quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

2474 ANULA O MENSALÃO

2474 anula o mensalão

2474 vem aí
Conhecido como GAVETÃO o inquérito 2474 continua oculto e lá estão documentos que contradizem a AP 470.

Clique aqui e leia a importante postagem de Conceição Lemes do blog VIOMUNDO e saiba em detalhes como agiu a PGR/MPF de Antonio Fernando e o relator Joaquim Barbosa para proteger amigos como Daniel Dantas e Rede Globo.

A SEGUIR ALGUNS TRECHOS DA IMPORTANTE POSTAGEM DE CONCEIÇÃO LEMES

Que bombas “guardam” o inquérito 2474? Será que podem incriminar instituições e/ou pessoas importantes da República? Contém provas que derrubam a tese central da Ação Penal 470 de que o PT pagou deputados federais para que votassem a favor de projetos de interesse no governo na Câmara? Ou o quê?

O laudo 2828/2006, que comprova que o “suspeito” Henrique Pizzolato não era o responsável pelo dinheiro da Visanet, ficou “guardado” no inquérito 2474.

Alegação para essa medida: teria sido para não “gerar confusão” nem “motivar eventual questionamento quanto à validade dos atos investigatórios posteriores à denúncia”, feita pelo procurador-geral ao STF em março de 2006.

Consequentemente, pelo menos dois documentos relacionados diretamente ao mensalão — o laudo 2828/2006 e o relatório de Zampronha –, fazem parte do “gavetão”.

Por isso, os advogados de defesa dos “40 mensaleiros” nunca tiveram acesso ao relatório do delegado Zampronha. O laudo 2828/2006, Instituto de Criminalística da PF, que também foi para “gavetão”, nunca passou pelo inquérito 2245 (precursor da AP 470). Ambos indicam que houve cerceamento de defesa dos réus da AP 470.

Afinal de contas, por que o inquérito 2474 está há quase sete anos em segredo de Justiça? Que outros “segredos” guardam?

As respostas só teremos no dia em que o sigilo do 2474 for aberto pelo STF.

Onde estará a investigação referente à Globo e às demais empresas citadas criminalmente na denúncia do ex-procurador-geral da República ao STF? Será que no inquérito 2474?

Não é à toa que o 2474 ganhou o apelido de “gavetão”. Mais precisamente o “gavetão” paralelo do inquérito 2245, que deu origem à Ação Penal 470. Paralelo porque os dois inquéritos tratam do mensalão. Tem tudo a ver com o mensalão.

A propósito. Será que foi devido à presença da Globo no “gavetão” que o ministro Luís Roberto Barroso declinou da sua relatoria, devolvendo-o ao ministro Joaquim Barbosa, o “pai e criador” do inquérito 2474?

No currículo do ministro Barroso, consta que ele advogou em favor da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). E a Abert, todos nós sabemos, obedece ao comando da Globo.

Outra especulação diz respeito ao filho de fato de Joaquim Barbosa, Felipe Barbosa.

O inquérito 2474 conteria documentos que mostrariam que a DNA propaganda, de Marcos Valério, teria pago à empresa Tom Brasil, com recursos da Visanet, R$ 2,5 milhões. Em 2010, a Tom Brasil contratou o jovem Felipe Barbosa, para assessor de imprensa da casa de shows Vivo, no Rio de Janeiro.

Outro possível motivo: Daniel Dantas, do Oportunity, seria um dos investigados no inquérito 2474.

Lembrando que Antonio Fernando após se aposentar foi receber polpuda participação “trabalhando” para Daniel Dantas e o filho de Joaquim Barbosa idem com a Rede Globo.



COMPARTILHAR É O SEGREDO DE NOSSA FORÇA !

Fonte:  Megacidadania

domingo, 22 de dezembro de 2013

MESMO ACUADO POR BUSCA E APREENSÃO, ADVOGADO DENUNCIA QUE MORTE DE MODELO TEM LIGAÇÃO COM O MENSALÃO TUCANO, EM MINAS.

Dino, em foto publicada na CartaCapital
Advogado acusa réu do mensalão tucano de ser mandante da morte de modelo
Por Lúcia Rodrigues, em Belo Horizonte*
Um homem acuado e com medo de morrer. É assim que o advogado Dino Miraglia se define.
Até 21 de agosto ele advogava para Nilton Monteiro, o delator do mensalão tucano, que está preso no complexo penitenciário de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, acusado de ser falsário.
Nilton tinha intimidade com o ninho tucano em Minas Gerais. Participou de esquemas. Para figurões do PSDB, trata-se de um chantagista que decidiu ganhar dinheiro com informação, o que ele contesta.
O advogado Miraglia deixou a defesa de Nilton Monteiro após ter a residência invadida por um grupo de dez delegados da Polícia Civil de Minas Gerais que buscavam, segundo ele, um documento falso. O episódio lhe custou um casamento de décadas, 26 anos de união e seis, de namoro. Assustadas com a operação policial, que envolveu até helicóptero, mulher e filha resolveram se afastar dele.
A esposa já o havia advertido diversas vezes para recusar ações que atingissem políticos mineiros. Dino não ouviu os conselhos e continuou advogando para o delator do mensalão tucano.
A invasão da polícia para cumprimento de mandado de busca e apreensão foi a gota d’água para a família. Antes disso, ele já havia sido ameaçado de morte várias vezes devido à atuação nessas causas.
Apesar de não citar o nome de quem o ameaçou com uma pistola ponto 40, o advogado deixa transparecer que se trata de Márcio Nabak, delegado-chefe do Departamento Estadual de Operações Especiais, o Deoesp, de Minas Gerais.
O policial seria aliado de políticos denunciados no mensalão tucano, segundo o delator do esquema, Nilton Monteiro.


