Às 21h37 de ontem, o 247, que não possui nenhum instituto de pesquisas, publicou os resultados da sondagem Datafolha encomendada por Globo e Folha: Fernando Haddad tem 49% e José Serra, 32%. Nem o vazamento levou a Folha.com ou o Uol a divulgar os números. Será que os grandes grupos de mídia seguem a máxima "o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde", popularizada por Rubens Ricupero?
247 – Jornal eletrônico independente, desvinculado de qualquer
grupo tradicional de mídia, o Brasil 247, evidentemente, não controla nenhum
instituto de pesquisa. Realizar sondagens eleitorais custa muito caro e é
tarefa para poucos.
É o caso da Folha de S. Paulo, que possui
seu Datafolha e ontem concluiu mais uma pesquisa, que hoje está na manchete de
sua edição. O resultado, antecipado pelo 247 às 21h37 de ontem, aponta Fernando
Haddad, do PT, com 49%, e José Serra, do PSDB, com 32%.
Desta vez, a pesquisa Datafolha, que
ouviu 2.098 eleitores, foi encomendada pela parceria Folha e Organizações
Globo. Como os resultados estavam prontos ontem, era possível já na noite
passada – como fez o 247 – divulgar seus resultados. Como, aliás, foi feito com
todas as pesquisas anteriores do instituto.
Mas a Folha preferiu o silêncio, assim
como seu portal de notícias Uol. E isso mesmo depois do furo de reportagem
publicado pelo 247.
O que explica um jornal gastar tanto
dinheiro com uma pesquisa e não divulgar seus resultados? Qual é a lógica? De
mesma maneira, o que explica o fato de a Globo ter encomendado uma pesquisa ao
Ibope, que apontou 48% para Haddad e 32% para Serra, e não divulgá-la no Jornal
Nacional, como ocorreu na última quarta-feira?
Mistérios que assombram os meios de
comunicação e explicam a queda de sua influência, no momento em que a internet
assume um papel cada vez mais relevante.
Ao que tudo indica, tanto a Folha,
comandada por Otávio Frias, como a Globo, liderada por João Roberto Marinho,
que aparentemente apoiam o candidato tucano José Serra, adotaram a máxima do
embaixador Rubens Ricupero, que caiu do Ministério da Fazenda quando disse “o
que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”.
Da pesquisa Datafolha, encomendada por
Globo e Folha, o dado que salta aos olhos é a rejeição a Serra: nada menos que
52% dos eleitores garantem que não votarão nele em hipótese alguma. E a
resposta para esse fenômeno para ser a agenda conservadora centrada no chamado
"kit-gay" e trazida pelo candidato aos debates.
Fonte: Brasil 247
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