sábado, 23 de abril de 2011

CARTA MAIOR: A CARA DA MÍDIA DO BRASIL





ESTA É A VERDADEIRA CARA DA MÍDIA NO BRASIL


Sem dúvida o fato mais chocante no episódio da blitz da Lei Seca, no Rio, que flagrou Aécio Neves dirigindo com habilitação vencida e metabolicamente impossibilitado de soprar o bafômetro, não foi o fato em si, mas o comportamento da mídia demotucana. 

Os blindados da 'isenção' entraram em cena para filtrar o simbolismo do incidente, 'um episódio menor', na genuflexão de um desses animadores da Pág 2 da Folha. Menor? Não, nos próprios termos dele e de outros comentaristas do diário em questão. Recordemos. Em 24 de novembro de 2004, Lula participou da cerimônia de inauguração de turbinas da Usina de Tucuruí, no Pará. 

No palanque, sentado, espremido entre convidados, o presidente comeu um bombom de cupuaçu, jogou o papel no chão. Fotos da cena captada por Luiz Carlos Murauskas, da Folha, saturaram o jornalismo isento ao longo de dias e dias. Ou melhor , anos e anos. Sim, em 2007, por exemplo, dois colunistas do jornal recorreriam às fotos de Tucuruí para refrescar o anti-petismo flácido do eleitor que acabara de dar um novo mandato a Lula. 
O papel do bombom foi arrolado por um deles como evidência de que o país caminhava a passos resolutos para a barbárie: "Só falta o osso no nariz', arrematava Fernando Canzian (23-07-2007) do alto de sofisticada antropologia social. 
Sem deixar por menos, Fernando Rodrigues pontificaria em 09-04-2007: "...Respira-se em Brasília o ar da impunidade. Valores republicanos estão em falta. Há exemplos em profusão (...) em 2004, Lula recebeu um bombom. ... O doce foi desembrulhado e saboreado. O papel, amassado. Da mão do petista, caiu ao chão. Lula seguramente não viu nada de muito errado nesse ato. Deve considerá-lo assunto quase irrelevante. ...Não é. No Brasil é rara a punição - se é que existe - para pequenas infrações como jogar papel no chão. Delitos milionários também ficam nos escaninhos do Judiciário anos a fio (...) Aí está parte da gênese do inconformismo de alguns, até ingênuos, defensores de uma solução extrema como a pena de morte. Gente que talvez também jogue na calçada a embalagem do bombom de maneira irrefletida. São "milhões de Lulas", martelava o jingle do petista. São todos a cara do Brasil..."
Editorial da Carta Maior, publicada nestes sábado, 23 
By: Vermelho


Fonte:  OpenSante

sexta-feira, 22 de abril de 2011

E SE FOSSE O LULA?


Este post do blog Quanto Tempo Dura, foi indicado aqui.
Entretanto, é impossível deixar de registrá-lo com todas as suas imagens, acompanhe:

O Aécio dirige bêbado e a
imprensa corre pra abafar
E SE AO
INVÉS DO
AÉCIO FOSSE
O LULA?
Revista Veja:
Jornal Nacional:
Globo News:
Folha de São Paulo:
O Globo:



quinta-feira, 21 de abril de 2011

DIMINUIU O ÊXODO PARA SÃO PAULO. ESSE NUNCA DANTES...

 Publicado em 20/04/2011


Na foto, um torneiro mecânico conversa com colegas de estaleiro em Suape

Agência Brasil:

Nos últimos dez anos, mais pessoas saíram do que chegaram à Grande SP


Entre 2000 e 2010, região metropolitana teve êxodo migratório: -30,3 mil pessoas por ano

Agência Brasil

SÃO PAULO – Tradicional centro de atração de migrantes, a região metropolitana de São Paulo registrou um êxodo migratório na primeira década deste século. De 2000 a 2010, o número de pessoas que saíram da Grande São Paulo é maior do que o das que chegaram. Nesse período, deixaram a região 303 mil pessoas a mais do que o total das que se estabeleceram, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira, 19, pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

A pesquisa SP Demográfico cruza taxas de natalidade e mortalidade com os primeiros dados do Censo 2010, já disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir desses números, já é possível saber se a população de alguns locais do país cresceu e se esse crescimento foi causado pelo nascimento de pessoas ou pela chegada de migrantes.

Na região metropolitana de São Paulo, a população cresceu 0,98% de 2000 a 2010, segundo a pesquisa. Isso foi causado pelo crescimento vegetativo da população (diferença entre os nascimentos e as mortes), já que o saldo migratório desse período foi negativo para a região: -30,3 mil pessoas por ano.

Esse número corresponde a uma taxa de migração de -1,62 para cada mil habitantes da Grande São Paulo. No caso da capital paulista, mais especificamente, a taxa de migração é ainda mais baixa: -3,03.