O advogado diz que a invasão policial teve forte impacto psicológico na família.
Ele descreve a cena que viu:
Cristiana, a modelo
“Mula” da corrupção tucana
No currículo profissional, Dino acumula ainda a defesa da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira assassinada, em agosto de 2000, nas dependências de um flat no centro de Belo Horizonte, por um ex-namorado, Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho.
É um caso bizarro. Inicialmente a morte da modelo foi considerada “suicídio”.
Isso apesar desta descrição do corpo de Cristiana:
Quando nova perícia foi feita, a polícia passou a dizer que Cristiana foi vítima de crime passional.
Mas o advogado Dino sustenta que tratou-se de queima de arquivo.
Segundo ele, Cristiana tinha papel central no esquema de corrupção do PSDB em Minas Gerais.
Era ela quem transportava o dinheiro das transações do mensalão tucano.
Na linguagem popular, Cristiana era “mula” do esquema de corrupção.
O advogado acusa o ex-ministro do Turismo e das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, um dos réus do mensalão tucano, de ser o mandante do crime.
De acordo com ele, Walfrido teria mandado matar Cristiana porque ela “sabia demais”.
“A morte da modelo foi encomendada”, frisa.
No julgamento do acusado de matar Cristiana, o ex-ministro e ex-vice-governador de Minas (no mandato de Eduardo Azeredo, 1995-1999) foi convocado a depor como testemunha, mas não compareceu. Alegou que estava em viagem aos Estados Unidos.
Acusado pelo crime, Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho, um ex-namorado da vítima, está solto até hoje, apesar de ter sido condenado por júri popular a 14 anos de prisão e de a segunda instância ter ratificado a decisão.
“Nunca vi corno de garota-de-programa” que mata dois anos depois do fim do relacionamento, diz o advogado.
Segundo Dino, o assassino está em liberdade graças a um habeas corpus concedido de ofício pela ministra do STJ, o Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz.
De acordo com o advogado, Cristiana aparece numa lista de pagamentos supostamente compilada pelo publicitário Marcos Valério, como beneficiária de mais de R$ 1,8 milhão.
Valério foi recentemente condenado pelo STF por conta do papel que desempenhou no mensalão petista: segundo a acusação, as empresas dele forjaram contratos de publicidade para encobrir desvio de dinheiro público em benefício do PT e de aliados.
O mesmo tipo de ação é atribuída a Valério no mensalão tucano, que é de 1998, quando Eduardo Azeredo fracassou na tentativa de se reeleger governador de Minas e FHC se reelegeu presidente.
Dino pediu o apensamento dos papéis nas quais a modelo é mencionada ao processo do mensalão tucano, que corre no STF e já inclui a chamada lista de Furnas.
Esta lista é uma relação detalhada de constribuições de campanha feitas com dinheiro que funcionários da estatal teriam arrancado de fornecedores da empresa.
Vários nomes se repetem nas duas listas — a de Valério e a de Furnas.
O objetivo da ação do advogado é mostrar a relação entre a morte da modelo e o esquema de corrupção tucano.
Segundo laudo da Polícia Federal, a lista de Furnas não foi forjada.
Já a lista de Marcos Valério, que Dino Miraglia encaminhou ao ministro Joaquim Barbosa para anexar ao processo do mensalão tucano, não tem laudo de autenticidade da PF.
O documento entregue a Barbosa seria uma cópia, o que impede perícia.
Medo no ar
Dino Miraglia relutou em conceder entrevista. Visivelmente assustado, lançou mão de subterfúgios para protelar o encontro, que ocorreu no começo da tarde do último dia 5.
O primeiro contato da reportagem ocorreu em 2 de dezembro, por meio de celular, e parecia normal.
Do outro lado da linha, o advogado informava que estava em São Paulo e que retornaria à capital mineira naquela noite. Marcou o encontro para o dia seguinte, às 10 horas da manhã, em seu escritório.
Pela porta de vidro opaco da sala de espera do gabinete de advocacia, vimos o vulto de um homem alto sair.
Minutos depois, a secretária recebeu um torpedo de Dino dizendo que não poderia comparecer ao escritório, porque teria de atender flagrante envolvendo um cliente.
Depois de várias outras tratativas telefônicas, quando já não contávamos com a entrevista, o advogado surpreendentemente concordou, questionando com voz de preocupação:  “Você pode vir aqui, agora (para o escritório)?”
O medo de Dino não é infundado. A política mineira é sui generis. Em nossa passagem por Belo Horizonte, constatamos situações que parecem justificar o receio. Alguns dos entrevistados só concordaram em falar em off (sem se identificar publicamente). No caso de uma das fontes, chegou às suas mãos, enquanto conversava conosco, um calhamaço de papéis com transcrições de diálogos de conversas grampeadas pela polícia mineira.
O monitoramento de adversários políticos em Minas faz lembrar o regime de exceção vivido durante a ditadura militar.
*A viagem da repórter a Minas Gerais, para fazer um balanço do mensalão tucano, foi financiada pelos leitores que contribuem com o Viomundo.
Ouça aqui a íntegra explosiva da entrevista:
Leia também:
Memória (reportagem da revista Época):
CRIME
Novo laudo comprova que a morte de modelo não foi suicídio e promotores querem descobrir quem tentou abafar o caso
ROGER LIBÓRIO
