“Ela é a favor de matar criancinhas”. A inesquecível campanha de 2010
Mônica Cerra: vim pedir o seu voto |
Palmério Dória e Mylton Severiano escreveram “Crime de Imprensa – um retrato da mídia brasileira murdoquizada”, pela Editora Plena, com prefácio de Lima Barreto (!).
Trata-se de uma afiada e divertida reconstituição do Golpismo “murdoquiano” da “imprensa nativa”, como diz o Mino Carta, autor da epígrafe do livro:
“Na maioria dos casos, a midia é ponta-de-lança para grandes negócios.”
(Como se sabe, aqui “midia” se trata de PiG.)
Vamos reproduzir aqui algumas frases – é a primeira prestação dessa notável antologia – que Doria e Severiano recuperam e que indicam os crimes ou a defesa de interesses negociais – como se quiser:
- Diogo Mainardi ao reproduzir conversa com Padim Pade Cerra:
Marina é a companheira de chapa de seus sonhos.
- Merval Pereira ao consul americano:
Aécio está “firmemente comprometido” com a chapa puro sangue: ser vice do Cerra.
- Paulo Henrique Amorim:
O Vesgo do Pânico tem mais chance de ser presidente que o Cerra.
- Aácio sobre quem deveria ser a vice do Cerra:
“A Ana Hickman”, mestre de cerimônias da convenção do PSDprê.
- Oscar Quiroga, astrólogo do Estadão:
“… seria tolice não arriscar que José Serra será o próximo Presidente”
- Jaqueline Roriz, ao lado de Jose Arruda, diante de um “pagador”:
“Você vê a possibilidade de aumentar isso?”
- Eliane Catanhêde, na convenção do PSDB:
“O PSDB parece até que virou partido de massa, mas uma massa cheirosa.”
- William Waack, ao perceber um áudio com a voz de Dilma Rousseff:
“Manda calá a boca”.
- Alexandre Garcia sobre a candidatura de Arruda como vice do Cerra:
“Vote num careca e leve dois.”
- Clovis Rossi sobre a morte do brasileiro Jean Charles, em Londres:
“É justo dizer que no revólver que matou Jean Charles estão também as digitais do PT e de seu governo…”
- Heleno de Freitas, editor do Estadão, ao explicar por que a Agência Estado divulgou com detalhes noticia de que Cerra tinha ido a um comício em Palmas, Tocantins, embora Cerra não tivesse posto o pé lá:
“Era uma matéria de prateleira”
- Fátima Bernardes ao anunciar o ataque com bolinha de papel à cabeça do Cerra:
“A atividade (sic) de campanha do candidato do PSDB José Serra foi interrompida hoje no Rio depois que ele foi agredido num tumulto iniciado por militantes do PT”.
- Mônica Cerra, no dia 14 de setembro, um mês antes da eleição, em Nova Iguaçu, Rio, acompanhada de Índio da Costa:
“Sou a mulher do Serra e vim pedir o seu voto”
A um leitor evangélico que dizia “Jesus Cristo foi o único homem que prestou no mundo”, Mônica falou que Dilma é a favor do aborto:
“Ela (a Dilma) é a favor de matar criancinhas.”
Esta notável antologia continuará, pelas mãos de Dória e Severiano, em outros retumbantes capítulos.
Paulo Henrique Amorim
“Monica Serra fez um aborto”
Este é o capítulo II desta reveladora antologia.
Revela crimes de imprensa.
Palmério Dória e Mylton Severiano escreveram “Crime de Imprensa – um retrato da midia brasileira murdoquizada”, pela Editora Plena, com prefácio de Lima Barreto (!).
Trata-se de uma afiada e divertida reconstituição do Golpismo “murdoquiano” da “imprensa nativa”, como diz o Mino Carta, autor da epígrafe do livro:
“Na maioria dos casos, a midia é ponta-de-lança para grandes negócios.”
(Como se sabe, aqui “midia” se trata de PiG.)
