quinta-feira, 25 de julho de 2013

WANDERLEY IRRETOCÁVEL: O FUTURO (SOMBRIO) DOS COXINHAS


Conversa Afiada reproduz artigo irretocável do professor Wanderley Guilherme sobre a natureza dos “ingênuos mas espertos”:

Os que “não passam de peões, certamente alguns muitíssimo bem pagos, (já que) os principais operadores da ordem que se presumem capazes de substituir são seus pais e avós. Em cujas mansões se escondem, no Leblon e nos Jardins.”

Irretocável !

WANDERLEY PREVÊ O FUTURO DOS COXINHAS!



O professor dispara tiros precisos no coração do golpe.

O futuro do atual levante niilista

Por Wanderley Guilherme dos Santos

Regras democráticas e direitos constitucionais não transferem suas virtudes às ações que os reivindicam como garantia. Máfias e cartéis econômicos também são organizações voluntárias e nem por isso o que perpetram encontra refúgio na teoria democrática ou em dispositivos da Constituição. Esgueirar-se entre névoas para assaltar pessoas ou residências não ilustra nenhum direito de ir e vir, assim como sitiar pessoas físicas ou jurídicas em pleno gozo de prerrogativas civis, políticas e sociais, ofendendo-as sistematicamente, nem de longe significa usufruir dos direitos de agrupamento e expressão. Parte dos rapazes e moças que atende ao chamamento niilista confunde conceitos, parte exaure a libido romântica na entrega dos corpos ao martírio dos jatos de pimenta, parte acredita que está escrevendo portentoso capítulo revolucionário. São estes os subconjuntos da boa fé mobilizada. Destinados à frustração adulta.

É falsa a sugestão de que se aproximam de uma democracia direta ou ateniense da idade clássica. Essa é a versão de jornalistas semi-cultos que ignoram como funcionaria uma democracia direta e que creem na versão popularesca de que Atenas era governada pelo Ágora – uma espécie de Largo da Candelária repleto de mascarados e encapuzados trajando luto. Os Ágoras só tratavam de assuntos locais de cada uma das dez tribos atenienses. Em outras três instituições eram resolvidos os assuntos gerais da cidade, entre elas a Pnyx, que acolhia os primeiros seis mil atenienses homens que lá chegassem. Ali falava quem desejasse, apresentassem as propostas que bem houvessem e votos eram tomados. Os nomes dos proponentes, porém, ficavam registrados e um conselho posterior avaliava se o que foi aprovado fez bem ou mal à cidade. Se mal, seu proponente original era julgado, podendo ser condenado ao confisco de bens, exílio ou morte. A ideia de democracia direta como entrudo, confete e um cheirinho da loló é criação de analistas brasileiros.

As cicatrizes que conquistarem nos embates que buscam não semearão, metaforicamente, sequer a recompensa de despertar o País para a luta contra uma ditadura (pois inexistente), apesar de derrotados, torturados e mortos – reconhecimento recebido pelos jovens da rebelião armada da década de 70. Estão esses moços de atual boa fé, ao contrário, alimentando o monstro do fanatismo e da intolerância e ninguém os aplaudirá, no futuro, pelo ódio que agora cultivam, menos ainda pelas ruínas que conseguirem fabricar. Muito provavelmente buscarão esconder, em décadas vindouras, este presente que será o passado de que disporão. Arrependidos muitos, como vários dos participantes do maio de 68, francês, cuja inconsequência histórica (e volta dos conservadores) é discretamente omitida nos panegíricos.

Revolução? – Esqueçam. Das ideias, táticas e projetos que difundem não surgirá uma, uma só, instituição política decente, democrática ou justa. Não é essa a raiz dessa energia que os velhotes têm medo de contrariar. É uma enorme torrente de energia, sem dúvida, mas é destrutiva tão somente. E mais: não deseja, expressamente, construir nada. Sob cartolinas e vocalizações caricaturais não se abrigam senão balbucios, gagueira argumentativa e proclamações irracionais. Os cérebros do niilismo juvenil sabem que não passam de peões, certamente alguns muitíssimo bem pagos, talvez em casa, a atrair bispos, cavalos e torres para jornadas de maior fôlego. Afinal, os principais operadores da ordem que se presumem capazes de substituir são seus pais e avós. Em cujas mansões se escondem, no Leblon e nos Jardins.