Há crimes que, pela repercussão, geram um esforço de investigação impressionante – a ponto de, em poucos dias, serem elucidados. E há outros que só são apurados após muita insistência. O caso da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, morta em agosto de 2000 num flat em Belo Horizonte, em Minas Gerais, pertence à segunda categoria.
Passados dois anos e meio do assassinato, foi apenas na semana passada que se conheceu oficialmente a causa da morte — Cristiana foi sufocada com um objeto de pano, que pode ter sido um travesseiro ou um lençol enrolado.
Ela foi agredida e as marcas da violência foram registradas em seu corpo. Para chegar a essa conclusão foi preciso reanalisar as fotos da vítima, exumar o cadáver e fazer uma necropsia. O primeiro laudo, que atestava ‘suicídio’, revelou-se uma grosseira peça de ficção. Os médicos-legistas responsáveis pelo documento, Remar dos Santos e Tyrone Abud Belmak, não se pronunciam.
O Ministério Público (MP) agora investiga por que foi montada a farsa, típica dos anos da ditadura.
Cristiana, morena de 1,78 metro, queria fazer carreira de modelo, mas, aos 24 anos, havia conseguido apenas se tornar uma figura popular entre os ricos e famosos da capital mineira.
Quando foi morta — aparentemente por um ex-namorado ciumento, que perdeu a carona na ascensão social e nas amizades importantes da moça –, o MP teve de enviar à polícia diversos ofícios pedindo a apuração do caso. ‘Requisitamos várias diligências, mas elas nunca foram feitas’, conta o promotor Luís Carlos Martins Costa.
Quando a polícia encaminha um cadáver para o IML, tem de preencher uma ficha pedindo vários tipos de exame — basta marcar um ‘x’ em cada um deles. Pode-se procurar, por exemplo, indícios de agressão física e violência sexual.
O corpo de Cristiana foi encontrado na cama apenas de sutiã, sem calcinha e com vários hematomas, mas os investigadores solicitaram apenas exame toxicológico, anotando ao lado: ‘Suspeita de suicídio’. Na cena do crime não havia nada que sugerisse isso, como vidro de raticida, seringa ou bilhete de despedida.
O boletim de ocorrência foi lavrado em 6 de agosto. Somente no dia 11 de dezembro, quatro meses depois, foi instaurado um inquérito policial. Ele passou por vários delegados e muitas trapalhadas — um ex-namorado, o empresário Luiz Fernando Novaes, chegou a ser preso e depois solto por falta de provas. A conclusão final, porém, foi novamente de ‘auto-extermínio’.
O Ministério Público teve de investigar sozinho, colher 41 depoimentos e pedir a exumação do cadáver.
O ex-namorado Reinaldo Pacífico, contra quem Cristiana já registrara um boletim de ocorrência por agressão, vinha perseguindo a modelo. Sujeito misterioso, ganhava a vida como detetive particular mas se apresentava como ‘juiz criminal’. Ele tornou-se o principal suspeito depois que uma testemunha — agora sob proteção federal — admitiu tê-lo ouvido confessar o crime.
Parece difícil, contudo, que Pacífico tenha sido capaz de agir sozinho na etapa seguinte do crime — a de embaralhar pistas e transformar sinais de um assassinato brutal em suicídio.
Essa tarefa exige a cumplicidade de policiais, além da boa vontade da cúpula da máquina de segurança de Minas Gerais — recursos pouco acessíveis na mala de truques de um detetive particular.
Por isso a promotoria agora quer apurar o que levou a polícia e os legistas a conduzirem a investigação de forma tão relapsa. ‘Há indícios de supressão e de alteração de documentos’, diz Martins Costa.
Entre outros papéis, sumiu o depoimento de um dos irmãos da vítima, Cláudio Ferreira, que havia dado a lista de todas as pessoas importantes com as quais Cristiana teria se relacionado. ‘O delegado chamou o rapaz alguns dias depois, disse que o depoimento não tinha validade e o questionou novamente, orientando para não citar nomes’, acusa o promotor.
Entre os famosos mencionados pela família de Cristiana estava Jairo Magalhães Costa, diretor do Banco Real, o único a admitir ter tido um caso com a moça.
Mas uma irmã da vítima, Simone Ferreira, testemunhou dizendo que ela ‘estava se encontrando’ com Djalma Moraes, presidente da Cemig.
Ele é casado, nega qualquer relacionamento com a modelo e declarou que a viu apenas duas vezes — foram apresentados pelo ex-secretário da Casa Civil Henrique Hargreaves.
Em outro depoimento, uma amiga de Cristiana disse que ela apregoava um breve caso com o ex-governador Newton Cardoso, que declarou jamais tê-la visto na vida. E vários parentes afirmaram que Cristiana era amiga próxima do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, para quem trabalhava e viajava freqüentemente.
Num depoimento tomado às vésperas da posse na equipe de Lula, Mares Guia disse que a conhecia de vista. Para uma pessoa tão pouco relacionada, é surpreendente que tenha conseguido ser recebida no Palácio da Liberdade, quando chegou a ser fotografada ao lado do governador Itamar Franco — parentes dizem que ela fora pedir um emprego.
Entende-se que pessoas importantes queiram proteger sua intimidade, especialmente contra boatos que podem não ter fundamento.
Resta saber se foi por influência política que o primeiro laudo notava ‘ausência de lesões externas macroscopicamente visíveis’ num cadáver com três fraturas e vários hematomas. É um erro tão grosseiro que lembra os documentos produzidos nos anos de chumbo para mascarar a tortura de presos políticos.
Colaborou Paula Pereira
Veja também:

