso alcançado por Lula. E o ódio deles chega ao extremo quando percebem que embora sejam oriundos da classe mais alta, das famílias mais tradicionais, e das escolas mais caras jamais chegarão onde Lula chegou.  Se forem políticos jamais chegarão à Presidência da República (maiúsculas, mesmo, para enfatizar), cargo máximo na carreira política. E principalmente, se chegarem, dificilmente sairão de lá com o prêmio mais importante: a aprovação, o carinho e o amor do povo. Nisso Lula bateu a todos! 
       Se forem empresários, devem estar se corroendo de ódio agora. "Como pode um cara desses faturar duzentos e cinquenta mil reais numa palestra?!" "Isso é um absurdo!" A maioria dos empresários dessa elite rasteira, só o é porque herdou da família tradicional as empresas e a riqueza. Se tivessem que começar do zero dificilmente teriam sucesso na área. Os que tem preconceito e os que odeiam raramente tem visão além do seu próprio nariz. Alguém aqui já se perguntou por que todo empresário que montou o seu império partindo do nada tem uma visão  diferente e mais justa do social? (vide Alencar e  Jorge Gerdau Johanpeter, só pra ficar nesses dois) É claro que há  exceções em tudo neste mundo,  mas faça uma rápida pesquisa. Ainda  do ponto de vista empresarial o ódio aumenta um pouco mais ao lembrarem das mudanças que Lula operou no   emprego, nos salários e nas próprias relações profissionais e trabalhistas. É inadmissível para eles que a empregada doméstica nordestina que eles tratavam como escrava e que, às vezes,  servia como laboratório sexual para os seus "mais novos" volte para o Nordeste para trabalhar com carteira assinada ou vá trabalhar em uma loja. 
       E a "contaminação" dos campi universitários pelos negros e pobres?! Aí já é demais. Que não queiram ser escravos, mal pagos e maltratados vamos admitir, mas pensarem em  frequentar as mesmas universidades dos seus filhos aí já passou dos limites! E a culpa é de quem? dele. Do "cachaceiro",  do "apedeuta" e do agora, graças a Deus, "portador de cancer". "Que morra!", "Acho é pouco!", "foi a cachaça!"  

       E assim a elite vai chafurdando no seu mar de ódio e ressentimento, causados, repito, pela inveja e a impotência diante do óbvio:  O homem a quem eles devotam todos esses sentimentos mesquinhos e peçonhentos é superior a eles em tudo, a ponto até mesmo de beneficia-los: nunca os ricos, empresários, banqueiros (os baixos e os superiores) faturaram tanto e enriqueceram tanto quanto neste Brasil construído por Lula. Deveriam devolver o dinheiro que adquiriram nesses últimos oito anos. Por que não o fazem? Primeiro porque não é isso que aquele a quem eles detratam quer, e segundo porque suas pobrezas de espírito jamais o permitiriam. A grande diferença entre essa parte infeliz  do Brasil  e Luis Inácio é na hora de dormir. Enquanto aqueles encostam a cabeça e não têm paz, pensando no que fazer para atacar, detratar, ofender, diminuir, este, o brasileiro que se sabe amado pela maioria, pensa no povo, sorri, esquece o ódio, esquece a doença e dorme tranquilo.

    by the teacher.
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