fonte:  Conversa Afiada

quarta-feira, 10 de julho de 2013

CAFEZINHO PUBLICA PRIMEIRAS PÁGINAS DA “BOMBA ATÔMICA”



Blog que denuncia sonegação fiscal da Rede Globo relacionada à Copa de 2002 libera novos trechos da documentação que expôs o caso; "Nos documentos vazados agora, aparecem alguns novos nomes usados pela Globo para realizar a fraude detectada pela Receita Federal nas Ilhas Virgens Britânicas", entre eles a Globo Overseas Investment; leia
9 DE JULHO DE 2013 ÀS 19:55

247 - Mais cinco páginas se juntam às 12 já divulgadas pelo blog O Cafezinho sobre a suposta sonegação fiscal da Rede Globo. Leia:
O Cafezinho obteve as primeiras páginas da "bomba atômica". É apenas um aperitivo do que vem por aí. São cinco novas páginas agregadas às 12 páginas que já divulgamos.
Insistimos com o detentor dos documentos que liberasse logo tudo, mas ele prefere soltar aos poucos. Nos documentos vazados agora, aparecem alguns novos nomes usados pela Globo para realizar a fraude detectada pela Receita Federal nas Ilhas Virgens Britânicas. Um deles, na página 16 do Slideshare abaixo, aparece Globo Overseas Investment.
O relatório completo, ainda a ser divulgado, contém tudo.
Com estes nomes, será possível ao Ministério Público e, sobretudo, ao jornalismo investigativo brasileiro, se é que ele existe, ir atrás de mais informações.
Temos feito a nossa parte, sem equipe, trabalhando no conteúdo, nas redes sociais, na diagramação, resolvendo problemas de provedor. Nessas horas a gente vê a degradação moral provocada pelo monopólio. Todos têm medo da Globo, visto que ela, por deter quase um monopólio (e figurar na cabeça de um oligopólio), responde pela maior parte dos empregos bem pagos na área de jornalismo, e pode prejudicar a carreira de um político. A Globo tornou-se uma espécie de Cosa Nostra midiática.
O medo, todavia, tem alguma razão de ser. Esses documentos, vazados agora, já motivaram alguns assassinatos. Não assassinatos de reputação. Assassinatos de verdade. O auditor que detêm a íntegra deles, por isso mesmo, permanece em lugar secreto, e espalhou cópias do relatório em vários lugares, para, se no caso de sofrer um atentado, o mesmo não se perca.
PS: Aproveito para deixar aqui um convite a todos para participar de um ato, em frente ao Ministério Público, para cobrar uma investigação sobre o caso:
DIA 10/07 TODOS NA PORTA DO MPF
Fato é que o MPF tem a obrigação de esclarecer a sociedade brasileira. É por este motivo que iremos EM GRANDE NÚMERO, no dia 10/07, às 11:00h, na Av. Nilo Peçanha, 31, Centro – RJ, que é a sede do MPF na cidade do Rio de Janeiro.
Será igual como fizemos no OCUPE a Rede Globo do dia 03/07 que transcorreu dentro da normalidade democrática.
Especializado em "vazar" documentos para a velha mídia, o MPF/PGR, ouvirá o nosso brado retumbante: EXIGIMOS TRANSPARÊNCIA. CPI da GLOBO JÁ !
Convide seus amig@s, o link para confirmação é https://www.facebook.com/events/474173136005650

fonte  Brasil 247

segunda-feira, 8 de julho de 2013

DIA 11: LIBERTAR A RUA DO SEQUESTRO CONSERVADOR

Organizações e lideranças progressistas não podem se omitir nas jornadas da próxima 5ª feira, dia 11.

Para além das justas reivindicações corporativas e setoriais, cabe-lhes repor a moldura da disputa política em curso no país.

Um ciclo de crescimento se esgota; outro terá que ser construído.

Não erguer pontes entre as demandas pontuais e a travessia de um tempo histórico pode ser fatal nesse momento.

O alarido das manifestações de junho não é a causa.

Mas adicionou consequências, e limites, à tentação de se adiar a pactuação das linhas de passagem que devem pavimentar o passo seguinte desenvolvimento.