O resultado da Grande São Paulo impactou também no fluxo migratório de todo o estado de São Paulo. Na primeira década do século 21, apesar de o saldo de migrantes ter sido positivo no estado, ele caiu 67% na comparação com o registrado de 1991 a 2000.

De 2000 a 2010 chegaram no estado, por ano, 47,9 mil pessoas a mais do que saíram. Já de 1991 a 2000, o saldo migratório anual foi de 147 mil.
Navalha

Nenhum Presidente fez mais pela mobilidade vertical que o Nunca Dantes: a passagem das Classes “D” e “E” à Classe “C” – que, agora, o Farol de Alexandria prefere ao povão.

Nenhum presidente fez mais pela mobilidade horizontal que o Nunca Dantes.

Ele tirou a motor da economia do eixo do Sudeste, e da hegemonia que o mineiro JK conferiu a SP.

Com o Nunca Dantes, o Nordeste, o patinho feio, cresceu a taxas chinesas.

A Classe C engordou mais no Nordeste.

E o Rio, com o pré-sal, o Comperj e a indústria naval tira, enfim, a barriga da miséria, desde que JK levou a capital para Brasília, e o jenio do Golbery fez a fusão (sem dinheiro) com o Estado do Rio.

Tudo para não deixar o Brizola ser Governador.

E ele foi, duas vezes, contra o Golbery e a Rede Globo.

O Nunca Dantes abriu o mapa do Brasil.

Eduardo Campos dá de 10 a 0 no Padim Pade Cerra.
Como diz o professor Wanderley Guilherme dos Santos, na Carta Capital, o Nunca Dantes alterou paradigmas deste país.
Talvez por isso o Farol esteja tão nervoso.
Ele começa a vislumbrar a nota de pé de página que lhe caberá na História do Brasil.
Ou porque o relatório da PF que a Época esconde (e revela singularidades de “Dantas, Cerra, FHC e Gilmar”) um dia apareça num blog sujo.
Quem sabe ?
Ou, talvez, porque a Presidenta vá assinar Lei que permitirá descobrir como se deu a concorrência para o Sivam (clique aqui para ler “Pinheiro: Presidenta vai abrir a porta do passado (militar)”.
O Príncipe está aflito.
Esse Nunca Dantes …

Paulo Henrique Amorim
Fonte  Blog do Saraíva, publicado originalmente no site Conversa Afiada

segunda-feira, 18 de abril de 2011

OS 100 DIAS DE DILMA E A CONSOLIDAÇÃO DO MODELO LULA

erça-feira, 12 de abril de 2011


- por Luis Nassif, em seu blog



Para analisar os cem dias de Dilma, é necessário entender o projeto de país de Lula.
Não é um projeto teórico, fruto de elucubrações intelectuais. Mas algo que sai da própria formação política de Lula e ganha corpo especialmente quando pega as rédeas do governo – no segundo mandato.

A construção de um país não é algo linear. Ainda nos anos 90 insisti muito na visão de “movimento pendular” para explicar a dialética do desenvolvimento. A ausência dessa dialética é a principal responsável pelo envelhecimento de regimes e de países.

Cria-se um movimento em determinada direção – digamos o neoliberalismo avassalador do início e do fim do século 20. Esse movimento surge em contraposição ao centralismo do período anterior, corrige vícios e consolida novos vitoriosos.

O pêndulo volta-se para o lado oposto, gerando novos vícios. Os novos interesses hegemônicos impedem uma discussão objetiva sobre esses vícios. Em outros países desenvolvidos, há três instituições capazes de refazer esses equilíbrios: universidades, partidos políticos (com seus think tanks) e mídia de opinião. Como tenho reiterado, aqui há insuficiência nesses três polos, especialmente na mídia de opinião – um simulacro do que é o jornalismo de opinião em economias avançadas.

Sem esses anteparos, os movimentos se radicalizam. Foi assim com o crescimento descomunal do centralismo do Estado brasileiro e do protecionismo econômico no período militar; foi assim com o desmonte do Estado brasileiro e, no período posterior, a abertura irresponsável da economia, acompanhada de apreciação cambial.

O que leva ao amadurecimento do país são os ajustes de rumo, sem grandes rompimentos, grandes traumas.

O ponto novo do projeto Lula – de certo modo semelhante ao projeto Vargas – é o de romper com essa dicotomia e tentar passar a noção de conjunto – ou seja, somos todos peças de um mesmo todo; e esse todo é a soma de todas as peças Daí a importância da consolidação do sentimento de Nação e o papel do estadista na explicitação desse modelo.

Esse modelo foi exemplarmente explicado por Lula no evento de premiação da Carta Capital em 2009. No futuro será uma daquelas peças modelares da construção político-econômica brasileira, como foram os discursos de Vargas para os trabalhadores do Brasil, o de JK sobre os 50 anos em 5, o de Collor sobre as “carroças” brasileiras no início dos anos 90. Não consegui me lembrar de nenhum discurso siignificativo de FHC, a não ser as baboseiras sobre “a nova renascença”.

