terça-feira, 30 de novembro de 2010

UFA, ATÉ QUE ENFIM UMA NOTICIA BOA! CENSO 2010: RECIFE É A CAPITAL DAS MULHERES.


Os dados consolidados do Censo 2010, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmaram o que muita gente já desconfiava. Recife é a cidade das mulheres. Em todo o País, nenhuma outra capital tem um percentual tão grande de população feminina. Elas representam 53,87% dos recifenses, o que significa que há 118.808 mulheres a mais que homens na cidade. São 1.536.934 pessoas no Recife, 827.871 mulheres e 709.063 homens. A população total em Pernambuco é de 8.796.032. E o Brasil atingiu a marca de 190.732.694 residentes. Mais dados do levantamento nacional serão divulgados até junho de 2013.

No ranking geral de municípios, Recife perde apenas para Santos, em São Paulo, no índice de mulheres. Subiu uma posição em relação ao Censo 2000, quando ficava atrás de Águas de São Pedro, também em São Paulo.

Mostrando tendência de crescimento da população feminina no Estado, Olinda, que não figurava sequer entre as dez cidades com maior percentual de mulheres em 2000, surgiu em quarto lugar este ano. O índice de população feminina atinge 53,76%. São 201.905 mulheres para 173.654 homens. Diferença de 28.251 pessoas.
 Comentário do Brasil's News:  Além disso não temos nenhum mala por aqui chamado prates. 

Fonte:   Terra Brasilis

domingo, 28 de novembro de 2010

GUERRA DO RIO: POLICIAIS CRIMINOSOS CONTRA INOCENTES CONTRAVENTORES

o políciais, pelos menos os honestos, não têm uma dessas

Duas postagens acendem uma polêmica na blogosfera neste  sábado. Uma, no Blog do Sakamoto, pergunta: "o Estado pode usar método de criminoso?", ao se referir à entrada da polícia na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão. O post, publicado pelo blogueiro à tarde, já tem quase um bilhão (sic) de comentários. Em um outro post, este no Blog do Gilson Sampaio, o escritor carioca autor de Cidade de Deus, Paulo Lins, afirma que a polícia, ao entrar no Complexo do Alemão, promoverá ali uma chacina. Não vi comentários no Gilson, mas, com certeza, haverá. Nas duas postagens os respectivos autores dão como certa a morte dos traficantes e questionam se a polícia tem direito de matar, questionamento correto.  Em ambas,  há a preocupação com a morte gratuita de seres humanos, no que está certa, também, a dupla. 

Agora, vamos combinar aqui. Foram exibidas em todas as redes - o circo midiático - centenas de bandidos fugindo, muitos deles com fuzis nas mãos em direção ao morro. Uma Hilux, carregada de homens, partia em disparada em meio à fuga em massa. Em outra imagem um traficante se exibia, dançando, com um fuzil na mão. Os relatos de moradores, que concordam em falar com a voz disfarçada e com o rosto encoberto mostra o alívio da população da Vila Cruzeiro. E pra terminar, o porta voz da PM do Rio, hoje, nas principais redes, deu um ultimato para que aqueles bandidos (aqueles, da Hilux. Aquele,  que estava dançando) se entregassem numa rua determinada pela polícia, com suas armas sobre a cabeça. Se esses cidadãos não confiam na polícia, no Exercito, nem na Marinha eles podiam, a qualquer hora, solicitar a presença da imprensa - já fizeram isso quando foi interessante para eles - para registrar a rendição.  Até o último jornal da noite nenhum bandido armado tinha se rendido. 

Não se discute que esses homens, a maioria negros, como registra Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania, foram levados a esta vida pela perversa desigualdade social do Brasil e pela ausência do estado em garantir o mínimo de dignidade a estes brasileiros. É fato que para jovens que cresceram em meio a miséria extrema a possibilidade de de uma hora para outra terem os tênis mais caros, as melhores marcas de roupas e, principalmente, o respeito de sua própria comunidade é por demais tentador. 

Contudo, o número de moradores do Alemão que resolveram enveredar pelos caminhos do crime é infimo diante das várias centenas de milhares de pobres - tanto quanto eles - mas que decidiram por continuar numa vida sacrificada, mas honesta. E mais:  muitos desses jovens ao verem seus amigos mortos ou mesmo ao perceberem, por si sós,  que aquela vida só os levaria à destruição,  resolveram sair sem que ninguém lhes pedissem ou lhes desse ultimatos: Descobriram a tempo que há saida, embora difícil, para quem quer deixar o tráfico. 

