247 – Para quem ama, ou odeia, os périplos internacionais do ex-presidente Lula, hoje é véspera de um prato cheio. Lula está em Buenos Aires para receber amanhã, no Senado do país vizinho, nada menos que oito títulos de doutor honoris causa de universidades argentinas. Na noite desta quinta 16, Lula janta com a presidente Cristina Kirchner, a quem manifestou apoio nas desavenças com a imprensa argentina.
Durante ato de inauguração de uma universidade sindical, Lula apoio a colega na guerra contra o jornal Clarín. "Podem vir todos os jornais, todos os canais de televisão que quiserem que não poderão negar o apoio que este governo tem", o brasileiro. "Setores concentrados não entendem o que aconteceu no Brasil na última década, assim como nunca entenderam o que aconteceu na Argentina entre os anos 40 e 50 e não entendem o que está acontecendo agora", completou.
Lula também mirou na imprensa brasileira. "Eu pensei que quando eu deixasse o governo no Brasil, a nossa imprensa fosse parar de falar mal de mim, hoje fala mal de mim e da Dilma. Às vezes eu tenho a impressão de que a imprensa está exilada dentro do nosso país, está isolada. Quando nos criticam, dizem que é democracia, e quando nós criticamos, dizem que estão sendo atacados", comparou.
40 títulos
Com os reconhecimentos das escolas argentinas, Lula terá acumulado, dois anos depos de ter deixado o poder no Brasil, nada menos que 40 títulos internacionais (confira relação). O último deles foi entregue em Nova York, pelo International Crisis Group, um thik thank americano, que concedeu a Lula o prêmio Em Busca da Paz. Logo após ter deixado a presidência, Lula foi apontado pelo historiador Eric Hobsbawn como "o mais importante líder político do século 20". Ainda nos EUA, Lula ganhou, em 2011, o World Food Prize, criado pelo prêmio Nobel da Paz de 1970 Norman Bourlaug para destacar chefes de Estado que combateram a fome. Em 25 anos de entregas desse prêmio, Lula foi o primeiro ex-dirigente nacional a recebê-lo.
O acúmulo de honrarias a Lula dão estofo, para muitos, para a candidatura dele próprio ao Prêmio Nobel da Paz. Designado pela Academia da Suécia, o título mais prestigiado corre, ao longo de cada ano, em sigilo absoluto, sem que os potenciais candidatos saibam que estão concorrendo.
Agora, na Argentina, Lula reforçará seu cacife de principal ex-presidente de um país latino-americano. Pronunciado-se constantemente sobre temas internacionais, reafirmando sua linha multilateralista, Lula vai angariando prestígio nos circuitos alternativos da política internacional. No Brasil, especialmente na mídia tradicional, o ex-presidente é criticado com frequência constante. No mundo, entretanto, ele e suas bandeiras de assistencialismo estatal contra a miséria não apenas são compreendidos, como laureados.
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