do Gilson Sampaio.
Sanguessugado do redecastorphoto
*José Flávio Abelha
Resumindo, pode ser “O Pulo do Gato”, mas me contaram assim.
Uma onça pintada, musculosa, fornida, poderosa, era comadre de um magrelo, desapetrechado, mas arisco bichano conhecido como “o gato mourisco”. O objetivo da comadre era liquidar com aquele animal estrovengo e, para atingir o seu objetivo, pediu-lhe umas aulas de saltos que só ele sabia dar. E o compadre, fingindo-se de inocente, foi ensinando as artes felinas.
Quando a fornida comadre sentiu-se senhora das artes marciais, apostou uma corrida com o compadre. Uns quinhentos metros de pista cuja chegada era um muro muito alto. E dispararam numa corrida diabólica. Aproximando-se do muro e sentindo-se acuado, sem saída, liquidado, o compadre imprimiu velocidade, subiu no muro e deu um salto mortal, caindo atrás da comadre que, muito espantada, reclamou em altos brados dizendo que não lhe fora ensinado aquele salto. E o compadre bichano simplesmente lhe disse que aquele era o seu segredo. “Este, comadre, não lhe posso ensinar, é o salto do gato mourisco, se quiser, o pulo do gato”.
Há no DNA de uma camada da elite brasileira traços dissimulados, latentes, de uma eterna oposição, não essa oposição que se transforma em situação quando derrota quem está no comando, no poder. Essa oposição nunca se transmuda. Ainda que no comando, sendo governante, ela continua oposição. Oposição à oposição e oposição aos valores mais caros do país, obtidos com grandes sacrifícios, de grande valor e estima, oposição aos que defendem esses valores nacionais, sejam materiais ou imateriais. Oposição em si, visto que é do seu DNA.
Essa oposição é a onça pintada. Musculosa a poder de obséquios nacionais e internacionais sob aquele ensinamento dos sobrinhos do Tio Sam: não existe almoço de graça. É o que temos visto nos últimos lustros.
A oposição avalizada pelo embaixador dos EUA Adolf Berle derrubou o “ditador” Getúlio Vargas, deixando no poder dezenas de “ditadores”, na América Latina e na Europa.
Era a onça pintada dando o bote, era a oposição teúda e manteúda contra o Gato Mourisco.
Durou pouco, o bichano/povo deu o salto mourisco e Vargas voltou nos braços do povo, perdão, dos gatos. Mas a oposição/onça pintada não se emendou e colocou nas mãos de Vargas a arma assassina. Mais uma vez enganou-se a onça pois o seu filhote perdeu as eleições para o gatão Juscelino. Com Jango, o mesmo bote com a ajuda maciça das forças navais dos EUA, inclusive belonaves moderníssimas, a chamada “Operação Brother Sam”. Anos depois, milhões de gatos saem às ruas e num miado unissonante, as onças pintadas saem mansinhas, não sem antes ficar provado que golpes de estado e as revoluções são filhos de oposições, todos antropofágicos.
Não é só de botes violentos que esse tipo de oposição se manifesta. Sempre ajudada pelas “forças ocultas” (leiam Quem pagou a conta, A CIA na guerra fria da cultura, de Frances Stonor Saunders, Ed.Record/Rio/2008) a oposição assume o poder e, por força do seu DNA, é oposição ao país, privatizando quase tudo, entregando o que pode e não pode aos que “pagaram a conta”, até que surge, de novo, o Gato Mourisco com o seu secreto pulo e coloca o país entre as nações mais respeitadas do mundo.
O que se deu agora.
Uma pessoa amiga escreveu-me expondo o seu medo de uma arbitrariedade da onça pintada que ronda a casa do Gato Mourisco. Tranqüilizei-a contando a história do salto do bichano e relembrando que em menos de um século, a oposição tirou do governo vários presidentes, mas os mesmos voltaram por força dos miados dos gatos mouriscos.
Quem não se lembra de Perón e dos descamisados colocando-o novamente no poder? De Vargas? Do quase golpeO SALTO DO GATO MOURISCO
Sanguessugado do redecastorphoto
*José Flávio Abelha
Resumindo, pode ser “O Pulo do Gato”, mas me contaram assim.
Uma onça pintada, musculosa, fornida, poderosa, era comadre de um magrelo, desapetrechado, mas arisco bichano conhecido como “o gato mourisco”. O objetivo da comadre era liquidar com aquele animal estrovengo e, para atingir o seu objetivo, pediu-lhe umas aulas de saltos que só ele sabia dar. E o compadre, fingindo-se de inocente, foi ensinando as artes felinas.
Quando a fornida comadre sentiu-se senhora das artes marciais, apostou uma corrida com o compadre. Uns quinhentos metros de pista cuja chegada era um muro muito alto. E dispararam numa corrida diabólica. Aproximando-se do muro e sentindo-se acuado, sem saída, liquidado, o compadre imprimiu velocidade, subiu no muro e deu um salto mortal, caindo atrás da comadre que, muito espantada, reclamou em altos brados dizendo que não lhe fora ensinado aquele salto. E o compadre bichano simplesmente lhe disse que aquele era o seu segredo. “Este, comadre, não lhe posso ensinar, é o salto do gato mourisco, se quiser, o pulo do gato”.
Há no DNA de uma camada da elite brasileira traços dissimulados, latentes, de uma eterna oposição, não essa oposição que se transforma em situação quando derrota quem está no comando, no poder. Essa oposição nunca se transmuda. Ainda que no comando, sendo governante, ela continua oposição. Oposição à oposição e oposição aos valores mais caros do país, obtidos com grandes sacrifícios, de grande valor e estima, oposição aos que defendem esses valores nacionais, sejam materiais ou imateriais. Oposição em si, visto que é do seu DNA.