Vamos reproduzir aqui outras frases que Dória e Severiano recuperaram e que indicam os crimes ou a defesa de interesses negociais, como se quiser :
- Plateia na área VIP, no estádio do Morumbi, no show do Paul McCartney quando vê, um mês depois da eleição, o Padim Pade Cerra ao lado do Fernando Henrique:
“Bolinha de papel, bolinha de papel !”
- O perito Molina, no jornal nacional do Ali Kamel, com uma bolinha de papel numa mão e uma fita adesiva na outra:
“São dois eventos completamente diferentes. Um é o evento da bolinha e o outro é o evento rolo de fita”
- Maitê Proença ao sugerir uma união contra Dilma:
“Onde estão os machos selvagens ?”
- Texto no site da filha do Padim Pade Cerra e da irmã de Daniel Dantas, que quebrou o sigilo de 60 milhões de brasileiros :
“Encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado”
- Rodrigo Vianna, então repórter da Globo, numa carta aberta em que denuncia a parcialidade do jornalismo do Ali Kamel na cobertura das ambulâncias superfaturadas no Ministério da Saúde na gestão do Cerra e os aloprados:
“Olhem no ar. Ouçam os comentaristas. As poucas vozes dissonantes sumiram. Franklin Martins foi afastado. Do Bom Dia ao JG temos um desfile de gente que está do mesmo lado”
- Diálogo com Fernando Henrique sobre seu ex-assessor Eduardo Jorge, protagonista da tentativa de envolver Dilma e o Nunca Dantes na violação do sigilo de membros da família de Cerra:
- O senhor acha que o Eduardo Jorge pode estar usando o seu nome para facilitar negócios, presidente?
- Não tenho provas, mas não tenho dúvidas.
- Senador Roberto Requião a Eduardo Jorge, na CPI do Judiciário, que investigava as relações de Eduardo Jorge com o Juiz Lalau:
"Você não devia estar aqui, devia estar numa penitenciária"
- Manchete da Folha na edição que publicou a ficha falsa da Dilma:
"Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto"
- Frase da advogada da Folha, ao constatar que o Superior Tribunal Miltar abriu os 16 volumes do processo contra Dilma depois das eleições:
"Lamentável que o pedido tenha sido deferido depois das eleições"
(A Folha não achou um grama de prova que responsabilizasse Dilma do sequestro sequer tramado. A Folha também não achou um grama de prova de que a Dilma usasse armas, quando guerrilheira. PHA)
- Reação de Tasso Tenho Jatinho Porque Posso Jereissati, ao ser advertido pelo Padre Francisco de uma igreja de Canindé, interior do Ceará. O padre se irritou com a entrada de Tasso e do Padim, no meio da missa. Os dois se sentaram na primeira fila, falavam em voz alta e perturbavam o culto. O Padre criticou um panfleto que o grupo de Cerra distribuiu na igreja, que acusava Dilma e sua religiosidade: ninguém podia falar em nome da Igreja, disse Padre Francisco. Revela o jornal O Povo, do Ceará:
"Tasso, que estava na frente, não se conteve e partiu para cima do padre, chamando-o de petista. Foi contido por uma assessora e sua mulher, dona Renata"
- Cerra, diante da constatação de que a gráfica que imprimia panfletos para o bispo de Guarulhos, com acusações a Dilma, era de uma filiada ao PSDB e irmã do corrdenador da infra-estrutura da campanha de Cerra:
"O fato da (sic) gráfica ser ou não ser de uma parente de alguém que está trabalhando na campanha é inteiramente irrelelevante"
- De Sheila Ribeiro, aluna de Monica Serra, na Unicamp:
“Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o aborto, sobre seu aborto traumático. Monica Serra fez um aborto (no Chile, casada com Cerra)”
Breve, aqui, o capitulo III dessa reveladora coleção de frases que levam ao que Dória e Severiano chamam de “crime de imprensa”.
Paulo Henrique Amorim
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