Por DiAfonso [Terra Brasilis]
A eleição e a reeleição de Lula - além de ele ter feito a sucessora - provocam indigestão nas grandes corporações midiático-golpistas. Assim é que, volta e meia, qualquer fato é motivo para mencionar o ex-presidente. Essa menção quase sempre é matizada por fragmentos desabonadores, como se o ex-torneiro mecânico tivesse presidido com incompetência o Brasil [o crescimento econômico, os positivos indicadores de mobilidade social e os altos índices de aprovação de Lula estão aí para mostrar o quão inverídicas são as referências maledicentes de determinados setores da mídia tupiniquim].
A "má vontade" midiática com Lula pode se ver na matéria publicada por um dos "produtos" da Editora Abril. Aqui, refiro-me à revista Exame, especificamente.
Exame, a pretexto de revelar a "biografia" dos integrantes da Comissão da Verdade [ler matéria abaixo], resolveu incluir a figura de Lula na "apresentação biográfica" dos que comporão a Comissão.
Há de se perguntar: o que tem a ver Lula com o perfil dos escolhidos para a "missão de fechar algumas das cicatrizes do Brasil"? Nada. Absolutamente, nada. Os episódios que envolveram alguns componentes da Comissão da Verdade e Lula - de forma positiva ou negativa para o próprio - se deram em um momento da vida política nacional. Não dizem respeito aos objetivos da Comissão da Verdade ou à capacidade de discernimento dos integrantes da dita Comissão.
Isso, sim, deveria ser o norte da matéria em consonância com o seu título, haja vista não haver nenhuma relação entre investigar o que ocorreu no período sangrento da História do Brasil [com o apoio, velado ou explícito, desses órgãos de comunicação ao golpe de 1964] e as desavenças de A ou B com Lula ou com as críticas positivas de A ou B que são feitas a ele.
A leviandade da publicação é tanta que só aponta um "desafeto" de Lula, além de omitir o real motivo que levou Maria Rita Kehl a ser demitida dO Estado de S. Paulo [leia aqui].
Vale notar ainda que a gratuidade na inclusão do nome de Lula - no universo temático tratado no texto - se confirma num simples detalhe: as tags [ou marcadores temáticos] da matéria não apontam para a palavra Lula. Lá, pode se ler: Ditadura, Governo Dilma, Justiça.
Assim são os nossos veículos de comunicação. Ainda vêm falar de liberdade de expressão e vociferar contra o marco regulatório da mídia.
Está mais que claro: a mídia brasileira é parcial e não cumpre o papel de informar como ocorre nas grandes democracias.
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Conheça de verdade os membros da Comissão da Verdade
A eleição e a reeleição de Lula - além de ele ter feito a sucessora - provocam indigestão nas grandes corporações midiático-golpistas. Assim é que, volta e meia, qualquer fato é motivo para mencionar o ex-presidente. Essa menção quase sempre é matizada por fragmentos desabonadores, como se o ex-torneiro mecânico tivesse presidido com incompetência o Brasil [o crescimento econômico, os positivos indicadores de mobilidade social e os altos índices de aprovação de Lula estão aí para mostrar o quão inverídicas são as referências maledicentes de determinados setores da mídia tupiniquim].
A "má vontade" midiática com Lula pode se ver na matéria publicada por um dos "produtos" da Editora Abril. Aqui, refiro-me à revista Exame, especificamente.
Exame, a pretexto de revelar a "biografia" dos integrantes da Comissão da Verdade [ler matéria abaixo], resolveu incluir a figura de Lula na "apresentação biográfica" dos que comporão a Comissão.
Há de se perguntar: o que tem a ver Lula com o perfil dos escolhidos para a "missão de fechar algumas das cicatrizes do Brasil"? Nada. Absolutamente, nada. Os episódios que envolveram alguns componentes da Comissão da Verdade e Lula - de forma positiva ou negativa para o próprio - se deram em um momento da vida política nacional. Não dizem respeito aos objetivos da Comissão da Verdade ou à capacidade de discernimento dos integrantes da dita Comissão.
