IGP-DI registra retração em fevereiro em relação a janeiro, caindo para
0,20%; sugestão de sócio do banco Itaú, de provocar desemprego e menos consumo
para derrubar taxa fica na poeira
6 DE MARÇO DE 2013 ÀS 13:02
247 – A julgar pelo resultado de fevereiro,
medido pelo IGP-DI, o foco do governo em combater a inflação está dando os
primeios resultados. E sem que viesse a ser aplicado o remédio indicado pelo
ex-diretor do Banco Central e atual sócio e economista-chefe do banco Itaú,
Ilan Goldfajn. Ele sugeriu em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo e
reproduzido em 247 (Leia aqui),
que seria necessário "temporariamente" promover o desaquecimento do
mercado de trabalho e do consumo das famílias para evitar que a taxa extrapole
os 6 % até o final do ano. Sem essas medidas drásticas, mas apostando na
desoneração de impostos e na baixa dos juros, o governo está conseguindo
começar a colher, agora, os resultados contra a inflação a partir de medidas
aplicadas nos últimos meses.
Abaixo, notícia da Agência Brasil sobre a
redução da taxa de inflação de fevereiro em relação a janeiro:
Flávia Villela*
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) ficou em 0,20%, em fevereiro, inferior à taxa registrada em janeiro (0,31%). O resultado, no entanto, supera o de igual mês de 2012 (0,07%). No ano, o indicador acumula alta de 0,51% e, em 12 meses, de 8,24%.
Os dados foram divulgados hoje (6) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), com peso de 60% no índice global, registrou variação de 0,09%. No mês anterior, o índice não variou.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, ficou em 0,33%, em fevereiro, ante 1,01%, em janeiro.
Responsável por 10% do IGP-DI, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em fevereiro, taxa de variação de 0,60%, abaixo do resultado do mês anterior, 0,65%.
Criado para medir a variação de custos em todas as etapas da economia, da produção ao consumo, o IGP-DI interfere em diversos preços administrados e entra em uma cesta de índices que define o reajuste da telefonia. O índice também é usado para corrigir a dívida dos estados, renegociada com a União no fim da década de 1990.
O nome disponibilidade interna vem do fato de o índice só considerar preços de bens e serviços no mercado doméstico – os preços dos produtos exportados são desconsiderados. Apesar disso, o IGP-DI é bastante afetado pela conjuntura internacional. Por ter bastante influência dos preços no atacado, o índice reflete variações no câmbio e no preço das commodities (produtos agrícolas e minerais com cotação internacional) em maior intensidade do que os índices baseados apenas nos preços ao consumidor.
*Colaborou Wellton Máximo // Edição: Juliana Andrade
Fonte: Brasil 247