fonte:  Vi o Mundo

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

DESCULPE-ME, MAS VOCÊ É UM INOCENTE ÚTIL

Vejo alguns amigos dizendo: “Então quer dizer que ser a favor da prisão de Genoíno e Dirceu faz de mim um filhote da ditadura, um reacionário ou um membro da classe média merda?”. Não necessariamente, mas faz de você um inocente útil. Todos temos o direito de não gostar de alguém e não votar nesse alguém, ser mais de esquerda ou de direita. Particularmente nunca votei em Genoíno ou Zé Dirceu e nunca concordei com as suas posições, como a ampliação do leque de alianças do PT defendida por eles, onde cabe gente como Maluf e Sarney. O que não temos o direito é de dizer: “Ele não provou sua inocência”, quando qualquer um sabe que na democracia, na lei, cabe ao acusador “provar a acusação”. O que não pode é fingir que não vê as fotos e histórias sobre o Genoíno, que está na “política” há 40 anos e mora há décadas na mesma casa pequena com a família. (http://migre.me/gFCIV)
Diferente do “Batman”, Joaquim Barbosa, que mora em apartamento funcional e comprou de forma imoral uma residência de um milhão de reais em Miami (http://migre.me/gFTLQ), Genoíno mora na mesma casa e na mesma rua, nunca morou em condomínio fechado ou algo que o valha, nem deu sinais de riqueza. Você deve admitir a importância do Bolsa Família para diminuir a pobreza e do ProUni para que mais pobres tenham vagas na universidade, mas quantos conhecidos seus recusam o “óbvio” e afirmam que “não faltam médicos, faltam condições de trabalho”, mesmo você nunca tendo visto um médico desempregado, nem mesmo aquele que nunca olha para sua cara durante a consulta? Quantas vezes você ouviu que a culpa do preço dos veículos ou do vídeo game é do governo, enquanto você sabe, que a margem de lucro praticada por nossa elite é uma das maiores e mais criminosas do mundo? Você sabe que o dinheiro que vai para os ricos com os juros altos é infinitamente maior do que o que vai para os pobres com o Bolsa Família. (quanto custa o bolsa rentismo: http://migre.me/gFCWJ) Você já leu ou se pegou maldizendo ocupação de terra (você ou seus amigos chamam de invasão?), feita por trabalhadores rurais, enquanto sabe que grandes empresas como a Cutrale e os grandes produtores de soja, tomam terras públicas por meio da grilagem e a protegem a bala com cangaceiros e com o apoio da justiça e de juízes corruptos? Você já leu sobre a Escola Base” (http://migre.me/gFD7U) e sabe que a grande imprensa manipula como quer a opinião pública? Sabe que a Globo apoiou a ditadura militar e manipulou a sociedade brasileira (http://migre.me/gFDik) e que esconde a “origem” de Marcos Valério e sua relação com o PSDB de Minas, esconde também os escândalos de corrupção em São Paulo, com um assessor do governo paulista descoberto com conta secreta e sendo julgado na Suíça? ( http://migre.me/gFDjq)
Seja sincero: Já se pegou dizendo “bandido bom é bandido morto”, mesmo sabendo que existe um extermínio da nossa juventude pobre na periferia, enquanto os crimes dos ricos continuam encobertos? Você já ouviu que alguém que não fez faculdade não poderia ser presidente, “porque é burro” ou “apedeuta”. Acredita mesmo que esse ódio tem a ver com as qualidades ou defeitos do governo Lula? Você leu em algum lugar que Genoíno foi preso e torturado na ditadura. Sabe que seus algozes nunca foram presos ou julgados. Sabe que foi criada uma “tese” jurídica para condená-los sem prova agora, mas mesmo assim acha que “onde tem fumaça tem fogo?” Assistiu na TV, em filme ou leu, que prisão em feriado ou fim de semana, é executada contra presos que podem oferecer ”risco continuado”? Ou seja: Matar, roubar ou fugir nesses três dias. Sabe que os Zés estavam com a família esperando para se entregar, e mesmo assim acham que “foi pouco”, porque deveriam ter sido algemados e cuspidos, com uma horda de gente gritando “lincha e mata”? Você tem o direito de não gostar das posições do Zé Dirceu e Genoíno, pode combatê-los e derrotá-los, mas não pode fingir que seus amigos mais reacionários não torceram para vê-los humilhados e ficaram “bravinhos” ao ver o punho cerrado em sinal de resistência, ao invés da cabeça abaixada e do rosto escondido. Se você acha a ditadura legal, o “Mais Médicos” uma “invasão comunista”, o bolsa família “compra de votos”, acha sem-terra “tudo vagabundo”, considera que no mundo sempre existiram e sempre existirão miseráveis e milionários e acredita na meritocracia como desculpa para pobreza (só é pobre quem não trabalha), você tem razão em querer prendê-los ou talvez eliminá-los. Eles são um grande perigo para tudo que você acredita. Você está ao lado de todos que roubam dos mais pobres deste país há séculos. E pior: fazem isso com o apoio da justiça. Você está ao lado do sistema financeiro, das oligarquias rurais, dos grandes veículos de comunicação e dos saudosos da ditadura militar. Está ombro a ombro com os que querem o Brasil de antigamente, onde pobre era pobre, os poderosos cuidavam da política e de ganhar dinheiro e os trabalhadores cuidavam de dar lucro para deixar os ricos cada vez mais ricos, enquanto milhões de brasileiros morriam de fome ou viviam na miséria. Se você acha a ditadura militar um nojo, apoia os programas sociais mais importantes da história do Brasil, pode ou não gostar de Lula e do PT, mas não concorda com julgamentos sumários e linchamento midiático e mesmo assim não entende que o julgamento do chamado “Mensalão” foi um julgamento político, desculpe-me, mas você é um inocente útil do que existe de mais retrógrado e atrasado no Brasil.
Bendita Versão