Portanto, Companheiro Sakamoto, Companheiro Paulo Lins: Só aqueles que torcem pela barbárie gostam de ver seres humanos mortos. Principalmente, inocentes e crianças, vítimas de balas perdidas. Mas  se aquelas pessoas (aqueles, da Hilux. Aquele, que estava dançando)  não entregarem suas armas e, ao contrário,  partirem para o confronto com a polícia,  serão mortos. Não como resultado de uma chacina, mas como baixas de uma guerra na qual o Rio de Janeiro está envolvido há décadas. Não se sabe se com essas baixas a guerra estará vencida - temo que não - mas uma coisa se sabe: os homens do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e os da Polícia Militar são também  de origem humilde, assim  como aqueles a quem vão combater. A diferença é que eles,   eu ousaria dizer  a maioria, não têm  os tênis mais caros, não têm as  roupas de marcas, não têm  as caminhonetes Hilux nem suas mulheres moram em condomínios de luxo.

by the teacher. Nordestino, miserável, que comprou carro com financiamento, que nunca leu um livro... essas coisas.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

BAR RUIM E BLOG SUJO. PENSE EM DUAS COISAS PRA COMBINAR!

tambem não precisa ser assim. precisa?

 

 

òtimo texto encontrado no Blog do Prof. Nairo Bentes. Uma verdadeira homenagem aos bares ruins que tanto gostamos.

 

Adoramos ficar "amigos" do garçom...

Hoje eu fui no Alternativa  pros íntimos, Alterna  hoje o chamo de Destroços. É, Destroços do alterna. Do lado do IFPA. É, do CEFET. Eu ainda chamo assim, de Alterna, porque vem um sentimento de tristeza motivado por profunda saudade. É, o nome é nostalgia. Não que seja tristeza mesmo. Por que lá, só coisas engraçadas e diálogos proveitosos ocorreram. Talvez a tristeza mínima seja porque passou. Aí, ao chegar em casa, viajando de blog em blog na internet, encontrei um texto que, muito bem feito, me fez lembrar de alguns amigos. E de alguns bares. E é legal de ler pra todos nós... "meio intelectuais e meio de esquerda".
Não que os outros não mereçam mas, neste texto, lembrei específicamente de RibamarFelipe Rafaela.
Saudações, e até o próximo boteco!!! Um abraço!!
Nairo Bentes
Bar ruim é lindo, bicho.
Por Antonio Prata
Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem). No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo. Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo. Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz. Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?). - Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

POR QUE O "BRASIL'S NEWS" NÃO FOI CONVIDADO?!

o objeto da discórdia.

Desde ontem, após o encerramento da entrevista dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a dez blogueiros ditos progressistas, ou sujos, como queiram,  algumas reações interessantes começam a aparecer.
 Um dos mais poderosos braços do PIG, o Globo, publica matéria hoje (quinta-feira), aqui, na qual tenta desqualificar tanto a entrevista quanto os entrevistadores e, principalmente, o entrevistado. Já a FSP, cobra informação a respeito de quando a entrevista foi solicitada. aqui.  Até aí tudo bem. A imprensa corporativa faria  tudo para "melar" uma entrevista que não foi iniciativa dela, para a qual não foi convidada e, principalmente, na qual foi alvo constante. Era normal e até esperado.

Agora, o que não é normal e não é esperado é a ciumeira que se estabeleceu dentro da própria blogosfera por causa da entrevista. Enquanto alguns blogs já ontem à noite mesmo vociferavam contra o que eles chamaram de injustiça, se perguntando por que não foram convidados aqui, outros hoje publicaram textos nos quais  afirmam que houve um conlúio e que a intenção principal dos blogueiros era turbinar a audiência de seus respectivos blogs, além claro de massagear seu ego e satisfazer sua vaidade pessoal. aqui  Um blogueiro "famoso", que convidado, não pôde estar presente, defendeu os que estavam no Planalto acusando    o "companheiro blogueiro"  que  reclamara  de ter a alma "pequena" . aqui

Não dá para entender essa picuínnha. Os blogs passaram uma eternidade para ter uma oportunidade desta. Lutaram, todos eles, dura e solidariamente,  para defender o governo, defender o presidente e, principalmente, defender o direito de ser uma alternativa à grande e velha mídia. E, agora que conseguem isso - a entrevista dada pelo presidente é antes de tudo o reconhecimento e talvez agradecimento a esta luta -  começam a trocar farpas e demostrar crises de ciúme explícito. É lamentável.