Essa oposição é a onça pintada. Musculosa a poder de obséquios nacionais e internacionais sob aquele ensinamento dos sobrinhos do Tio Sam: não existe almoço de graça. É o que temos visto nos últimos lustros.
A oposição avalizada pelo embaixador dos EUA Adolf Berle derrubou o “ditador” Getúlio Vargas, deixando no poder dezenas de “ditadores”, na América Latina e na Europa.
Era a onça pintada dando o bote, era a oposição teúda e manteúda contra o Gato Mourisco.
Durou pouco, o bichano/povo deu o salto mourisco e Vargas voltou nos braços do povo, perdão, dos gatos. Mas a oposição/onça pintada não se emendou e colocou nas mãos de Vargas a arma assassina. Mais uma vez enganou-se a onça pois o seu filhote perdeu as eleições para o gatão Juscelino. Com Jango, o mesmo bote com a ajuda maciça das forças navais dos EUA, inclusive belonaves moderníssimas, a chamada “Operação Brother Sam”. Anos depois, milhões de gatos saem às ruas e num miado unissonante, as onças pintadas saem mansinhas, não sem antes ficar provado que golpes de estado e as revoluções são filhos de oposições, todos antropofágicos.
Não é só de botes violentos que esse tipo de oposição se manifesta. Sempre ajudada pelas “forças ocultas” (leiam Quem pagou a conta, A CIA na guerra fria da cultura, de Frances Stonor Saunders, Ed.Record/Rio/2008) a oposição assume o poder e, por força do seu DNA, é oposição ao país, privatizando quase tudo, entregando o que pode e não pode aos que “pagaram a conta”, até que surge, de novo, o Gato Mourisco com o seu secreto pulo e coloca o país entre as nações mais respeitadas do mundo.
O que se deu agora.
Uma pessoa amiga escreveu-me expondo o seu medo de uma arbitrariedade da onça pintada que ronda a casa do Gato Mourisco. Tranqüilizei-a contando a história do salto do bichano e relembrando que em menos de um século, a oposição tirou do governo vários presidentes, mas os mesmos voltaram por força dos miados dos gatos mouriscos.
Quem não se lembra de Perón e dos descamisados colocando-o novamente no poder? De Vargas? Do quase golpe contra Juscelino não fosse a pronta ação, vigorosa e legalista do General Lott? Da tentativa de impedimento de Jango e a violenta reação de Brizolla com a “Cadeia da Legalidade”? Ainda agora do presidente Chávez, da Venezuela, retirado da presidência, preso em um navio e recolocado novamente na presidência?
Com o gato mourisco não se brinca. Temos agora uma GATA enfrentando a velha oposição e o seu DNA golpista. Ela e o gato barbudo sabem muito bem dar o salto do gato mourisco.
Se a oposição, já a esta altura desesperada, despencando nas pesquisas, sem a promessa de um projeto factível, sem argumentos sólidos, tentar golpear a vontade dos milhões de gatos, vai ser ensurdecedor o miado nacional e internacional.
Não vai haver golpe, prezada amiga. Tudo indica que a GATA Dilma leva no primeiro turno. E se levar, ta levado!
A oposição não é TÃO irresponsável a ponto de colocar em risco a segurança física das nossas instituições ainda em funcionamento pleno e democrático, os três poderes, seus prédios e seus ocupantes, para não falar no chamado 4º poder, a mídia, toda ela apoiando uma oposição sem lenço e sem documento.
Nossa oposição tem no DNA o germe da oposição pela oposição, a oposição até a si mesma, mas não tem o microrganismo patogênico da loucura.
*Mineiro, autor de A MINEIRICE e outros livretes, reside na Restinga de Piratininga/Niterói, onde é Inspector of Ecology da empresa Soares Marinho Ltd. Quando o serviço permite o autor fica na janela vendo a banda passar contra Juscelino não fosse a pronta ação, vigorosa e legalista do General Lott? Da tentativa de impedimento de Jango e a violenta reação de Brizolla com a “Cadeia da Legalidade”? Ainda agora do presidente Chávez, da Venezuela, retirado da presidência, preso em um navio e recolocado novamente na presidência?
Com o gato mourisco não se brinca. Temos agora uma GATA enfrentando a velha oposição e o seu DNA golpista. Ela e o gato barbudo sabem muito bem dar o salto do gato mourisco.
Se a oposição, já a esta altura desesperada, despencando nas pesquisas, sem a promessa de um projeto factível, sem argumentos sólidos, tentar golpear a vontade dos milhões de gatos, vai ser ensurdecedor o miado nacional e internacional.
Não vai haver golpe, prezada amiga. Tudo indica que a GATA Dilma leva no primeiro turno. E se levar, ta levado!
A oposição não é TÃO irresponsável a ponto de colocar em risco a segurança física das nossas instituições ainda em funcionamento pleno e democrático, os três poderes, seus prédios e seus ocupantes, para não falar no chamado 4º poder, a mídia, toda ela apoiando uma oposição sem lenço e sem documento.
Nossa oposição tem no DNA o germe da oposição pela oposição, a oposição até a si mesma, mas não tem o microrganismo patogênico da loucura.
*Mineiro, autor de A MINEIRICE e outros livretes, reside na Restinga de Piratininga/Niterói, onde é Inspector of Ecology da empresa Soares Marinho Ltd. Quando o serviço permite o autor fica na janela vendo a banda passar
Fonte: Gilson Sampaio
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