Isso, sim, deveria ser o norte da matéria em consonância com o seu título, haja vista não haver nenhuma relação entre investigar o que ocorreu no período sangrento da História do Brasil [com o apoio, velado ou explícito, desses órgãos de comunicação ao golpe de 1964] e as desavenças de A ou B com Lula ou com as críticas positivas de A ou B que são feitas a ele.
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A leviandade da publicação é tanta que só aponta um "desafeto" de Lula, além de omitir o real motivo que levou Maria Rita Kehl a ser demitida dO Estado de S. Paulo [leia aqui].
Vale notar ainda que a gratuidade na inclusão do nome de Lula - no universo temático tratado no texto - se confirma num simples detalhe: as tags [ou marcadores temáticos] da matéria não apontam para a palavra Lula. Lá, pode se ler: Ditadura, Governo Dilma, Justiça.
Assim são os nossos veículos de comunicação. Ainda vêm falar de liberdade de expressão e vociferar contra o marco regulatório da mídia.
Está mais que claro: a mídia brasileira é parcial e não cumpre o papel de informar como ocorre nas grandes democracias.
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Conheça de verdade os membros da Comissão da Verdade
Entre os membros da comissão, há quem defenda e quem ataque Lula e programas sociais petistas. Saiba quem terá a missão de fechar algumas das cicatrizes do Brasil
São Paulo - Cercada de polêmica desde o início, a Comissão de Verdade
vai sair do papel. Os nomes das pessoas que deverão abrir para a
história informações ainda obscuras foram divulgados ontem pela
presidente Dilma Rousseff.
No momento, apenas um fato pode ser dado como certo, independente da
qualidade dos trabalhos. “Os resultados da comissão já serão por si só
polêmicos, por causa dos lados envolvidos”, acredita o cientista
político e professor aposentado da Universidade de Brasília, Octaciano
Nogueira.
Agora, é obrigação dos brasileiros prestar atenção nos sete nomes que
carregarão a grande responsabilidade de garantir ao país a “verdade
histórica”, como previa decreto assinado pelo ex-presidente Lula, em 2009. Conheça-os de verdade a seguir.
José Carlos Dias, advogado
Dono de escritório de advocacia no centro de São Paulo, José Carlos Dias não tem medo de polêmica. No ano 2000, foi exonerado do cargo de Ministro da Justiça pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso após ter criticado publicamente o então secretário Nacional Antidrogas, Walter Maierovitch, que teria revelado publicamente detalhes de uma operação da Polícia Federal. Passou menos de um ano na pasta.
Em 2010, participou do Manifesto em Defesa da Democracia, movimento de
juristas de São Paulo contra o que consideravam desmandos do então
presidente Lula na corrida pelo Planalto, em 2010. “As atitudes de Lula
são de um fascista, do verdadeiro autoritarismo. É preciso defender a
democracia a qualquer preço", declarou ao jornal O Estado de S. Paulo, à
época. José Carlos Dias já foi também secretário da Justiça do Estado
de São Paulo nos anos 80.
Maria Rita Kehl, psicanalista
Maria Rita Kehl defendeu o Bolsa-Família e provocou debates |
Enquanto seu colega de Comissão critica com veemência o presidente Lula, Maria Rita segue na direção levemente contrária: quando era colunista do jornal O Estado de S. Paulo, em 2010, escreveu texto se posicionando a favor do Bolsa-Família e criticando a postura da elite do país, que estaria desqualificando os votos dos eleitores de Lula. “Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos", escreveu.
Atuante na área da imprensa – foi editora do jornal Movimento, que
circulou durante o período Militar, além de atuar como jornalista em
vários meios de Comunicação – se destacou mesmo em sua área de formação
acadêmica - psicologia/psicanálise – na qual possui doutorado.
José Paulo Cavalcanti Filho, advogado
Mais um da Comissão que é advogado e ex-Ministro da Justiça. José Paulo Cavalcanti Filho esteve em Brasília entre 1985 e 1986, durante o governo de José Sarney. Sua característica mais forte é o apreço pela literatura, sendo também escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras.