Evidentemente, muitos dos que ficaram de fora da entrevista tem audiência muito boa. Outros que também não foram convidados   não tem tantos acessos mas tem conteúdos riquissímos. (não vou dá exemplos para não ser injusto com nenhum). Todos, tantos os que não participaram da entrevista como os que estavam lá,  lutaram  bravamente na trincheira da verdadeira guerra que foi a eleição de Dilma. Não cabe a nenhum deles   reivindicar para si mais ou menos poder ou direito. Deveriam, isto sim, capitalizar este fato (a entrevista)  e considerá-lo como uma vitória inequívoca do fraco contra o forte, da verdade contra a mentira, dos fracos contra os poderosos.

Este ordinário blog, como diria PHA, por exemplo, foi criado em julho de 2010 e desde então tem sido incansável em defender o direito de informação e combater o PIG. (todas as postagens estão a disposição).  De forma tímida, é claro. Para poucas pessoas, talvez. Mas a intenção e o amor pela causa da verdade, que todos os blogs que se dizem progressistas defendem,  é a mesma. E como este blog há muitos milhares na blogosfera. Poderia eu perguntar, diante disso, e em nome dos pequenos blogs: Por que o "Brasil's news" não foi convidado?!  Com a palavra os "ofendidos" e os "famosos" de plantão.

by "the teacher":  Nordestino, miserável, que comprou carro com financiamento, que nunca leu um livro... essas coisas.

SERIAM OS TUCANOS DO RESTO DO PAÍS UM BANDO DE "JECAS"?

Seria este homem presidente  de partido?

"Post" aqui na blogosfera dá conta da guerra interna no ninho tucano. Os presidentes do PSDB de São Paulo José Henrique Reis Lobo e o de Minas, Nárcio Rodrigues trocaram farpas afiadíssimas nos últimos dias. O primeiro defendendo que FHC, José Serra, o candidato pela segunda vez derrotado à presidência da república,  e o Candidato a senador derrotado no Ceará, Tasso, "tenho jatinho por que posso" Jereissati não podem se aposentar. Já o segundo alega que a vez agora é de Minas e que São Paulo "vai ter que engoli-los" (sic). 

Agora, o que chama atenção nesta discussão é: e o resto do Brasil onde fica? A mesma política café com leite que já afundou metade do tucanato e vai afundar o resto. Enquanto dois presidentes de partido estaduais ficam se "esmurrando" pelas prioridades do partido em nível nacional, o presidente nacional, que na certa ficou sabendo da briga pelos jornais, limitou-se a dizer que este debate é precoce.  Será que os tucanos de São Paulo e Minas consideram Sergio Guerra, que é pernambucano,  um "Jeca"? Sei não, viu!...

A propósito, gostaria de saber o que têm a  dizer o  líderes tucanos no Nordeste sobre a opinião dos eleitores  do seu partido no sul do país a respeito dos nordestinos.


Em homenagem,  reproduzo primeira estrofe da letra de "Jeca Total" de Gilberto Gil:


"Jeca Total deve ser Jeca Tatu
Presente, passado
Representante da gente no senado
Em plena sessão
Defendendo um projeto
Que eleva o teto
Salarial no sertão"


By the teacher.  Nordestino, miserável, que comprou carro com financiamento, que nunca leu um livro... essas coisas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

BLOGUEIROS PROGRESSISTAS E INDEPENDENTES ENTREVISTAM LULA



VITÓRIA DA BLOGOLÂNDIA


Nunca antes na história deste país um presidente da República abriu espaço na agenda para jornalistas independentes, que se expressam pela internet. É o que vai acontecer amanhã, em Brasília. O presidente Lula será entrevistado por Miro, Altino Machado, Rodrigo Vianna, sr. Cloaca, Conceição Lemes (pelo Viomundo, do Azenha), Edu Guimarães, Leandro Fortes, Pierre Lucena (do Acerto de Contas), Rovai e Túlio Vianna. A entrevista está marcada para às 9h da manhã no Palácio do Planalto e terá transmissão ao vivo pelo Blog do Planalto e pelos que quiserem incorportar o sinal retransmitir simultaneamente pela rede. É uma oportunidade diferente, porque é possível que os colegas façam perguntas alternativas ao que já foi consagrado pela grande imprensa, como sendo o senso comum. Oportunidade para o presidente responder, por exemplo, porque não apontou o dedo para as verdadeiras feridas da nossa sociedade e por que foi tolerante demais com alguns "atores" da nossa história? Quem sabe seja uma oportunidade também, agora que as luzes se apagam, de falar sobre determinados fatos, sem se preocupar se serão ou não distorcidos e manipulados desta vez. É uma senhora oportunidade, para nós e para ele. E não poderíamos estar melhor representados nesta hora. Sucesso a todos!