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

PIZZOLATO REVELA NA ITÁLIA DOSSIÊ QUE EMBARAÇA JULGAMENTO DE BARBOSA


O pior pesadelo do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que tem dado repetidas mostras de interesse pela vida política, começa a se transformar em realidade nas próximas horas, em Roma. O ex-diretor do Banco do Brasil Francisco Pizzolato fará chegar às mãos de seus advogados italianos o relatório de perto de mil páginas, que o Correio do Brasil divulga, com exclusividade, no qual apresenta provas de que o dinheiro que deu origem à Ação Penal 470 no STF origina-se em uma empresa privada e não de um ente público, como afirma o relatório de Barbosa.
Para ocultar este fato, que coloca por terra o argumento que levou os réus na AP 470 ao Complexo Penitenciário da Papuda, segundo o dossiê apresentado por Pizzolato, que tem cidadania italiana, o então procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza e o ministro Joaquim Barbosa criaram, em 2006, e mantiveram sob segredo de Justiça dois procedimentos judiciais paralelos à Ação Penal 470. Por esses dois outros procedimentos passaram parte das investigações do chamado caso do ‘mensalão’.
O inquérito sigiloso de número 2474 correu paralelamente ao processo do chamado ‘mensalão’, que levou à condenação, pelo STF, de 38 dos 40 denunciados por envolvimento no caso, no final do ano passado, e continua em aberto. E desde 2006 corre na 12ª Vara de Justiça Federal, em Brasília, um processo contra o ex-gerente executivo do Banco do Brasil, Cláudio de Castro Vasconcelos, pelo exato mesmo crime pelo qual foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato.
Esses dois inquéritos receberam provas colhidas posteriormente ao oferecimento da denúncia ao STF contra os réus do ‘mensalão’ pelo procurador Antônio Fernando, em 30 de março de 2006. Pelo menos uma delas, “o Laudo de número 2828, do Instituto de Criminalística da Polícia Federal, teria o poder de inocentar Pizzolato”, afirma o dossiê.
Dinheiro da Visanet
Ainda segundo o relatório que Pizzolato apresentará, em sua defesa, na corte italiana, um tribunal de exceção foi montado no Brasil com o único objetivo de desmoralizar o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma clara tentativa de apeá-lo do poder antes do tempo. Embora o estratagema tenha funcionado ao contrário, com mais um mandato popular surgido das urnas ao líder petista, que em seguida elegeu a sucessora, Dilma Rousseff, o STF seguiu adiante e conseguiu que o ex-ministro José Dirceu e o deputado José Genoino (PT-SP) fossem conduzidos à prisão.
Pizzolato relata, em detalhes, as operações realizadas na campanha política de 2002 e suas ações na diretoria de Marketing do Banco do Brasil. No dossiê, ele contesta os documentos acatados como verdadeiros na AP 470.
“Observem bem a data em que foi escrita a carta mentirosa do “tucano” (Antonio Luiz Rios, ex-presidente da Visanet que hoje trabalha como consultor para a Rede Globo de Televisão) e dirigida aos peritos da PF, foi em 02 de fevereiro de 2006, período em que os advogados não tinham acesso a nenhum documento. E esta carta mentirosa do “tucano” ditou, influenciou e/ou moldou todos os pareceres, perícias e fundamentalmente a própria “denúncia” da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público Federal (PGR/MPF), bem como a argumentação do relator Joaquim Barbosa que por sua vez “convenceu” o plenário do STF. Ninguém, repito, absolutamente ninguém, nem o PGR/MPF e nem o relator, deram-se ao trabalho de observar a regra básica de uma relação de mercado, o respeito ao contrato. Pois existia um contrato que normatizava a relação da Visanet com seus sócios, os diversos bancos, sendo o maior acionista da VISANET, o Bradesco”.
Em nove capítulos, Pizzolato também revela que, em março de 2006, quando ainda presidia o STF o ministro Nelson Jobim, a CPMI dos Correios divulgou um relatório preliminar pedindo o indiciamento de 126 pessoas. Dez dias depois, em 30 de março de 2006, o procurador-geral da República já estava convencido da culpa de 40 deles. A base das duas acusações era desvio de dinheiro público (que era da bandeira Visa Internacional, mas foi considerado público, por uma licença jurídica não muito clara) do Fundo de Incentivo Visanet para o Partido dos Trabalhadores, que teria corrompido a sua base aliada com esse dinheiro. Era vital para essa tese, que transformava o dinheiro da Visa Internacional, aplicado em publicidade do BB e de mais 24 bancos entre 2001 e 2005, em dinheiro público, ter um petista no meio. Pizzolato era do PT e foi diretor de Marketing de 2003 a 2005.
Barbosa decretou segredo de Justiça para o processo da primeira instância, que ficou lá, desconhecido de todos, até 31 de outubro do ano passado. Faltavam poucos dias para a definição da pena dos condenados, entre eles Pizzolato, e seu advogado dependia de Barbosa para que o juiz da 12ª Vara desse acesso aos autos do processo, já que foi o ministro do STF que decretou o sigilo.
O relator da AP 470 interrompera o julgamento para ir à Alemanha, para tratamento de saúde. Na sua ausência, o requerimento do advogado teria que ser analisado pelo revisor da ação, Ricardo Lewandowski. Barbosa não deixou. Por telefone, deu ordens à sua assessoria que analisaria o pedido quando voltasse. Quando voltou, Barbosa não respondeu ao pedido. Continuou o julgamento. No dia 21 de novembro, Pizzolato recebeu a pena, sem que seu advogado conseguisse ter acesso ao processo que, pelo simples fato de existir, provava que o ex-diretor do BB não tomou decisões sozinho – e essa, afinal, foi a base da argumentação de todo o processo de mensalão (um petista dentro de um banco público desvia dinheiro para suprir um esquema de compra de votos no Congresso feito pelo seu partido).
No dia 17 de dezembro, quando o STF fazia as últimas reuniões do julgamento para decidir a pena dos condenados, Barbosa foi obrigado a dar ciência ao plenário de um agravo regimental do advogado de Pizzolato. No meio da sessão, anunciou “pequenos problemas a resolver” e mencionou um “agravo regimental do réu Henrique Pizzolato que já resolvemos”. No final da sessão, voltou ao assunto, informando que decidira sozinho indeferir o pedido, já que “ele (Pizzolato) pediu vistas a um processo que não tramita no Supremo”.
O único ministro que questionou o assunto, por não acreditar ser o assunto tão banal quanto falava Barbosa, foi Marco Aurélio Mello.
Mello: “O incidente (que motivou o agravo) diz respeito a que processo? Ao revelador da Ação Penal nº 470?”
Barbosa: “Não”.
Mello: “É um processo que ainda está em curso, é isso?”
Barbosa: “São desdobramentos desta Ação Penal. Há inúmeros procedimentos em curso.”
Mello: “Pois é, mas teríamos que apregoar esse outro processo que ainda está em curso, porque o julgamento da Ação Penal nº 470 está praticamente encerrado, não é?”
Barbosa: “É, eu acredito que isso deve ser tido como motivação…”
Mello: “Receio que a inserção dessa decisão no julgamento da Ação Penal nº 470 acabe motivando a interposição de embargos declaratórios.”
Barbosa: “Pois é. Mas enfim, eu estou indeferindo.”
Segue-se uma tentativa de Marco Aurélio de obter mais informações sobre o processo, e de prevenir o ministro Barbosa que ele abria brechas para embargos futuros, se o tema fosse relacionado. Barbosa reitera sempre com um “indeferi”, “neguei”. O agravo foi negado monocraticamente por Barbosa, sob o argumento de que quem deveria abrir o sigilo de justiça era o juiz da 12ª Vara. O advogado apenas consegui vistas ao processo no DF no dia 29 de abril, quando já não havia mais prazo recurssório.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CRÍTICAS AO BOLSA-FAMÍLIA: DESINFORMAÇÃO OU MÁ-FÉ?