Por linhas de passagem entenda-se a correlação de forças, as circunstancias objetivas, as metas, recursos e o escalonamento das prioridades.

Vivemos um aquecimento: 2014 será o pontapé oficial. 

As jornadas do dia 11 não podem perder de vista a urgência de se organizar o time progressista.

O adversário conta com uma vantagem: o calendário mundial trabalha a seu favor.

A recuperação norte-americana apenas se esboça. 

Mas já é precificada pelos gestores do dinheiro grosso, aqui e alhures.

Sinais positivos nos EUA ampliam as rotas de fuga para investidores e rentistas.

Vale dizer, reforçam o poder de chantagem contra Estados, governos, partidos, anseios e plataformas progressistas. 

É o que evidencia o jogral da finança global. 

O custo do desenvolvimento vai subir, avisam a ‘The Economist’, ‘Financial Times’ e assemelhados locais, enquanto pedem um pagamento antecipado em ‘reformas liberais’.

Editoriais e goelas demotucanas voltaram a pontificar intensamente. Será preciso subir ainda mais o juro aqui, para conter a inflação decorrente da valorização do dólar, e manter o diferencial atraente, quando o Fed elevar a taxa norte-americana.

O ambiente externo favorece a ladainha ortodoxa.

Atingidas pela desaceleração do apetite chinês, as receitas cambiais do país recuam, a exemplo do que ocorre em outros exportadores de matérias-primas.

Vulgarizadores do credo neoliberal celebram: com as multidões nas ruas, é a tempestade perfeita. 

Em termos.

Se acertam no varejo, trombam no essencial: o que anda para frente não se confunde com o cortejo empenhado em ir para trás. 

O que as ruas reclamam não cabe no credo regressivo.

As ruas reclamam porque o país que emergiu na última década não cabe mais nos limites do atual sistema político.

A resposta é mais democracia.

Mas os 'liberais' são contra o plebiscito da reforma política; rejeitam referendos ('chavismo') e demonizam a simples menção a uma Constituinte.

As ruas reclamam porque ainda não encontram acolhida na infraestrutura secularmente planejada para 30% da população.

A resposta é mais investimento público; melhor planejamento urbano; maior presença do Estado na economia. 

E o que eles propõem?

Dobrar a aposta no arrocho fiscal e no Estado mínimo.

As ruas reclamam porque não tem expressão no esquizofrênico ambiente de um sistema de comunicação que exacerba e distorce a natureza dos desafios brasileiros, ao mesmo tempo em que interdita o debate e veta as respostas progressistas a eles.

A opção é a regulação democrática do sistema de comunicação, para que se torne mais ecumênico e plural (*leia a programação dos protestos contra o monopólio da Globo, no dia 11, ao final desta nota). Tudo o que eles qualificam como autoritário...

O fato de a revista ‘Veja’ ter recorrido ao rudimentar expediente de forjar um ‘líder biônico dos protestos’, um desses militantes da causa ‘bíceps & figurante da Globo’ (assim elucidado pela investigação demolidora do blogue Tijolaço), diz muito da dificuldade conservadora em acomodar multidões no seu ideário.

Não é uma dificuldade conjuntural. 

A entrevista forjada nas ‘páginas amarelas’ guarda sintonia com a ideia de plebiscito preconizada na capa seguinte do mesmo veículo.

Ali desaparece o figurante da democracia para emergir o ideário que o anima: a proposta de plebiscito de 'Veja' inclui uma consulta para cassar o direito de voto "de quem recebe dinheiro do governo".

Quem? 

Os 14 milhões de lares beneficiados pelo Bolsa Família e outros programas sociais.

Algo como uns 25 milhões de eleitores mais pobres do país.

O expurgo dos pobres da cabine eleitoral é uma velha aspiração conservadora.

Na Constituinte, abortada, de 1823, que deveria elaborar a 1ª Carta pós- Independência, propunha-se que o voto fosse uma derivação da propriedade da terra.

O recorte mínimo para obter ‘o título de eleitor’ seria uma renda equivalente a 150 alqueires de mandioca. 

'Veja' não é um ponto fora da curva.

O pensamento amarelecido expresso em páginas graficamente modernas prossegue a tradição obscurantista de um país que deixou de ser colônia, sem deixar de ser escravocrata.