Fonte:  DoLáDoDeLá

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

THE INDEPENDENT: PROPINA DE US $ 3 BI A ISRAEL É VERGONHOSA E FEDE


o da sua esquerda cada dia mais carniceiro, o da direita, a cada dia a decepção aumenta
                
Fisk: Obama, o conciliador “sórdido”
EUA-Israel: propina que fede a conciliação vergonhosa [1]
20/11/2010, Robert Fisk – The Independent, UK
Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu
“Conciliador é quem oferece carne de outro ao crocodilo, na esperança de ser devorado por último” (Winston Churchill)[2]
Em qualquer outro país, a propina que os EUA ofereceram a Israel, e a relutância de Israel para aceitá-la, mesmo que em troca de uma reles suspensão temporária do roubo de propriedade dos árabes, seriam considerados escandalosos. 3 bilhões de dólares em aviões bombardeiros, para ‘comprar’ uma suspensão temporária na colonização da Cisjordânia, e só por 90 dias? Não inclui Jerusalém Leste – portanto, adeus à última chance de capital palestina na cidade santa; – e, se Benjamin Netanyahu assim o desejar, logo depois poderá retomar furiosamente as construções em terra árabe. No mundo comum e são no qual cremos viver, só há um nome para o que Barack Obama ofereceu: ‘arreglo’, conciliação vergonhosa, expressão que nossos senhores e mestres sempre usam com desdém e repulsa.
Quem cede ante a injustiça que um povo comete contra outro é dito “conciliador” [2]. Quem espere a paz a qualquer preço, mesmo que ao preço de propina de 3 bilhões de dólares para o criminoso, é dito “conciliador”. Quem se acovarda ante o risco de defender a moralidade internacional contra a cobiça territorial de Israel é dito “conciliador”. Quando tantos de nós nos manifestamos contra invadir o Afeganistão, fomos execrados porque seríamos “conciliadores”. E também fomos execrados como “conciliadores”, quando nos opusemos à invasão do Iraque. Pois “conciliar” foi o que Obama tentou, nesse patético, inacreditável esforço, nessa súplica dirigida a Netanyahu, para que respeite a lei internacional só por 90 dias! Obama é conciliador, no sentido sórdido da palavra.
O fato de o Ocidente e as elites políticas e jornalísticas – e aí incluo o cada dia menos respeitável New York Times – aceitarem esse disparate como coisa normal, como se o disparate pudesse ser realmente apresentado como outro “passo” no “processo de paz”, para repor “nos trilhos” aquele delírio místico, é útil para avaliarmos a que ponto já avançou nossa loucura, em tudo que tenha a ver com o Oriente Médio.
É indício de o quanto os EUA (e, porque fracassamos na empreitada de condenar essa insanidade, também a Europa) deixaram agigantar-se por lá o medo que têm de Israel – e de o quanto Obama deixou que se agigantasse nele o medo que tem dos apoiadores de Israel no Congresso e no Senado.
3 bilhões de dólares por três meses é um bilhão por mês, para suspender temporariamente o roubo de terras palestinas. É meio bilhão de dólares por quinzena. 250 milhões por semana. 71.428.571 de dólares por dia, 2.976.190 por hora e 49.603 dólares por minuto. E, como se o pote de ouro não bastasse, Washington continuará a vetar toda e qualquer Resolução da ONU que critique Israel ou que admita a criação de algum estado palestino. Que bom negócio! Já teria valido a pena invadir qualquer país só para por a mão numa bolada dessas! Em seguida, encenava-se a retirada! Imaginem então receber a mesma bolada, só pelo cavalheiresco movimento de não construir novas colônias ilegais e só por 90 dias – com plena autorização para avançar simultaneamente as construções ilegais em Jerusalém!
A versão de Hillary Clinton para essa palhaçada seria engraçadíssima, não fosse trágica. Na pena afiada de Roger Cohen do NYT, LaClinton persuadiu-se de que a Palestina é “alcançável, inevitável e compatível com a segurança de Israel”. E quem teria persuadido Madame Hillary de tal coisa? Ora… Aconteceu numa viagem a “capital” Ramallah da pseudo-Palestina, ano passado. E ela viu as colônias exclusivas para judeus – “a brutalidade da coisa atingiu-a com violência” – mas ela achava que sua comitiva estivesse sendo escoltada por soldados israelenses “porque são tão profissionais”. E aí, ta-ta-ta-ti-ti-ti, acabou por descobrir que estava sob escolta de militares palestinos, “muito profissionais”. – Isso mudou completamente a visão de mundo de Madame!
Sem considerar o fato de que o exército israelense é ralé e que os palestinos são massa de miseráveis, esse incidente na “estrada de Ramallah” fez com que os apoiadores de Madame, nas palavras de Cohen, constatassem que já acontecera uma transição: “da psique de autopiedade e autoflagelação dos palestinos, sempre se apresentando como vítimas, para uma nova cultura pragmática de autoafirmação e de construção de instituições”. O ‘primeiro-ministro’ palestino Salam Fayyad, educado nos EUA e, portanto, gente confiável, “pôs o crescimento acima das lamentações, as estradas acima da agitação, e a segurança acima de tudo.”
Sob brutal ocupação por 43 anos, os palestinos roubados, reduzidos à miséria, com os primos da Cisjordânia que vivem sem casa há 62 anos, afinal pararam de lamentar-se e lamuriar-se e puseram-se repentinamente a cultuar a única coisa que realmente importa no mundo. Não é a justiça. Com certeza não, tampouco, é a democracia. Mas o único Deus que Madame espera que cristãos, judeus e muçulmanos cultuem: a segurança.
Agora, afinal, Israel está segura. Os palestinos uniram-se à humanidade em geral.
Com essa narrativa ginasiana, infantilizada, a mulher que, há 11 anos, dizia que Jerusalém seria “a eterna e indivisível capital de Israel” demonstra que o conflito Israel-Palestina atingiu o apogeu, o momento mais traiçoeiro e decisivo.
Se Netanyahu tiver algum juízo – falo de juízo sionista, expansionista – bastará esperar os 90 dias e passará pelos EUA de nariz erguido. Durante os três meses de “bom comportamento”, claro que os palestinos terão de segurar o rojão e manter-se sentados na cadeira das conversações “de paz” que decidirão as futuras fronteiras de Israel e “Palestina”. Mas, dado que Israel controla 62% da Cisjordânia, Fayyad e a turma dele ainda poderão disputar 10,9% da Palestina do Mandato.
E, ao preço de 827 dólares por segundo, melhor se forem rápidos. Serão. Deveríamos nos enforcar de vergonha. Mas ninguém se enforcará. Não se trata de gente. Tudo é falso. Não se trata de justiça. Só se trata de “segurança”. E de dinheiro. Muito, muito dinheiro. Adeus, Palestina.
Notas de Tradução
[1] No orig. appeasement. O dicionário Cambridge registra para appeasement: “conceder ou ceder a exigências do inimigo (nação, grupo, pessoa etc.) em esforço para conciliar, algumas vezes ao arrepio da justiça ou de outros princípios”.
[2] No orig. appeaser. A citação mais conhecida, em inglês, é frase atribuída a Churchill: “An appeaser is one who feeds a crocodile, hoping it will eat him last” [Conciliador é quem oferece carne de outro ao crocodilo, na esperança de ser devorado por último].