Chico Vigilante


Chico Vigilante.
Na época em que o programa Bolsa Família começou a ser desenhado, já existia a tese de que os beneficiários teriam mais filhos, gastariam mal o dinheiro, se acomodariam em não trabalhar ou ficariam intencionalmente na informalidade. Podemos dizer que estes críticos do mau agouro  inicial estavam mais mal informados do que mal intencionados.
Hoje, no entanto, o programa cresceu, apareceu e incomodou aos inimigos de plantão do Brasil. Suas críticas são claramente de má fé, tem objetivo e causa definidos.
Em abrangência e volume de investimentos governamentais, o Bolsa Família transformou-se no maior programa social do país. Exatamente por ser um dos mais bem sucedidos dos governos petistas, reconhecido nacional e internacionalmente, foi eleito agora como a bola da vez para ser atacado. Num ano pré eleitoral é parte da estratégia de desespero da oposição.
Por que será? a resposta é simples: na lógica deles é necessário desqualificar tudo de bom e de resultados que o governo fez para tirar milhões de brasileiros e brasileiras da linha da miséria, uma vez que a eles só importa os lucros dos banqueiros, dos grandes proprietários de terras, dos caciques do agronegócio, e dos representantes em geral das classes dominantes deste país.
O Programa Bolsa Família vem ampliando anualmente seu alcance e atende hoje mais de 13 milhões de famílias em todo o Brasil. Segundo o o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), isso representa mais que o dobro do número de famílias beneficiadas no primeiro ano de seu funcionamento, em 2003, em torno de 6,5 milhões.
Os críticos do programa de hoje continuam com a mesma ladainha: alegam que ele atua de forma negativa criando dependência e incentivando a inércia. Um dado demonstra de  forma incontesti que estão equivocados: passados 10 anos de funcionamento, cerca de 1,7 milhão de famílias deixaram de receber o benefício por terem conseguido elevar sua renda, de acordo com dados do MDS. 
O governo atua no sentido de que o programa represente apenas um primeiro passo na vida do beneficiário. Uma das políticas públicas implementadas pelo governo para incentivar a porta da saída do Bolsa Família é o ensino técnico, reconhecido por empresários de todos os setores como necessário para atender a uma crescente demanda de qualificação profissional no país.
Para isso criou uma versão do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec- voltada especificamente para os beneficiários do Brasil Sem Miséria.  O Brasil sem Miséria, tem como objetivo retirar da situação de pobreza extrema16,2 milhões de pessoas que vivem com menos de R$ 70 por mês. O Bolsa Família é parte dele.
No início de 2013, de acordo com dados do MDS, 267 mil pessoas beneficiárias do programa Bolsa Família se matricularam em 416 cursos técnicos do programa. A meta é que, até o final de 2014, o Pronatec atenda um milhão de beneficiários. 
Além dos cursos profissionalizantes, o governo tem se empenhado em identificar os beneficiários do Bolsa Família que acabam abrindo pequenos negócios por conta própria. 
Um estudo do Ipea cruzou dados do Bolsa Família com o cadastro dos Microempreendedores Individuais, política implantada em 2008, com o objetivo de tirar empreendedores da informalidade e sob o ponto de vista estatístico, derrubou a tese de que o Bolsa Família gera o chamado efeito preguiça.  
De acordo com o estudo, após dois anos de vigência, R$ 2,8 milhões de empreendedores aderiram ao programa. Desses, mais de 102.627 pessoas, ou seja 7,3% do total, eram beneficiários do Bolsa Família.
A pesquisa aponta as atividades mais exercidas pelos empreendedores do Bolsa Família:  comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios. Quase 11 mil beneficiários do programa passaram a exercer essa atividade, o que representa 10,5 % do total. A segunda maior atividade é a de cabeleireiro com 7,5 mil pessoas nesta função. 
O amplo leque de atividades apontado demonstra claramente que os beneficiários do Bolsa Família são criativos na busca de alternativas. Estão atuando em  minimercados; obras de alvenaria; bares; lanchonetes; como ambulantes de alimentos; no fornecimento de alimentos para consumo domiciliar; na confecção de peças de vestuário sob medida;no comércio varejista de bebidas,entre outros.
Aconselho também aos críticos do Bolsa Família olhar para trás e analisar os indicadores de evasão escolar e mortalidade infantil no Brasil, antes e depois do programa. O Brasil de hoje é referência em políticas sociais, em tecnologias sociais, é considerado um país moderno e que enfrenta seus desafios. 
Com isso não quero dizer que acabamos com as desigualdades, mas sim que os governos petistas reconhecem sua existência e buscam minimizá-las por meio de políticas públicas. Elas são, no entanto, desigualdades históricas de cinco séculos. Não podemos pretender extingui-las em 10 anos. 
Parte das críticas ao programa ocorrem também devido ao preconceito e à desinformação a respeito dos reais objetivos e da amplitude do programa, por parte dos usuários assíduos de internet que pegam o bonde andando, ouvem e repetem sem analisar.Temos que entender que problemas na fiscalização são passíveis de ocorrer num universo de mais de 50 milhões de pessoas, que formam o cadastro do Bolsa Família. 
O governo mantém hoje uma complexa estrutura de controle que passa por cruzamentos regulares com outras bases de dados na tentativa de zerar o índice de irregularidade. 
A verdade que incomoda a muitos é que o Bolsa Família ajudou a transformar o Brasil em referência internacional na área social. Fez com que o país se tornasse um exportador de tecnologia para gerenciar iniciativas de transferência de renda e melhorou a imagem brasileira como um todo no exterior.
Inspirado no  Bolsa Família, por exemplo, o prefeito de Nova York, que visitou Brasília para obter informações a respeito,  implantou o Opportunity NYC, que hoje beneficia cinco mil famílias em bairros como Harlem e Bronx. Na ocasião ele afirmou que este é um inovador programa de transferência de renda com condicionalidades que visa auxiliar os novaiorquinos a romper o ciclo de pobreza. 
Além dos EUA, Honduras, El Salvador, Gana, Quênia, África do Sul, e Suiça criaram ou tentam implantar programas similares. Dados governamentais dão conta de que 63 países enviaram equipes para conhecer o Bolsa Família.
Depois de ser implantado em Nova York, com a colaboração de técnicos brasileiros, o Bolsa Família chega à Suíça nas próximas semanas, com votação marcada no congresso do país europeu, famoso pela riqueza. Aqui, os benefícios pagos variam de R$ 32 a R$ 306 por pessoa; lá, as transferências serão de até R$ 6 mil.
Além disso, o programa Bolsa Família recebeu, dia 15 último, o 1º prêmio Award for Outstanding Achievement in Social Security, espécie de Nobel concedido a cada três anos pela Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA), entidade com sede na Suíça. É o mais importante reconhecimento de um programa responsável por ajudar a quebrar no país um ciclo histórico de fome e miséria. 
Gostem ou não, os críticos do Bolsa Família vão ter que engolir a verdade: o programa colabora efetivamente para que cidadãos em situação de vulnerabilidade, após um período de tempo recebendo o repasse, governamental, ultrapassem a linha da pobreza encontrando com esforços próprios, melhores trabalhos, rendimentos mais altos e, principalmente, recuperando a dignidade de cidadão, merecida por todos brasileiros sem distinção de raça, gênero, credo ou poder aquisitivo.
fonte:Brasil 247

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

MARINA EMPURROU O PSB PARA A DIREITA





Wanderley Guilherme voltou mais afiado que nunca. Em seu artigo de hoje, o professor analisa a momentosa entrada de Marina Silva no partido de Eduardo Campos. E dispara:

“Marina pintou-se com as cores da reação (…). Abandonando a retórica melíflua a ex-senadora revela afinal a coerência entre suas posições políticas e as sociais. Empurrou o PSB para a direita de Aécio Neves, a um passo de José Serra.”

Coluna Cafezinho com Wanderley


MARINA, VOCÊ SE PINTOU


Por Wanderley Guilherme dos Santos

Em 48 horas de fulminante trajetória a ex-senadora Marina Silva provocou inesperados solavancos no panorama das eleições em 2014. Renegando o que há meses dizia professar aderiu ao sistema partidário que está aí, mencionou haver abrigado o PSB como Plano C, sem mencioná-lo a desapontados seguidores, e declarou guerra a um suposto chavismo petista. De quebra, prometeu enterrar a aniversariante república criada pela Constituição de 88, desprezando-a por ser “velha”. Haja água benta para tanta presunção.