É especialista na poesia e vida do poeta Fernando Pessoa, sendo autor
do livro “Fernando Pessoa, uma quase autobiografia”, sobre o qual
participou ativamente em feiras literárias. É consultor da Unesco e do
Banco Mundial.
Paulo Sérgio Pinheiro, sociólogo
Paulo Sérgio Pinheiro não poupou crítica ao Supremo Tribunal Federal, quando a corte considerou constitucional a Lei da Anistia, em 2010 |
O trabalho do sociólogo e diplomata Paulo Sérgio Pinheiro é de repercussão: no ano passado, foi escolhido pela ONU para integrar a comissão que investigou violações de direitos humanos na Síria, tendo exercido a mesma função no também sangrento Mianmar. Sua especialidade são os direitos humanos.
Não poupou crítica ao Supremo Tribunal Federal, quando a corte
considerou constitucional a Lei da Anistia, em 2010. “Pena que o clamor
de justiça pela sociedade e pelos familiares dos desaparecidos,
sequestrados, estuprados, torturados e assassinados pelos agentes da
ditadura não tenha sido levado a sério”, disse, em artigo publicado na
Folha de S. Paulo.
Não é nenhum novato em crimes da ditadura. “Escritos indignados:
polícia, prisões e política no Estado autoritário” é um de seus livros.
Foi secretário de Estado de Direitos Humanos no governo Fernando
Henrique Cardoso e hoje leciona na Universidade de São Paulo (USP).
Cláudio Fonteles, ex-procurador-geral da República
Cláudio Fonteles foi membro do grupo Ação Popular junto com Honestino Guimarães, que se tornaria posteriormente símbolo da resistência à ditadura |
Indicado pelo então presidente Lula, Cláudio Fonteles foi o homem mais poderoso do Ministério Público entre 2003 e 2005. Franciscano, deixa sempre uma impressão positiva com quem trabalha. “Ele é especial, conversa com a gente, dá bom dia”, disse o garçom da Procuradoria Cleuber Maciel, em entrevista à Istoé Gente, quando Cláudio assumiu o cargo.
Uma de suas ações mais lembradas no período foi levar ao STF um
questionamento sobre a liberação da pesquisa com células tronco
embrionárias no Brasil. Fonteles, católico, era contrário à medida.
Na década de 60, o futuro prociurador foi membro do grupo Ação Popular
(AP) junto com o amigo Honestino Guimarães, que se tornaria
posteriormente símbolo da resistência à ditadura. Fonteles é membro do
Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana – e se destacou na luta
pela demarcação de terras indígenas.
Rosa Maria Cardoso da Cunha, advogada
A advogada criminalista Rosa Maria Cardoso da Cunha já defendeu a
presidente Dilma Rousseff. Especializada na defesa de crimes políticos,
Rosa Maria foi a advogada de Dilma e de seu ex-marido, Carlos Franklin
Paixão de Araújo, no processo que a ditadura abriu contra a presidente e
outros integrantes da organização VAR-Palmares. A advogada já afirmou
que chegou a ser perseguida por defender presos políticos. “Sabia que os
processos eram copiados pelos órgãos de segurança", disse à Folha de
São Paulo. Rosa Maria tem um escritório de advocacia no Rio de Janeiro e
também atua como professora e escritora.
Gilson Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Cabe a Gilson Dipp julgar o habeas corpus de Carlos Cachoeira no STJ |
Gilson Dipp é ministro do STJ desde 1998. No tribunal, ele acumula a presidência da comissão de juristas que elabora o anteprojeto de lei do novo Código Penal. Segundo o STJ, ele é uma “referência” no combate aos crimes de colarinho branco.
Coube a Dipp julgar o habeas corpus de Carlos Cachoeira no STJ. Mas
somente na próxima semana o posicionamento dele será conhecido, já que o
ministro pretende levar o caso a julgamento no plenário do tribunal na
terça-feira.
Atualmente, Dipp também integra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).