Link para ler o original em inglês aqui 

Fonte:  vi o mundo


domingo, 21 de novembro de 2010

CARTA AO PRATES. (O ÓDIO, VERSÃO RBS DE S. C.)



Por sugestão do amigo  navegante Stanley Burburinho, o reparador de iniquidades (quem será Stanley Burburinho ?), o Conversa Afiada reproduz carta do Plínio ao Prates:
Caro Sr. Luiz Carlos Prates,

Me chamo Plínio, sou professor de História e, como tantos outros das camadas mais baixas da sociedade, consegui comprar um automóvel nos últimos anos devido à facilidade de crédito implantado pelo governo Lula. Assim como tantos outros, adquiri um carro popular, já com 4 anos de uso e sem qualquer acessório que produza maior conforto ou coisa do tipo.


Porém, gostaria de relatar algo que o Sr. provavelmente não sabe, ou tenta evitar saber, ao expor seus comentários ao vivo na TV. Da mesma forma que o governo do presidente Lula me permitiu adquirir um carro popular, também me permitiu continuar meus estudos. Durante este governo, graças aos investimentos em educação e apoio à pesquisa, foi possível a uma pessoa como eu, vinda de família pobre e do interior do estado de Minas Gerais, fazer o mestrado e hoje cursar o doutorado numa instituição pública federal de ensino superior.


Mais ainda, Sr. Luiz Carlos Prates, este mesmo governo me permitiu ascender socialmente e obter estabilidade ao ampliar as instituições de ensino comprometidas com a oferta de cursos técnicos e superiores, como as Universidades e os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, numa das quais hoje sou professor efetivo. Foram inúmeros concursos e a efetivação de milhares de docentes e técnicos nestas instituições. E é exatamente sobre este aspecto que gostaria de avançar na minha discussão.