Marina e seguidores não consideravam incoerente denunciar o excessivo número de legendas partidárias e ao mesmo tempo propor a criação de mais uma. Ademais, personalizada. O “Rede” sempre foi, e é, uma espécie de grife monopolizada pela ex-senadora. Faltando o registro legal, cada um tratou de si, segundo o depoimento de Alfredo Sirkis. Inclusive a própria Marina. Disse que informou por telefone ao governador Eduardo Campos que ingressaria no Partido Socialista Brasileiro para ser sua candidata a vice- presidente. Ainda segundo declaração de Marina, o governador ficou, inicialmente, mudo. Não era para menos. Em sua estratégia pública, Eduardo Campos nunca admitiu ser um potencial candidato à Presidência, deixando caminhos abertos a composições. Eis que, não mais que de repente, o governador é declarado candidato por sua auto-indicada companheira de chapa. Sorrindo embora, custa acreditar que Eduardo Campos esteja feliz com o papel subordinado que lhe coube no espetáculo precipitado pela ex-senadora.

Há mais. Não obstante a crítica às infidelidades de que padecem os partidos
que aí estão, Marina confessou sem meias palavras que ingressava no PSB, mas não era PSB, era “Rede”, e seria “Rede” dentro do PSB. Plagiando o estranho humor da ex-senadora, o “Rede” passava a ser, dali em diante, não o primeira partido clandestino da democracia, mas o primeiro clandestino confesso do Partido Socialista Brasileiro. Não deixa de ser compatível com a sutil ordem de preferência de Marina Silva. Em primeiro lugar vinha a criação da Rede, depois a pressão para que a legenda fosse isenta de exigências fundamentais para a constituição de um partido conforme manda a lei e, por fim, aceitar uma das legendas declaradamente à disposição.

Decidiu-se por uma quarta opção e impor-se a uma legenda que não é de conhecimento público lhe tenha sido oferecida. Enquanto políticos trocam de legenda para não se comprometerem com facções, a ex-senadora fez aberta propaganda de como se desmoraliza um partido: ingressar nele para criar uma facção. Deslealdade com companheiros de percurso, ultimatos e sabotagem de instituições estabelecidas (no caso, o PSB), não parecem comportamentos recomendáveis a quem se apresenta como regeneradora dos hábitos políticos.

O campo das oposições vai enfrentar momentosas batalhas. Adotando o reconhecido mote da direita de que o Partido dos Trabalhadores constitui uma ameaça “chavista”, Marina pintou-se com as cores da reação, as mesmas que usa em suas preferências sociais: contra o aborto legal, contra o reconhecimento das relações homoafetivas, contra as pesquisas com células tronco, enfim, contra todos os movimentos de progresso ou de remoção de preconceitos. Abandonando a retórica melíflua a ex-senadora revela afinal a coerência entre suas posições políticas e as sociais. Empurrou o PSB para a direita de Aécio Neves, a um passo de José Serra. É onde Eduardo Campos vai estar, queira ou não, liderado por Marina Silva. As oposições marcham para explosivo confronto interno pelo privilégio de representar o conservadorismo obscurantista.



Fonte:  Conversa Afiada

O VALE TUDO CONTRA O PT


Marina e Serra se igualam neste momento no desejo desenfreado de tirar o PT do poder, não importa que expedientes ou alianças espúrias sejam necessárias para alcançar o objetivo
Por razões diferentes, que o perfil e a história de cada um determinou, os ex-senadores Marina Silva e José Serra, querem derrotar o PT nas próximas eleições. Ele diz que o PT não tem projeto para o Brasil e ela afirma que sua luta atual é contra o PT e o chavismo que se instalou no país.
Obviamente que os dois gostariam de fazer essa tentativa encabeçando chapas presidenciais, mas, ao que tudo indica até agora, isso não está fácil de acontecer.
Serra cogitou abandonar o PSDB depois que a cúpula do partido colocou Aécio na presidência da legenda, como parte da estratégia de lançá-lo candidato a presidente. Serra não deixou a legenda mas ameaça pedir prévias para a escolha do candidato oficial do partido às eleições de 2014. Nada indica que sairia vencedor numa convenção do PSDB.
Ser vice de Aécio, ou o contrário, e fazer renascer a histórica dobradinha Café com Leite, é uma opção na qual ninguém crê. São dois egos muito grandes para aceitarem o cargo de vice.
Após a decisão de Serra, no último final de semana, de permanecer no ninho tucano, Aécio disse que Serra é figura indispensável ao PSDB mas que "ainda não é o momento de definir a candidatura presidencial do PSDB e do conjunto de forças que se dispuserem a marchar conosco". Ele sinalizou, ou não, que o vice por ele pretendido deve estar entre as forças que se dispuserem a marchar com o PSDB?
Marina por sua vez, viu abortar seu plano de presidenciável quando não conseguiu registrar seu partido junto à Justiça Eleitoral. Por atribuir o fato a uma ação coordenada do governo contra ela, enxergou na aliança com Eduardo Campos, do PSB, sua melhor vingança contra o PT.
Nenhuma surpresa a respeito do posicionamento de Serra em relação ao PT. Há muitos anos é clara sua opção pelo neoliberalismo e pela defesa dos interesses das elites. Marina Silva, no entanto, ex- seringueira, eleita deputada estadual e duas vezes senadora pelo PT, ex-ministra de Lula, não reconhecer as ações dos governos petistas de tirar da miséria 40 milhões de brasileiros, muitos deles analfabetos, como ela própria até os 16 anos de idade, é muita hipocrisia. O que fez foi iniciar um projeto individual, egoísta, abandonando os ideais coletivos.
O mundo dá voltas, e algumas surpreendem mais do que outras. Marina, que cresceu politicamente se elegendo vereadora com a ajuda da imagem do líder seringueiro Chico Mendes, conhecido internacionalmente por sua luta em defesa da Amazônia, é hoje candidata a vice numa chapa que tem recebido apoios de figuras de tendências não exatamente de esquerda ou socialistas.
Senão vejamos, Ronaldo Caiado, do DEM, um dos expoentes da União Democrática Ruralista –UDR, a mesma organização a qual pertencia o fazendeiro Darly Alves e seu filho Darcy Alves, que em 22 de dezembro de 1988, em Xapuri, mandaram assassinar covardemente Chico Mendes.
Nos últimos 20 anos, as mortes de mais de mil líderes camponeses, sacerdotes e sindicalistas na Amazônia são atribuídas em sua maioria à UDR, organização defensora dos latifundiários brasileiros.
O que pensarão seus eleitores ao ver a senadora ambientalista e ex-seringueira, Marina, no mesmo palanque do ex-deputado Paulo Bornhausen, filiado ao PSB e filho do cacique Jorge Bornhausen, um dos fundadores do PFL, atual DEM; ou ao lado do ex-senador piauiense Heráclito Fortes, que deixou o DEM e se filiou recentemente ao PSB, declarando apoio para a disputa presidencial de
Campos; ou ainda, próxima do ex-governador do Maranhão, Zé Reinaldo, preso por corrupção, também apoiando atualmente o PSB.
Além de se unir a figuras do DEM, Marina como vice de Eduardo Campos deve estar disposta a se unir a figuras também do PSDB, uma vez que já não é de hoje a aproximação da sigla com o PSB pelo país afora.