No evento da Carta Capital, Lula virou-se para Ivan Zurita, presidente da Nestlé, e lhe disse que os lucros da empresa eram excepcionais. E sabe a razão? Os recursos que iam para o Bolsa Família, o aumento do salário mínimo que permitiram o surgimento de uma nova classe consumidora.

Lula conseguiu conduzir a maior política de inclusão social da história minimizando os conflitos de maneira inédita na história contemporânea, justamente através dessa estratégia de juntar todas as peças e mostrar que o país era a soma de todos.

A rigor, desde a criação do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) no início do primeiro mandato, tinha-se essa visão clara, de somar e esvaziar os movimentos de radicalização. A própria consolidação do governo Lula como de centro-esquerda permitiu esse pacto econômico-social.

No final dos dois mandatos, tinha-se conseguido a pax de Lula. A prova estava nas entrevistas entusiasmadas de Roberto Setúbal, Abílio Diniz, Gerdau e outros campeões do setor privado.

Restou um ponto de conflito: a velha mídia com seu poder de influência sobre a classe média convencional – média e alta gerência, classe B menos.

Esse conflito se dava em cima de questões não essenciais, ou exploradas de forma maliciosa, como as relações diplomáticas com Venezuela, Cuba, a defesa do programa nuclear do Irã, a falácia do controle externo da mídia, a verborragia de Lula, especialmente no último ano. E preconceito, preconceito, preconceito.

Os desafios de Dilma

Primeiro desafio – desarmar o clima de guerra
No chamado campo psicossocial, o primeiro ato de Dilma foi esvaziar a tensão junto ao público midiático – velha mídia e a opinião pública midiática. Todos os fatores de desgaste foram trabalhados simultaneamente e com tal pontaria que faz crer que, por trás da escolha dos temas, estava algum estudo sistemático – provavelmente de João Santana.

Foi ao aniversário da Folha, condenou desrespeito aos direitos humanos no Irã, baixou a retórica em torno da Lei dos Meios, fez afagos públicos a FHC, reduziu ao máximo a exposição pública, mostrou que não seria uma estatista.

Havia várias razões para essa estratégia.

A mais óbvia é que não dá para governar em clima de guerra permanente. A segunda é que o melhor momento para promover a paz é o afago ao derrotado. A terceira é que o fim do clima de guerra ajudaria no salto final para o amadurecimento político brasileiro, enterrando de vez a tentativa de se criar o ambiente de esgoto na política.

Aliás, a declaração de FHC ao Poder Online, do iG, é o reconhecimento da eficácia da estratégia: “a oposição a Dilma Rousseff deve ser menos agressiva, o que ajudará a melhorar nossos costumes políticos". Tudo isso devido ao afago no mais descomunal ego da história política brasileira, provavelmente superior ao do próprio Ruy Barbosa.

O mais importante da história é que não houve mudança em nenhum ponto fundamental do modelo Lula. Pelo contrário, houve a consolidação. O único fator novo foi a mudança de retórica.

No caso da Lei Geral das Comunicações, desde o começo Franklin Martins salientava que seria em defesa dos meios de comunicação contra o poder dezenas de vezes maior das teles. Mas falava com impaciência, provavelmente irritado com a ignorância da velha mídia, de não perceber esse movimento. O clima bélico dava ênfase à retórica e não analisava o conteúdo.

O próprio Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) faz parte dessa estratégia ao criar alternativas de transmissão que passam ao largo do controle das teles.

Segundo desafio – consolidar o modelo gerencial
Esse desafio tem nuances interessantes.

Durante a campanha uma das bandeiras da candidatura José Serra era a imagem de bom gestori inteiramente construída pela velha mídia. Talvez tenha sido o mais ausente governador da história de São Paulo. De qualquer modo, era um dos pontos e r tocar imaginário da classe média midiática.

Por outro lado, embora o primeiro governo FHC tenha sido um desastre, em termos de contas públicas, a oposição brandiu sempre a bandeira do ajuste fiscal acima de qualquer outro valor.

O governo Lula atendeu o que era exigido pelo mercado – ajuste fiscal duro, para gerar superávit primário e compensar os juros exorbitantes do BC. Ao mesmo tempo, a camisa-de-força ideológica impedia qualquer ação proativa do Estado. A crise de 2008 abriu uma fenda nessa muralha e permitiu avançar nessa nova linha.

Por outro lado, provocou um aumento de despesas, exigindo uma freada de arrumação.

Dilma atuou nas duas linhas. Do lado das despesas, o corte de R$ 50 bi para redefinição das prioridades e ordenamento dos gatos – algo, como ela disse, que deve ser repetido sempre, para cortar despesas inúteis que se perpetuam pela inércia.