O Sr. afirma que este governo permitiu a quem “nunca tinha lido um livro” adquirir um carro através do crédito fácil. Porém, esquece-se o Sr. de mencionar que este governo “espúrio” investiu mais em educação do que qualquer outro. Este mesmo governo deu acesso às camadas mais baixas da população aos bancos das universidades e permitiu a diversos jovens estudarem e terem uma profissão ao ampliar as escolas técnicas por todo país.


Não, Sr. Luiz Carlos Prates, estas pessoas que compram carros hoje não são tão “miseráveis” e “desgraçadas” quanto o Sr. pensa. Pelo contrário, estas pessoas compreendem melhor a sociedade em que vivem e os grandes ganhos que tiveram nos últimos anos.


Não, Sr. Luiz Carlos Prates, estes indivíduos não passeiam de carro para amenizar os conflitos entre maridos e esposas. Estes indivíduos saem para celebrarem, juntos, a felicidade de uma nova vida que se constrói. Não são pessoas frustradas, pelo contrário, são indivíduos REALIZADOS. Na verdade, frustrada é a elite que sempre teve este país nas mãos e que agora não consegue aceitar que as camadas mais pobres ascendam e passem a ter acesso àquilo que era tido como exclusividadedos grupos privilegiados economicamente.


Não, Sr. Luiz Carlos Prates, os acidentes nas rodovias não acontecem por causa destes “miseráveis” e “desgraçados”. São diversos os motivos dos acidentes, entre eles, o excesso de velocidade daqueles que podem adquirir os modelos de automóveis mais luxuosos e velozes e que, mesmo com toda a tecnologia de seus carros, também não conseguem “vencer as curvas” e outras barreiras que possam aparecer – entre elas, veículos de indivíduos inocentes.


Por fim, caro Sr. Luiz Carlos Prates, gostaria de informar-lhe que consegui trocar de carro. Ainda circulo por aí, nas tão movimentadas estradas do país, com um automóvel popular, mas já mais novo e com algum conforto a mais que o primeiro. Eu, minha esposa e minhas lindas filhas estamos felizes com o nosso automóvel, com a nossa casa ainda alugada e com as viagens que podemos fazer. Espero que o Sr. reflita sobre o quão preconceituoso e desvinculado da realidade foi o seu comentário que ganhou repercussão por todo o país.


Sem mais, despeço-me aqui. Um cordial cumprimento deste homem proprietário de um humilde carro popular comprado graças ao crédito fácil com parcelas a perder de vista, mas feliz.


Guanhães/ MG, 19 de novembro de 2010.


Plínio Ferreira Guimarães

@mestrekohl




CHARGE ON LINE DO BESSINHA. ESPECIAL PARA O TERRA BRASILIS

LUNGARETTI: "FSP x DILMA: MAIEROVITCH E A CARTA CAPITAL ESTÃO CERTOS."

         o mesmo tratamento "humano" foi usado no processo que a FSP orgulhosamente apresenta.

Postagem adaptada a partir de original do Naufrago da Utopia


Carta Capital, no editorial 


A chamada 'grande imprensa' brasileira envergonha e enfraquece a nossa jovem democracia. O uso da palavra 'grande', neste caso, revela-se cada vez mais inapropriado. Não é grande no sentido da grandeza moral que uma instituição pode ter, posto que enveredou para o domínio da mesquinharia, da manipulação e da ocultação de seus reais interesses. E não é grande também no sentido quantitativo da palavra, uma vez que vem perdendo leitores e público a cada ano que passa. Mais do que isso, vem perdendo credibilidade e aí reside justamente uma das principais ameaças à ideia de democracia e de República. As empresas que representam esse setor se autonomearam porta vozes do interesse público quando o que fazem, na verdade, é defender seus interesses econômicos e os interesses políticos de seus aliados. 

Falta de transparência, manipulação da informação e ocultação da verdade constituem o tripé editorial que anima as pautas e as colunas de seus porta vozes de plantão. O repentino e seletivo interesse dessas empresas por uma parte da história do Brasil no período da ditadura militar (que elas apoiaram entusiasticamente, aliás) fornece mais um prova disso. Os seus veículos estão interessados em uma parte apenas da história, como de hábito. Uma parte bem pequena. Mas bem pequena mesmo. Só aquela relacionada ao período em que a presidente eleita Dilma Rousseff esteve presa nos porões do regime militar, onde foi barbaramente torturada. O interesse é denunciar o que a presidente eleita sofreu e pedir a responsabilização dos responsáveis? Não seria esse o interesse legítimo de uma imprensa comprometida, de fato, com a ditadura? É razoável, para dizer o mínimo, pensar assim. Mas não é nada disso que interessa à 'grande imprensa.

