Pouco mais de 20 anos depois de recuperar o direito de voto para escolher o presidente da república, o povo brasileiro ainda convive com sobressaltos em relação à estabilidade democrática, causada por uma minoria que não se conforma em aceitar a escolha da maioria.
Essa minoria que conviveu pacificamente ou se beneficiou dos horrores da ditadura se acostumou a decidir entre eles os rumos do país, e mesmo com a volta do voto direto para presidente, por um bom tempo ainda conseguiram eleger seus preferidos em função da manipulação da opinião pública feita pelos principais veículos de imprensa, que sempre estiveram sob seu controle.
A partir do momento que a campanha midiática ostensiva passou a não ser suficiente para eleger seus aliados ao cargo de maior importância do país, alternativas passaram a ser consideradas para viabilizar a retomada de poder, e quem um dia apoiou a ditadura militar jamais deixará de ter a simpatia pelo autoritarismo.
Desde 2002, a cada eleição para presidente, os golpistas colocam suas manguinhas de fora no período eleitoral. Eles inflam balões de ensaio do golpe, espalham através dos blogs de jornalistas ordinários que trabalham para veículos de imprensa comprometidos, e testam a reação da blogosfera e opinião pública.
A simpatia pelo golpe não é mais uma exclusividade de políticos que declaradamente são de direita, como os do DEM. O PSDB, que nasceu se dizendo social-democrata, deu uma guinada à direita, flertou com o golpe, e nas palavras do seu presidente, passou a aceitar e apoiar a hipótese de seu partido voltar ao poder, atalhando o caminho que passaria pelas urnas. Mário Covas deve estar se revirando onde quer que se encontre vendo o seu partido se transformar em tudo aquilo que ele combateu um dia.
O mecanismo do golpe passa pela atuação de determinados ministros do TSE/STF e Procuradores eleitorais. A minoria cheirosa tem sempre representantes em todas as esferas de poder. Funciona assim: A imprensa interpreta e conclui por uma irregularidade no discurso do presidente ou de Dilma, e depois correm para avisar um procurador ou ministro do tribunal que avalize a sua interpretação. Esse jogo de interpretações serve aos objetivos inconfessáveis de testar a reação popular a essa tentativa de golpe e ajustar os discursos.
O Juiz de direto aposentado Carlos Alberto Saraiva, do Blog do Saraiva, afirmou que alguns integrantes do Ministério Público dão sinais de utilização de suas atribuições para beneficiar a coligação partidária do Serra. A imprensa pauta o procurador ou ministro, que diz o que eles querem escutar. Essa ligação espúria tenta ferir de morte a nossa democracia.
Eles que não tentem. 64 não se repete mais nesse país. Qualquer tentativa da minoria insatisfeita de subtrair da população o direito de escolher seus governantes serão rechaçadas com energia. Quem tem alergia de processos democráticos onde a maioria escolhe seus governantes, deve comprar uma passagem de ida apenas para... HONDURAS. Lá eles podem conviver e beijar a mão do regime autoritário e se confraternizar com eles, aqui nós estamos vacinados contra tentativas como essa.
Sugiro ao MSM (Movimento dos Sem Mídia), que tem representatividade e reconhecimento, que inicie uma campanha, com coleta de assinaturas, para encaminhar ao CNMP uma manifestação de repúdio coletiva. Deixo aqui o e-mail de contato de algum dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público para os leitores amigos do blog que se interessarem poderem enviar uma mensagem de indignação contra a atitude da procuradora que atenta permanentemente contra uma democracia ainda frágil, conquistada a duras penas pelo povo brasileiro.
Roberto Monteiro Gurgel Santos (Presidente e PGR) - robertogurgel@cnmp.gov.br
Sandro José Neis (Corregedor) - sandro@cnmp.gov.br
Almino Afonso (Conselheiro Advogado) - alminoafonso@cnmp.gov.br
Adilson Gurgel de Castro (Conselheiro Advogado) adilsoncastro@cnmp.gov.br
Texto do Terra Brasilis
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