No campo administrativo – sua praia – montou rapidamente o modelo para substituir o anterior, que concentrava todo o esforço de coordenação na Casa Civil. Criou quatro eixos básicos – PAC, macroeconomia, políticas sociais e movimentos sociais -, cada qual com um objetivo claro, entregou a um Ministro respondendo diretamente a ela, coordenando as ações de cada ministério sobre o tema. E tratou de colocar administradores em lugar de políticos em áreas mais críticas da administração pública.

Foi não apenas um avanço em relação ao modelo anterior como permitiu, de maneira mais clara, à opinião pública entender a lógica de gestão.

Com isso antecipa-se ao novo movimento do pêndulo, que poderia ser explorado pela oposição – freada nas despesas e modelos de gestão – trazendo um componente novo: melhoria da qualidade dos gastos públicos através do aumento da eficácia da gestão.

Terceiro desafio – sair da armadilha mercadista
Diria que esse é a mãe de todas as guerras.

Ao longo dos últimos 16 anos, a submissão ideológica (muito mais que técnica) aos cânones do mercado desviou recursos imensos de investimentos em infraestrutura, redução de carga tributária, melhoria dos gastos sociais.

Desde o segundo semestre do ano passado Fazenda e Banco Central (já sem a sombra de Henrique Meirelles) iniciaram o movimento lento, gradual, para mudar os paradigmas da política monetária.

Foram tomadas as chamadas medidas prudenciais, para reduzir o peso dos juros, gradativamente o BC está trabalhando seus próprios cenários e expectativas, sem ficar prisioneiro da pesquisa Focus, e houve mudanças que deixam à disposição da Fazenda intervir mais decididamente no mercado cambial. Embora nada tenha sido feito de mais relevante até agora. Além disso foi anunciada recentemente a ampliação do universo pesquisado pela Focus.

Esse desafio é complicado, porque no bojo de uma alta generalizada nos preços das commodities e no aquecimento de alguns setores da economia.

É um nó conjuntural, mas uma ameaça expressiva, que terá que ser trabalhada este ano. Até agora a Fazenda não tem se saído bem, embora os desafios sejam imensos.

O pano de fundo é o rearranjo político da economia.

Para minimizar pressões, a estratégia de Lula consistiu em atender à demanda de todos os setores. Ao mercado, juros e câmbio apreciado; às grandes empresas exportadoras, swap reverso (antes da crise); aos grandes industriais, financiamentos do BNDES; à classe média, uma economia aquecida; aos movimentos sociais, espaço para atuação modernizadora.

A conta ficou alta, especialmente porque o maior preço – o do mercado financeiro – não foi reestruturada. Daí a importância desse ajuste na política monetária.