O objetivo declarado é um só: torturar Dilma Rousseff mais uma vez. Remover o lixo que eles mesmo produziram com seu apoio vergonhoso à ditadura e tentar, de algum modo, atingir a imagem de uma mulher que teve a coragem e a grandeza de oferecer à própria vida em uma luta absolutamente desigual contra a truculência armada e o fascismo político. O compromisso com o resgate da memória do país é zero. Talvez seja negativo. Se fosse verdadeiro e honesto tal compromisso as informações dos arquivos da ditadura contra Dilma e outros brasileiros e brasileiras que usufruíram do legítimo direito da resistência contra uma ditadura não seriam publicadas do modo que estão sendo, como sendo um relato realista do que aconteceu. Esse relato, nunca é demais lembrar, foi escrito pelas mesmas mãos que torturavam, aplicavam choques, colocavam no pau de arara, violentavam e assassinavam jovens cujo crime era resistir a sua perversidade assassina e mórbida.

Ao tomar esses relatos como seus e dar-lhes legitimidade a chamada grande imprensa está assinando definitivamente seu atestado de óbito como instituição democrática. O problema é mais grave do que simplesmente alimentar um terceiro turno de uma eleição que já foi decidida pela vontade soberana do povo. O mais grave é tomar a voz da morte, da violência e do arbítrio como sua! Tomar a voz do torturador como sua e vendê-la à sociedade como se fosse uma informação útil à democracia e ao interesse público.
 

O que seria útil à democracia e ao interesse público neste caso seria publicar o arquivo secreto do comportamento dessa imprensa durante a ditadura. É verdade que a Folha de S.Paulo emprestou carros para transportar presos que estavam sendo ou seriam torturados? Se esse jornal está, de fato, interessado em reconstruir a história recente do Brasil por que não publica os arquivos sobre esse episódio? Por que não publica o balanço de quanto dinheiro ganhou com publicidade e outros benefícios durante os governos militares? Por que o jornal O Globo não publica os arquivos secretos das reuniões (inúmeras) do sr. Roberto Marinho com os generais que pisotearam a Constituição brasileira e depuseram um presidente eleito pelo voto popular?

Obviamente, nenhuma dessas perguntas será motivo de pauta. E a razão é muito simples: essas empresas e seus veículos não estão preocupadas com a verdade ou com a memória. Mais do que isso, a verdade e a memória são obstáculos para seus negócios. Por essa razão, precisam sequestrar a verdade e a memória e apresentar-se, ao mesmo tempo, como seus libertadores. É uma história bem conhecida em praticamente toda a América Latina, onde a imensa maioria dos meios de comunicação desempenhou um papel vergonhoso, aliando-se sistematicamente a ditaduras e a oligarquias decrépitas e sufocando o florescimento da democracia e da justiça social no continente
"

 Maierovitch, na coluna:

"Por 10×1 votos, o Superior Tribunal Militar (STM) cassou a liminar, outra excrescência jurídica, que afrontava a liberdade de imprensa e isto ao proibir acesso aos autos do processo militar condenatória de Dilma Roussef, presa pelo regime militar em 1970. E presa quando os donos do poder promoviam terrorismo de Estado, com torturas, sevícias, seqüestros e desaparecimentos de pessoas.

O processo tem valor histórico, por evidente. Não se pode, no entanto, achar que a verdade processual, geradora de condenação, era a verdade real.

Entre verdade real e verdade processual existe uma patagruélica diferença conceitual. Daí se admitir, em todo processo judicial democrático, a chamada revisão criminal.

Como ensinam os especialistas europeus em teoria geral do processo penal, não se deve dar valor às provas ilícitas, ou seja, as colhidas sob tortura, como no caso de Dilma Roussef e outros. Como regra, os que prepararam a investigação a serviço de um regime ditatorial arrancam declarações desejadas mediante uso de violência física e moral.

As informações em inquérito e em processo sobre Dilma Roussef e militantes da organização de resistência conhecida como VAR-Palmares não representam a verdade real, pois viciada quanto à forma de coleta das provas e pelo regime de exceção vigente à época.

Nos estados democráticos de Direito, a prova processo penal é orientada pela busca da verdade real. Nem sempre se consegue, num processo regular, com garantias básicas. Num processo com trâmite em Justiça ad-hoc, como as castrense da época, e com provas sob tortura em inquérito militar, não se pode afirmar ter sido obtida a verdade real.

PANO RÁPIDO. Vamos esperar que uma futura matéria, por parte do jornal Folha de S.Paulo, seja realizada com o alerta de que a verdade existente no processo penal militar contra Dilma Roussef não pode ser considerada como verdade real".


