terça-feira, 27 de julho de 2010

DISCURSO DE SERRA: GARRAS PARA A DIREITA E ESPERANÇA NO CAOS

                                            É nisso que ele aposta. É disso que ele gosta

Já escrevi aqui e já li em outros blogs também que os ataques de Serra não tem nada de desordenado ou desesperados. Eles fazem parte de uma estratégia. Uma estratégia de espalhar o medo e de difundir o discurso de que Dilma não teria controle sobre o PT porque Dilma não é Lula. A este propósito tenho o exemplo de um professor amigo meu que já engoliu este argumento e diz que em Dilma não vota pois ela, Presidenta, não seguraria o Partido. Tirando este meu colega, que tem leve inclinação à direita eu diria que a fala do tucano não atinge, na verdade, nem se dirige, aqueles eleitores que, independente da classe social tendem a votar em Dilma. É claro que este voto já está definido, declarado. Então pergunta-se: a quem se dirige o terrorismo de Serra? Do ponto de vista do eleitor é claro que ele fala para seu público: os conservadores, a direita, os falcões. Estas pessoas precisam ouvir que há um candidato que peita o PT, que não se submete ao nordestino, vagabundo, cachaceiro. Precisam da referência de alguém que não veja o Nordeste como prioridade para políticas públicas, precisam saber que há um candidato que no fundo acha que o bolsa família é o bolsa esmola e que defende o desmantelamento do Mercosul, a criminalização de Chaves e Evo e o realinhamento com  os Estados Unidos. Ao ouvir isto esta gente têm orgasmos múltiplos. Mas Serra precisa se apresentar também como alternativa para a elite financeira, social, do empresariado. Aqueles que engolem Luis Inácio porque não têm alternativa, mas não engolem esta história de pobre comprando computador, filho de pobre com celular no bolso do jeans, estudantes pobres e/ou negros dividindo os bancos das caras faculdades que antes só seus filhos podiam cursar. Isto lhes incomoda um pouco.  Eleitores conservadores, classe alta, elite financeira. Se os discurso tucano mira nestas pessoas com certeza ele as atinge. No entanto, não creio que elas consigam mudar o resultado destas eleições. Então por que então a insistência no terrorismo? Primeiro, a falta de uma proposta para fazer frente às realizações do governo Lula e ao discurso pró social de Dilma e depois, aí mora o perigo, quem sabe justificar, lá na frente, a tomada de posições radicais e inconstitucionais, para a obtenção do poder que não veio pelo voto? Na venezuela já se tentou, recentemente e em Honduras se conseguiu, efetivamente.
By "the teacher"

"MÃO SANTA" QUE LIMPA FICHA SUJA

terça-feira, 27 de julho de 2010


Justiça absolve Mão Santa e anula efeito da "Ficha Limpa"
Senador tinha sido condenado por propaganda irregular quando governava o Piauí
O Tribunal de Justiça do Piauí anulou nesta terça-feira (27) uma condenação contra o senador Mão Santa (PSC) que abre caminho para uma nova candidatura dele ao Senado neste ano, anulando efeitos da Lei Ficha Limpa.
Em 1996, quando era governador, Mão Santa foi condenado em primeira instância por propaganda institucional indevida. A ação, proposta pelo então deputado federal Wellington Dias (PT-PI) - que hoje disputa com Mão Santa uma vaga no Senado - acusava o senador de promoção pessoal por causa do slogan “Piauí em boas mãos”.
No ano passado, o TJ, em julgamento colegiado, referendou a decisão, o que, segundo a Lei da Ficha Limpa, impediria Mão Santa de se eleger. A decisão de hoje, porém, foi tomada com base num recurso da defesa que questionava os trâmites burocráticos: faltou no processo o nome do marqueteiro de Mão Santa.
Por isso, o processo agora volta para a primeira instância e limpa a ficha de Mão Santa.
O advogado do senador, Edvar Santos, disse que protocolaria ainda hoje a anulação no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Piauí, onde tramita pedido de impugnação da candidatura do senador.
- Não existe nenhuma condenação colegiada nem decisão transitada em julgado. O que existe é uma decisão monocrática de juiz de primeiro grau. Não existe impedimento.
Procurado pelo R7, Mão Santa alegou que a condenação ocorreu por causa de um símbolo do governo, que mostrava uma folha de mandacaru, conhecida como palma, segurando o sol com um mapa do Estado dentro.
- Lançaram a ação dizendo que era minha mão. Sou o mais honrado político do Brasil. Já vasculharam minha vida toda e só encontraram isso.
O processo foi relatado pelo desembargador Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho

"THE ECONOMIST" QUATRO RAZÕES PARA ACREDITAR NO BRASIL

O Jornal "The Economist" ,em sua versão on line, traz, na edição de 26 de julho, boa matéria sobre o Brasil, no aspecto econômico. A surpresa da matéria é o fato dos quatro pilares apresentados como base para diferenciar o Brasil dos outros BRICS, principalmente a Rússia, que são as comodities, o petróleo, a demografia e urbanização foram apresentados pelo diplomata Rubem Ricupero, apresentado na reportagem como ex-Ministro da Fazenda do partido adversário (o que realmente foi) e um dos críticos do governo Lula (o que realmente é). Leia abaixo o texto do "The Economist" em seu original.








Four reasons to believe in Brazil
Jul 26th 2010, 16:34 by The Economist online | SÃO PAULO



WHEN, in 2001, Goldman Sachs dreamt up the acronym BRICs for the largest emerging economies, the country that most people said did not belong in the group was Brazil. Today, the leading candidate for exclusion is Russia. But some prominent observers are still sceptical about Brazil’s prospects. A notable example is Martin Wolf, the chief economics commentator of the Financial Times, who recently (and very reasonably)pointed out that Brazil’s share of world output has actually fallen over the past 15 years, from 3.1% in 1995 to 2.9% in 2009 at purchasing-power parity. “Brazil cannot become as big a player in the world as the two Asian giants”, China and India, Mr Wolf concludes.
At a recent meeting with a group of investors in Hong Kong, Rubens Ricupero offered an intriguing counterargument. A long-serving and respected Brazilian diplomat, Mr Ricupero was the secretary-general of the United Nations Conference on Trade and Development from 1995 to 2004. Although he has links to the opposition to Brazil’s ruling Workers’ Party—he previously served as finance minister in the government of a rival party—his analysis is not party-political. “For the first time in its history,” he argues, Brazil is enjoying “propitious conditions in four areas that used to pose serious limitations to growth.” They are:
Commodities. Commodity production used to be regarded as either a curse or, at best, something countries ought to diversify away from as quickly as possible (which Brazil itself did in the 1970s). But over the next fifty years, Mr Ricupero notes, half the expected increase in the world population will come from eight countries, of which only one—America—is not sucking in commodities at an exponential rate of increase. The others are China, India, Pakistan, Nigeria, Bangladesh, Ethiopia and Congo. China alone will account for 40% of the additional demand for meat worldwide, he points out. This demand will remain strong partly because of rising population and partly because of urbanisation, which increases demand for industrial commodities (like iron ore to make steel) and meat (because urbanisation changes eating habits). Brazil is already a large iron-ore producer, and has transformed itself into an agricultural powerhouse over the past 10 years, becoming the first tropical country to join the ranks of the dominant temperate-climate food exporters such as America and the European Union. It is well-placed to benefit from the emerging markets’ commodity boom.
Petroleum. Mr Ricupero argues that the success of the Brazilian state oil company, Petrobras, in offshore oil exploration has transformed Brazilian energy. “Although no precise and final estimates can be made yet of the [so-called] pre-salt oil reserves potential of the Santos Basin,” he says, “all serious indications point to the high likelihood that Brazil is poised to become at least a medium-sized net oil-exporting country.” New oil and gas deposits far away from the volatile Middle East should increase Brazil’s strategic importance, as well as improving its balance-of-payments position.
Demography. Brazil is reaping a big demographic dividend. In 1964, its fertility rate (the average number of children a woman can expect to have during her lifetime) was 6.2. It fell to 2.5 in 1996, and is now below replacement level, at 1.8, one of the sharpest drops in the world. The result has been a collapse in the dependency ratio—the number of children and old people dependent on each working-age adult. As recently as the 1990s, that ratio was 90 to 100 (ie, there were 90 dependents, mostly children, for each for every 100 Brazilians of working age). It is now 48 to 100. Thanks to this, Brazil no longer has to build schools, hospitals, universities and other social institutions helter-skelter to keep pace with population growth. Eventually, the ratio will creep back up as today’s workforce enters retirement, but such problems remain decades ahead. In the meantime, Brazil can pay more attention to the quality rather than the quantity of its social spending, which should, in theory, improve the population’s education, health, and work skills.
Urbanisation. Urbanisation both encourages economic growth and accompanies it. But it also causes problems. “Many of the worst contemporary problems in Brazil,” Mr Ricupero says, such as “lack of educational and health facilities, poor public transportation, marginalisation and criminality,  stem from [an] inability to cope with internal migrations in an orderly and planned way.” That is now changing, he argues. The waves of migrants out of the countryside and into the cities have more or less finished. Brazil is now largely an urban country: about four-fifths of the population lives in cities. “For Brazil,” he concludes, “the period of frantic and chaotic growth of big cities that is now taking place in Asia and Africa is already a thing of the past.”
Mr Ricupero is relatively cautious about the conclusion. “The four sets of conditions outlined above,” he says “are by no means sure guarantees of automatic success.” He admits Brazil has fallen behind in infrastructure, for example, and says that, if it had the sort of infrastructure you see in Costa Rica and Chile (the two best examples in Latin America), economic growth would be about two percentage points higher per year. On the other hand, Brazil also has some other advantages: unlike China, Russia and India, it is at peace with its neighbours (all 10 of them). Whether you think all this really amounts to a rejoinder to Mr Wolf is a matter of doubt. Brazil might still remain a relatively small player in the world. Still Mr Ricupero’s points are, at least, actually happening (not things expected in future), can be measured in concrete terms and are long-term (they should continue for decades). Who knows? Perhaps they might even be right.