Fonte:  TUDO EM CIMA


sábado, 16 de abril de 2011

LÍBIA: É A BANCA PRIVADA, ESTÚPIDO


14/4/2011
por Ellen BrownAsia Times Online
Tradução do Coletivo da Vila Vudu
Vários comentaristas e analistas de economia já observaram o estranho fato de os rebeldes líbios terem tido tempo, em plena rebelião, para criar, em março, seu próprio banco central ‘rebelde’ – antes até de haver governo ou Estado. Robert Wenzel escreveu, no Economic Policy Journal:
“Mais um recorde, para o livro Guiness. Nunca antes ouvi falar de rebeldes que, com alguns dias de rebelião, já criaram um banco central. O movimento sugere que haja algo mais, naqueles rebeldes, além do exército de voluntários, e que podem estar em ação, ali, projetos muito mais sofisticados” (em http://www.economicpolicyjournal.com/2011/03/libyan-rebels-form-central-bank.html).
Alex Newman escreveu, no New American:
“Em declaração distribuída semana passada, os rebeldes líbios relataram resultados de reunião realizada dia 19/3. Dentre outros informes, os supostos rebeldes esfarrapados anunciaram “a designação do Banco Central de Benghazi como autoridade monetária competente para definir as políticas monetárias da Líbia, o qual terá sede provisória em Benghazi” (em http://www.thenewamerican.com/world-mainmenu-26/africa-mainmenu-27/6915-libyan-rebels-create-central-bank-oil-company).
Newman citou o editor-chefe da rede CNBC John Carney, que comentou: “Parece-me que seja a primeira vez no mundo, que grupo revolucionário cria banco central ainda durante os combates pelo poder político. Sinal de o quanto são poderosos os banqueiros centrais que estão surgindo nesses tempos extraordinários.”
Outra anomalia também chama a atenção, na justificativa para que os EUA alinhem-se oficialmente ao lado dos rebeldes. Fala-se das violações dos direitos humanos, mas há contradições. Segundo artigo publicado na página internet da rede Fox News, dia 28/2:
“Enquanto a ONU trabalha febrilmente para condenar o ataque de Muammar al-Qaddafi contra manifestantes, o Conselho de Direitos Humanos preparava-se para divulgar relatório carregado de elogios à Líbia, no quesito direitos humanos.
O relatório registra aumento de oportunidades educacionais e louva a posição oficial de fazer dos direitos humanos “uma prioridade” para aprimorar “o quadro constitucional”. Vários países, entre os quais o Irã, Venezuela, Coreia do Norte, Arábia Saudita e Canadá deram notas positivas à Líbia no quesito proteção legal aos cidadãos – os mesmos que agora se estariam levantando contra o governo e sendo cruelmente atacados pelo mesmo governo” (em http://nation.foxnews.com/united-nations/2011/03/01/un-poised-praise-libyas-human-rights-record).
Sejam quais forem os crimes pessoais de Gaddafi, o povo líbio parecia viver muito bem. Uma delegação de médicos russos, ucranianos e bielorrussos escreveram carta aberta ao presidente Dmitry Medvedev e ao primeiro-ministro Vladimir Putin da Rússia, em que dizem que, depois de habituados à vida na Líbia, são de opinião que poucos países vivem em condições tão favoráveis quanto os líbios:
[Os líbios] têm tratamento médico gratuito e seus hospitais oferecem o que há de melhor, no mundo, em tratamentos e equipamentos médicos. A educação é universal e gratuita, muitos jovens recebem bolsas de estudo no exterior, pagas pelo estado. Ao casar, cada casal líbio recebe empréstimo sem juros de 60 mil dinares líbios (cerca de 50 mil dólares), como auxílio do estado para constituir família. Há empréstimos oficiais sem juros e, pelo que vimos, sem prazo. Dados os subsídios que o estado paga, o preço de carros é muito inferior ao que se vê na Europa e praticamente todas as famílias têm carro. Gasolina e pão são subsidiados e baratíssimos, e os agricultores são isentos de impostos. O povo líbio é pacífico e calmo, não é dado a beber e os líbios são muito religiosos (em http://alexandravaliente.wordpress.com/2011/03/26/nato-u-s-war-crimes-open-letter-from-citizens-of-ukraine-belarus-and-russia-working-and-living-in-libya/).
Os médicos insistem que falta informação à comunidade internacional sobre a luta contra o regime. “Quem, afinal, se rebelaria contra o governo que vemos aqui?” – perguntam.
Ainda que muito disso não passe de propaganda, não há como negar pelo menos uma grande realização do governo de Gaddafi: há água farta para a população, e gratuita. O estado construiu um grande aqueduto que traz água ao deserto e implantou na Líbia o maior e mais caro projeto de irrigação que há no mundo (o Projeto “Grande rio feito pelo homem” [ing. GMMR, Great Man-Made River] custou US$33 bilhões). Na Líbia, a água é muito mais crucialmente importante para os cidadãos, que o petróleo.
O GMMR abastece 70% da população com água potável e para irrigação, bombeada do imenso Sistema Aquífero de Arenito Níbio, do sul até as áreas urbanizadas no litoral, localizadas ao norte, a 4 mil quilômetros de distância da fonte. Isso, pelo menos, não há dúvidas de que o governo de Gaddafi fez bem feito.