Com a saída do PSB do governo, essa tendência de aproximação do partido de Eduardo Campos com a oposição se acentuou, notadamente com o PSDB, que já articula coligações rivais, contra o PT, em cerca de 20 estados brasileiros, ou seja, o projeto político de Eduardo e Marina só deve fechar com o PT em muito poucos estados.
Um complicador ético para Marina Silva: será que o acordo no plano federal entre PSB e Rede se reproduzirá de forma fácil nos estados? Aliados de Marina Silva resistem a ficarem lado a lado com alguns dos quadros que já se engajaram no projeto de Eduardo Campos. A tendência é que os dois grupos não apoiem o mesmo candidato a governos estaduais.
Como se comportará ainda Marina diante da atuação do PSB em relação ao novo Código Florestal, proposta que a Rede incluiu até em regras de filiação como um dos motivos para rejeitar a adesão de quem votou de forma favorável à proposta? Será que a maioria dos deputados do PSB se aliará as causas ambientalistas defendidas pela Rede e por Marina?
Serra está cumprindo seu papel de defensor das elites, que nunca aceitaram o fato de um metalúrgico chegar à Presidência da República. Marina está cuspindo no prato que comeu e mudando radicalmente de rumo.
Ela critica os governos Lula e Dilma. Mas se esquece que eles desenvolveram um programa político de fazer inveja, destacando-se entre os Brics, com a construção de infraestrutura em estradas, hidrovias e portos para circulação e exportação de sua produção agrícola e industrial; investindo na agricultura familiar, responsável por 60% do alimento hoje na mesa do brasileiro; na educação básica, técnica e científica; em políticas públicas de melhoria da qualidade de vida da população carente, com garantia de água e luz para todos.
Para citar apenas alguns programas de importância estratégica para o desenvolvimento sustentável do Brasil, lembro o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - Pronatec; o ProUni; o Bolsa Família; o Minha Casa Minha Vida; o Luz para Todos.
Em dois anos, 4,6 milhões de pessoas já fizeram ou estão fazendo um dos cursos oferecidos pelo Pronatec em todo o Brasil, e a meta do governo é matricular 8 milhões de alunos até o final de 2014. Até o próximo ano o governo está investindo R$ 14 bilhões no programa ofertando Ensino Técnico para quem está cursando o Ensino Médio; oportunidades de qualificação profissional para o jovem ou o adulto que deseja uma melhor formação profissional; e cursos para participantes do programa Brasil sem Miséria conseguirem uma profissão.
Um outro sucesso do governo, o Bolsa Família, considerado pela revista britânica The Economist um dos principais programas de combate à pobreza do mundo, foi reconhecido como um esquema anti-pobreza que está ganhando adeptos mundo afora. O jornal francês Le Monde afirmou que "o programa Bolsa Família amplia, sobretudo, o acesso à educação, que representa a melhor arma contra a pobreza, no Brasil ou em qualquer outro lugar do planeta".
Na área do ensino superior, o ProUni -Programa Universidade Para Todos, criado em 2004, no primeiro governo Lula, foi o maior programa de bolsas de estudo da história da educação brasileira, tendo beneficiado até 2012, um milhão de jovens com a concessão de bolsas de estudos, custeando parcial ou integralmente seu curso superior em uma universidade particular.Entre os beneficiados com bolsas, cerca de 46% eram autodeclarados afrodescendentes, o que resgata uma dívida histórica com a população negra deste país.
Além disso, 11 universidades públicas federais foram criadas apenas durante os governos do presidente Lula, superando o marco do presidente Juscelino Kubitschek.
O programa Luz para Todos, por sua vez, atendeu até marco de 2012 cerca de 14,4 milhões de moradores rurais de todo o país, com investimentos que chegam a R$ 20 bilhões, dos quais R$ 14,5 bilhões do Governo Federal.
Será que Marina Silva está ciente disso? O Luz para Todos utilizou cerca de 1,4 milhão de km de cabos elétricos e 7,3 milhões de postes, parte deles desenvolvida com uma nova tecnologia a base de resina de poliéster e fibra de vidro, facilitando seu transporte pelos rios, já que por serem leves flutuam, dispensando o uso de caminhões, em trechos intrafegáveis na região amazônica.Só no estado do Amazonas foram utilizados 28 mil metros de cabos elétricos colocados dentro dos rios.
A economia também se beneficia com a instalação da eletricidade no campo. Uma pesquisa de impacto realizada no ano de 2009 mostrou que 79,3% dos atendidos pelo programa adquiriram televisores, 73,3% passaram a ter geladeiras em suas casas e 24,1% compraram bombas d'água.
Outro programa do governo federal, o Minha Casa Minha Vida, transformou o sonho da casa própria em realidade para mais de 1 milhão de famílias, com renda bruta de até R$ 5 mil. Após esse sucesso, o programa pretende construir numa segunda fase, até 2014, cerca de 2 milhões de casas e apartamentos.
Agora, a pergunta que não quer se calar: quem é José Serra para falar mal do PT? Que programa político desenvolveu o PSDB durante os anos de governo neoliberal de FHC, além de privatizar estatais brasileiras a preço de banana e gerar para a história e para que nossos filhos saibam quem são, livros como a Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro e o Príncipe da Privataria, do jornalista Palmério Dória?
Os dois livros contam em pormenores e com apresentação de farta documentação as falcatruas com o dinheiro público por parte de autoridades governamentais do período pré Lula, que, certamente envergonharão ainda por muitos anos este país.
O povo brasileiro não é idiota e sabe avaliar a trajetória e a mudança de rumos de cada um. A sociedade já está demonstrando há alguns anos de que lado está. Este é o desespero das elites: está cada vez mais difícil enganar o povo brasileiro. A hora é de mudança real, não apenas de retórica.

Fonte:  Brasil 247
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