O SIGNIFICADO DO ENCONTRO DOS BLOGUEIROS


 do blog Cidadania:

Devo comemorar um evento ocorrido na noite de ontem (21) que, a meu juízo, constituiu um marco na evolução desse fenômeno que convencionaram chamar de “blogosfera”.

Na noite de quarta-feira, no Sujinho, bar histórico da boemia politizada paulistana, reuniu-se o grupo que organiza o 1º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas.

Todos os mais conhecidos e lidos blogueiros do país, sem exceção, estavam presentes. Um grupo de onze pessoas passou a noite tomando uma boa cachaça Seleta e planejando como dar voz e vez a blogueiros de todo o país, sobretudo àqueles regionais, ainda sem projeção nacional.

Pactuamos que não seremos estrelas do evento, mas platéia para aqueles aos quais tentaremos dar projeção.

O que se quer é fortalecer até o mais novo, o menos lido, porém o mais promissor dos blogs.

Porque há um trabalho espetacular sendo feito por jovens e politizados blogueiros, por aqueles que ainda nem dominam direito as tecnologias e as técnicas de blogar, mas que têm enorme potencial para fazê-lo se receberem um mínimo de assessoria.

Alguma coisa mudou na comunicação no Brasil na noite da ultima quarta-feira. Todos aqueles que têm feito os blogs mais lidos da blogosfera progressista finalmente estiveram todos juntos, planejando como dar maior visibilidade a mais blogueiros e como organizar minimamente esse fenômeno surpreendente que nos reuniu.

Em 21 e 22 de agosto, em São Paulo, um dos fenômenos mais surpreendentes da comunicação brasileira no século XXI irá se materializar. Uma comunidade virtual diversificada, humanista, progressista, questionadora, representante do que há de mais inovador em termos de organização social, irá se reunir para discutir o aprimoramento dos espaços livres para todo e qualquer novo debate.

Poderei contar aos meus netos que participei dessa reação da sociedade a um status quo decadente e que já tem os seus dias contados.

Viva a blogosfera progressista!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...