Outro argumento que se tem usado para explicar o ataque à Líbia é que se trataria “do petróleo”, ideia que também apresenta inúmeras contradições. Como observou o National Journal, a Líbia produz apenas 2% do petróleo mundial. Só a Arábia Saudita, só ela, tem capacidade para aumentar a oferta de petróleo e suprir qualquer demanda que se criasse pela falta do petróleo líbio, e mesmo que a Líbia fosse varrida do mapa. Além do mais, se se trata de petróleo, por que tanta pressa para criar um novo banco central?
Outros dados intrigantes voltam a circular na Internet, mostrando entrevista realizada em 2007, pela página “Democracy Now”, com o general General Wesley Clark, general da reserva. Naquela entrevista o general Clark diz que 10 dias depois do 11 de setembro de 2001, um general lhe disse que já estava tomada a decisão de invadir o Iraque. Clark conta que a notícia o supreendeu e que perguntou por quê. “Não sei”, foi a resposta, “Acho que é porque ninguém sabe o que fazer!” Mais tarde, o mesmo informante contou ao general Clark que havia planos para invadir sete países em cinco anos: Iraque, Síria, Líbano, Somália, Sudão e Irã.
O que há de comum entre esses sete países? Os que estudamos o sistema bancário e os bancos centrais em todo o mundo sabemos que nenhum desses países aparece na lista dos 56 países filiados ao Bank for International Settlements (BIS) [Banco de Compensações Internacionais; é o ‘banco central’ dos bancos centrais; organização internacional responsável pela supervisão bancária, que visa a “promover a cooperação entre os bancos centrais e outras agências na busca de estabilidade monetária e financeira” mundial, com sede na Basileia, Suíça (NTs, com informações de http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_de_Compensa%C3%A7%C3%B5es_Internacionais)]. Se não fazem parte do BIS, esses países estão fora do campo regulatório dos banqueiros centrais reunidos no BIS, na Suíça.
Os renegados mais resistentes são precisamente a Líbia e o Iraque – dois países que já foram diretamente atacados. Kenneth Schortgen Jr, escrevendo em Examiner.com, observou que “seis meses antes de os EUA atacarem o Iraque, o Iraque passou a exigir euros, em vez de dólares, nas vendas de petróleo – o que converteu o Iraque em ameaça mortal, porque ameaçava o domínio do dólar como moeda internacional de reserva, na modalidade de petrodólar” (em http://wn.com/pre_market_movers_february_4th,_2011?orderby=relevance&upload_time=today)
Segundo matéria publicada em jornal russo dia 28/3/2011, “Bombing of Líbia – Punishment for Ghaddafi for His Attempt to Refuse US Dollar” (em http://kir-t34.livejournal.com/14869.html), Gaddafi fez movimento semelhante ao dos iraquianos: começou a recusar dólares e a exigir euros, e conclamou os países árabes e africanos a usar uma nova moeda, o dinar de ouro. Gaddafi planejava conseguir que toda a África, seus 200 milhões de habitantes, passassem a viver com essa nova moeda única.
Ao longo do ano passado, vários países árabes e muitos países africanos aprovaram a nova moeda. Restaram contra só a África do Sul e alguns países da cúpula da Liga Árabe. A iniciativa não foi vista com bons olhos pelos EUA e pela União Europeia; o presidente Nicolas Sarkozy declarou que a Líbia seria ameaça à segurança financeira da humanidade. Gaddafi não se impressionou e prosseguiu na sua campanha para criar uma moeda da África.
Com o que, afinal, podemos voltar ao mistério do novo banco central ‘rebelde’, na Líbia. Em artigo publicado em Market Oracle, Eric Encina escreve:
“Fato raramente mencionado pelos ‘especialistas’, ‘comentaristas’ ‘analistas’ ou políticos ocidentais é que o Banco Central da Líbia é 100% banco público. Hoje, o governo da Líbia cria a própria moeda, o dinar líbio, graças ao uso que dá ao seu banco central público nacional. Ninguém pode dizer que a Líbia não seja nação soberana, rica em recursos naturais e capaz de comandar o próprio destino econômico. O principal problema dos cartéis dos bancos globais é que, para negociar com a Líbia, têm de negociar através do Banco Central Líbio e em moeda nacional líbia. Nessas condições não têm controle sobre a negociação nem meios para manipular os preços e condições de negociação.
O objetivo de derrubar o Banco Central Líbio (CBL) não aparece nos discursos de Obama, Cameron e Sarkozy, mas não há dúvidas de que é objetivo prioritário na agenda da grande finança globalista: incluir a Líbia na lista de países financeiramente obedientes” (em http://www.marketoracle.co.uk/Article27208.html).
A Líbia não tem só petróleo e água. Segundo o Fundo Monetário Internacional, o banco central líbio mantém lastro de cerca de 144 toneladas de ouro. Com esse tipo de moeda-lastro, quem precisa de BIS, FMI e seus ‘aconselhamentos’?