Em 1888, quando libertou os negros, negou-lhes a cidadania ao descartar uma reforma agrária que os inserisse no mercado e na sociedade (cento e vinte e cinco anos depois, a reforma agrária continua demonizada nas páginas de 'Veja'). 

Abolição feita, o grau de instrução virou a mandioca da vez: analfabetos foram impedidos de frequentar a cabine eleitoral até quase o final do século 20.

Foi só em 1988, com a Constituinte Cidadã, que o Brasil universalizou o direito ao voto.

A contragosto, diga-se, da turma que agora pretende restituir a Constituição da mandioca, expurgando novamente os pobres da cabine eleitoral.

O Brasil tem razões adicionais para não aceitar que a regressão fale em seu nome.

A desigualdade entre nós ainda grita alto em qualquer competição mundial.

Mas entre 2003 e 2011, o crescimento da renda dos 20% mais pobres superou o dos BRICs, exceto China. (Fonte: Ipea).

O Brasil foi o país que melhor utilizou o crescimento econômico dos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar da população, graças às políticas públicas deliberadamente voltadas aos mais pobres. (Fonte: consultoria Boston Consulting Group, que comparou indicadores de 150 países).

A narrativa conservadora sempre desdenhou da dinâmica estruturante embutida nesse degelo social. 

Ou isso, ou aquilo. 

Ou se reconhece os novos aceleradores do desenvolvimento ou o alarde dos seus gargalos é descabido.

Ambos são reais. 

O malabarismo está na pretensão de afinar multidões na rejeição ao ciclo que as gerou, despertou e agregou.

Esse contrassenso rebaixa e infantiliza o debate das escolhas que devem aprofundar a mutação em curso no país. 

Milhões de famílias deixaram a exclusão rumo à cidadania nos últimos anos.

Há um deslocamento épico em marcha, que se pretende barrar com a falsificação de multidões retrógradas. 

As jornadas do dia 11 sairão vitoriosas se deixarem claro que as ruas dispensam os heróis de ‘Veja’ de falarem em seu nome. 

Partidos, sindicatos e movimentos sociais não podem mimetizar a dissipação da qual se alimenta o canibalismo retrógrado.

No dia 11, o Brasil deve expressar sua diversidade.

Mas, sobretudo, emoldura-la em uma agenda comum. 

Para libertar a rua do sequestro conservador. E o futuro do país também. 

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ATOS DO DIA 11 CONTRA O MONOPÓLIO DA GLOBO

São Paulo (SP): Concentração às 17h na Praça General Gentil Falcão (Estação de trem Berrini) e depois rumo à Globo.

Rio de Janeiro (RJ): Concentração ao final do ato das centrais sindicais, na Cinelândia.

Belém (PA): Concentração as 8:30 em frente a Prefeitura.

Porto Alegre (RS): Concentração às 15h em frente a Globo. 

Aracaju (SE): Concentração às 13h na praça Fausto Cardoso

* Nota atualizada em 08/07 às 20hs47

  Fonte: Carta Maior

sexta-feira, 5 de julho de 2013

"HERÓI" INCENSADO POR VEJA AGE À EXTREMA DIREITA




Maycon Freitas, personagem desta semana das Páginas Amarelas da revista Veja, tem página no Facebook repleta de mensagens antidemocráticas, preconceituosas e violentas; "Galera, tive uma ideia: que acham de eu ir lá no Congresso em Brasília, me acender e tocar fogo geral?", pergunta ele, que postou foto sua com roupas de combate e fuzil na mão; dublê da Rede Globo, onde trabalhou no policial Linha Direta, ele é direto e grosso no que pensa sobre respeito ao ser humano: "E vai tomar no c... quem é a favor dos direitos humanos"; Veja deve desculpas a seus leitores; a não ser que concorde com o que Maycon diz a todos



  fonte:   Brasil 247


terça-feira, 2 de julho de 2013

CAFEZINHO X GLOBO: "NÃO É SÓ O DARF!"



"Não é apenas sonegação, Miguel. É crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, além da tentativa de enganar o fisco", escreve Miguel do Rosário, do blog 'O Cafezinho', relatando conversa com "um fera do jornalismo investigativo" sobre a denúncia de que a Rede Globo teria sonegado R$ 615 milhões no processo de compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002.



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