Dadas essas evidências, é preciso agora considerar mais de perto as regras do Banco de Compensações Internacionais e o efeito que têm nas economias locais. Artigo que se lê na página do BIS na internet (http://www.bis.org/about/index.htm) declara que os bancos centrais reunidos na Rede de Governança dos Bancos Centrais devem manter, como seu objetivo único ou básico, “preservar a estabilidade de preços”.
Devem ser independentes dos governos nacionais, para garantir que nenhuma consideração política interfira no funcionamento. “Estabilidade de preços” significa manter suprimento estável de moeda, mesmo que isso implique castigar a população com pesadíssimas dívidas externas. Os bancos centrais ‘coligados’ são encorajados a não aumentar o suprimento de moeda mediante emissão de dinheiro e devem usar o dinheiro em benefício do Estado, diretamente ou mediante empréstimos.
Em artigo de 2002 em Asia Times Online, intitulado “The BIS vs national Banks” (14/5/2002), Henry Liu dizia:
“As regulações do BIS têm o único objetivo de fortalecer o sistema bancário internacional privado, mesmo que à custa das economias nacionais. O BIS faz para os sistemas bancários nacionais o mesmo que o FMI fez aos regimes monetários nacionais. Economias nacionais que sirvam aos interesses da finança globalizada deixam de servir a interesses nacionais.
… o FDI [ing. foreign direct investment, investimento estrangeiro direto] com valor nominal em moedas estrangeiras, quase sempre o dólar, condenaram muitas economias nacionais a um desenvolvimento sem equilíbrio, voltado para exportar, sobretudo para gerar pagamentos em dólar aos investidores estrangeiros diretos, com mínimo benefício às economias nacionais” (http://www.atimes.com/global-econ/DE14Dj01.html).
E acrescentava: “Se se aplica a “Teoria do Dinheiro do Estado” de Knapp, qualquer governo pode pagar com a própria moeda todas as necessidades do seu próprio desenvolvimento, para manter o pleno emprego sem inflação”. A “Teoria do Dinheiro do Estado” refere-se a dinheiro criado por governos, não por bancos privados.
A pressuposição da lei que manda não tomar empréstimos do próprio banco central do governo é que esses empréstimos seriam inflacionários, e que tomar empréstimos do dinheiro que haja em bancos estrangeiros ou do FMI não seria inflacionário. Mas, hoje, todos os bancos criam de fato o dinheiro que emprestam, seja dinheiro público ou privado. A maior parte do dinheiro novo, hoje, vem de empréstimos bancários. Tomar empréstimos do próprio banco central governamental tem a vantagem de que o empréstimo é praticamente sem juros. Já se sabe que se se eliminam os juros, o custo dos projetos públicos caem em média 50%.
Tudo faz crer que o sistema líbio funciona desse modo. Segundo a Wikipedia, entre as funções do Banco Central da Líbia está incluída a de “emitir e regulamentar os créditos e moedas circulantes na Líbia” e “gerenciar e emitir todos os empréstimos estatais”. O banco central da Líbia, público, pode administrar e administra a moeda nacional e faz empréstimos com vistas a atender, em primeiro lugar, os interesses do estado líbio.
Só assim se entende que a Líbia tenha recursos para oferecer educação e atendimento médico universal e gratuito, e para dar a cada novo casal, como presente de núpcias, 50 mil dólares em empréstimo que o Estado faz, sem juros. Só assim se entende que o país tenha tido meios para pagar os 33 bilhões de dólares que lhe custaram o projeto do GMMR. Hoje, os líbios temem que os ataques aéreos da OTAN cheguem aos aquedutos desse projeto, o que, sim, geraria mais um desastre humanitário.
Difícil crer, nesse quadro, que os ataques à Líbia tenham a ver exclusivamente com o petróleo. Quase certamente têm a ver, também, com a independência radical do banco central líbio. Com energia, água e crédito abundante para desenvolver a infraestrutura para que energia e petróleo sejam postos a serviço do bem estar dos líbios, a Líbia pode sobreviver à distância das garras dos financiadores/credores estrangeiros. E aí, afinal, está a real ameaça que a Líbia traz: a Líbia pode provar ao mundo que é possível fazer o que a Líbia faz.
Inúmeros países não têm petróleo, mas estão em desenvolvimento novas tecnologias que podem tornam nações não produtoras de petróleo independentes, em termos energéticos, sobretudo se os custos para construir a infraestrutura são reduzidos à metade, porque os empréstimos saem do próprio banco central nacional e público, gerido em nome de interesses públicos. A independência no campo da energia, libertará os governos da rede dos banqueiros internacionais, e da necessidade de direcionar a produção doméstica para os mercados estrangeiros, para pagar o serviço das dívidas.
Caso o governo Gaddafi caia, será interessante observar se o novo banco central líbio recém criado associar-se-á ao Banco de Compensações Internacionais, se a indústria do petróleo líbio será imediatamente privatizada e vendida a investidores globais e se continuará a haver água, educação e assistência médica universais e gratuitas na Líbia.
Fonte:  Vi o Mundo

HIPOCRISIA TUCANA: SERRA, O HOMEM DA ALCA, CRITICA PARCERIA ENTRE BRASIL E CHINA


Estado de S. Paulo publicou na edição da quinta-feira, dia 14, um artigo intitulado “Negócio da China”, em que o tucano José Serra critica duramente as relações entre Brasil e China. O texto, editado na página 2 do jornal, ao lado de um arrazoado do sociólogo Demétrio Magnoli (um reacionário quimicamente puro, segundo a definição de um ilustre jornalista português), é quase uma obra-prima da hipocrisia tucana.
Umberto Martins
O candidato fracassado às eleições presidenciais de 2002 e 2010 começa citando Raul Prebisch, famoso economista argentino que criou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e, ao lado de Celso Furtado, combateu o pensamento econômico conservador da época e lutou pela industrialização e integração dos países latino-americanos.
Conversão ao neoliberalismo
Convém lembrar, em primeiro lugar, que Serra, acompanhando os passos de seu então chefe, Fernando Henrique Cardoso, renegou na prática e na teoria as ideias de Prebisch e Furtado depois da conversão à direita neoliberal, conforme assinalou em recente entrevista o economista Bresser Pereira (clique aqui). FHC, outrora considerado um homem de centro-esquerda, cometeu uma frase que ficou famosa (“esqueçam o que escrevi!”) para não deixar dúvidas quanto a sua nova religião.
Pois Serra adota a formulação de Prebisch que sugere a divisão do sistema capitalista mundial entre o centro, ocupado pelos países mais ricos e desenvolvidos, e a periferia, constituída pelas nações mais pobres, julgadas subdesenvolvidas ou em vias de desenvolvimento, para concluir que a China caminha para se constituir numa economia central e o Brasil segue descontraído na direção oposta, rumo à periferia.
Isto ocorre, na opinião do ex-governador paulista, em razão da divisão social do trabalho entre os dois países, refletida nas trocas comercias. O Brasil exporta basicamente commodities, mercadorias com baixo valor agregado, e importa manufaturas intensivas em tecnologia e trabalho complexo, com maior valor incorporado durante o processo de produção.
Neoperiferia?
A reprodução dessas relações comerciais, que remete ao dilema centro-periferia estudado por Prebisch e Furtado (ambos defensores de uma estratégia de substituição de importações para o desenvolvimento nacional), “está conduzindo o País, rapidamente, à condição de neoperiferia no concerto econômico mundial”. O tucano, que muito privatizou e ajudou a escancarar as portas da economia nacional ao capital estrangeiro quando no governo, hoje também bate nos investimentos chineses no Brasil.
O desenvolvimento desigual das nações e mudanças políticas que ocorrem no mundo e particularmente na América Latina alteram as relações entre centro e periferia e provocam deslocamentos de tal ordem na economia mundial que, na respeitável opinião da economista Maria da Conceição Tavares, o velho conceito já não faz tanto sentido. É preciso ponderar, igualmente, a expressiva mudança nos termos de troca (ou preços relativos entre manufaturas e commodities).
Oportunismo tucano
Aplicá-lo na avaliação da parceria comercial sino-brasileiro é, neste caso, mais um exemplo do oportunismo (alguns diriam senso de oportunidade) tucano. Certamente, o perfil das trocas entre o Brasil e a China é motivo de apreensão para o conjunto das forças e personalidades sinceramente preocupadas com o desenvolvimento nacional soberano, incluindo a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Não é o caso de José Serra, FHC, PSDB ou DEM. Esses já provaram a que interesses servem e foram rejeitados por isto.
Durante a campanha de 2002, Serra foi o homem da Alca no Brasil, criticou os governos progressistas da América Latina, prometeu dar continuidade ao projeto de privatizações (que aplicou no governo do estado de São Paulo) e teve o apoio dos EUA. Em 2010, segundo informações confidenciais divulgadas pelo WikiLeaks, o candidato tucano, que fez uma campanha ostensivamente reacionária e obscurantista, prometeu privatizar o pré-sal, abrindo-o aos interesses das multinacionais norte-americanas do chamado Ocidente.
Mercosul
Ele também acenou com a liquidação do Mercosul e, ao lado de outros bicudos tucanos, criticou o relativo afastamento do Brasil de seus antigos tutores, os Estados Unidos e a Europa. Preconizava (e preconiza) um retorno ao velho status quo de subserviência ao chamado Ocidente, desprezado e subvertido pela política externa do governo Lula, conduzida por Celso Amorim.
Pelo caminho de Serra e FHC, o Brasil ainda estaria afogado na crise, abraçado aos EUA. A diversificação do comércio, na direção Sul-Sul, e o fortalecimento da parceria com a China, associados ao abandono das receitas do FMI, combate ao desemprego e melhor distribuição da renda, foram fundamentais para a economia nacional sair rapidamente da recessão.
Bandeiras progressistas
É preciso analisar com objetividade e realismo as novas relações internacionais que emanam da ascensão da China e da irresistível decadência dos EUA, mesmo porque as economias não são guiadas por idealismos ou ideologias, mas por interesses das classes e nações. Melhorar o perfil das exportações brasileiras, em benefício da indústria de transformação, defender o mercado interno, reduzir juros e controlar câmbio e fluxos de capitais (inclusive chineses), são bandeiras das forças progressistas interessadas no crescimento da economia, na justiça social e no desenvolvimento nacional.
As mudanças em curso na correlação de forças no interior da economia mundial, dadas pelo deslocamento do dinamismo industrial do Ocidente para o Oriente, abrem novas janelas de oportunidade para o desenvolvimento nacional soberano. Ao contrário do que supõe a vã filosofia neoliberal tucana, traduzida no artigo de José Serra.
O maior inimigo
Não cabe reproduzir a ideia servil de que o que é bom para a China é bom também para o Brasil, como foi feito pelos apologistas do império em relação aos EUA, mas querer transformar a potência asiática em novo centro imperialista é no mínimo precipitado. Quando a crítica parte de um cacique tucano fracassado não é mais que oportunismo.
A China não é a maior ameaça para o Brasil e outras nações, muito pelo contrário. Embora em declínio nas esferas econômica e política, Tio Sam ainda está armado até os dentes, distribuindo bombardeios e ameaçando os pobres e remediados do mundo. É o grande inimigo dos povos. As preferências do PSDB estão na contramão da história.

Fonte:  OpenSante
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