O CARÁTER NA FORMAÇÃO DA IMAGEM JORNALÍSTICA

sábado, 20 de novembro de 2010


Autor da primeira matéria da Folha sobre a ficha de Dilma Rousseff na Justiça Militar, o repórter  Matheus Leitão (foto) poderia colher depoimentos em casa sobre a  tortura. Poderia entrevistar sua mãe Mirian Leitão, que falaria sobre as torturas que sofreu na prisão, de como quase deu à luz seu primeiro filho na cadeia.
Seria uma maneira de humanizar o relato e de convencer Otávio Frias Filho de que se o jornalismo é o exercício do caráter - como dizia Cláudio Abramo - jamais um jornal poderá moldar o seu caráter em cima da exploração abjeta de temas fundamentais, como a tortura.
Por mais que existam divergências políticas, há limites civizilatórios que não podem ser ultrapassados. Sob pena do caráter do jornal ficar indelevelmente marcado pela chaga da vilania.

Postado originalmente no portal Luis Nassif, e posteriormente copiado do Terra Brasilis

terça-feira, 16 de novembro de 2010

LUIZ CARLOS PRATES MOSTRA À PROFESSORA JANAÍNA O QUE LULA CHAMA DE "ELITE".

Em debate com colegas de trabalho um outro dia, um deles afirmou que Lula falava muito em "elite" mas  no PT também havia elite. Perguntei-lhe a que tipo de elite ele, meu amigo,  se referia e respondeu-me que no Partido dos Trabalhadores havia muitas pessoas que antes não eram e hoje são ricas. Argumentei com esse meu colega de trabalho que não era a este tipo de elite que  o presidente se referia e  ele alegou  que para ele não existia outro tipo. Dei um exemplo que acredito ser pertinente: no tempo da  escravidão havia proprietários de terra que tinham trabalhadores negros livres e que recebiam salários e outros que mesmo após a abolição insistiam em manter escravos. Este segundo tipo era, na minha opinião, um bom exemplo de elite. Ou seja, só porque nasceram ricos ou com alguns privilégios não admitem que outras pessoas conquistem, mesmo a custa de muito trabalho, o que eles conseguiram  muitas vezes sem  esforço nenhum.

Mas qual o motivo deste relato neste texto? Porque desde a semana passada aqui na blogosfera repercute  a polêmica causada pelo texto escrito na Folha pela advogada e professora associada de direito penal na USP, Janaina Conceição Paschoal. Nele,  a professora tenta amenizar as declarações racistas da estudante de direito Mayara, acusando  o governo federal e o presidente Lula de promoverem uma politica separatista. Leia um trecho do seu argumento  


"É o nosso presidente quem faz questão de separar o Brasil em Norte e Sul. É ele quem faz questão de cindir o povo brasileiro em pobres e ricos. Infelizmente, é o líder máximo da nação que continua utilizando o factoide elite, devendo-se destacar que faz parte da estigmatizada elite apenas quem está contra o governo."  
(trecho copiado de Escrevinhador)

Ao emitir sua opinião a professora intencionalmente  chama de elite apenas quem, na opinião dela "está contra o governo".  Aparentemente ela não vê "elite" como a parcela da população que não quer abrir mão de privilégios arraigados e principalmente não quer que aqueles que não fazem parte do seu seleto grupo, conquiste, repito, a custa de muito trabalho, os mesmos bens e facilidades que os membros desse grupo possuem.
  
Eis que hoje, para mostrar à professora Janaína o que o presidente Lula chama de elite e ela finge não saber, surge na blogosfera um  vídeo que é uma pérola do pensamento e das ações elitistas: O comentaristas da RBS/Globo de Santa Catarina Luiz Carlos Prates a vociferar contra os "miseráveis" que ousaram comprar carros, incentivados por este "governo espúrio que dá credito fácil para quem nunca leu um livro comprar carro".  

Aí está, professora. Era a este tipo de brasileiro que o presidente Luis Inácio se referia quando mencionou muitas vezes a palavra "elite".  Lula o conhece de perto porque teve que negociar com ele muitas vezes quando era sindicalista e mesmo quando chegou ao maior cargo da nação, deve ter sentido na pele o ódio que essa gente sente. 

E, ao contrário do que a senhora pensa, professora, do alto de sua inteligência o Presidente Lula sabe que a senhora, o senhor Prates e quem pensa como vocês podem até ser  muitos, mas nem todos são ricos e muito menos são a metade da população brasileira. Ao contrário, vocês são a  minoria derrotada. 

by the teacher (um dos miséraveis que comprou um carro zero graças ao financiamento do governo espúrio deste apedeuta dos infernos.)

abaixo,  vídeo onde Prates, para deleite da professora Janaína e de seus coleguinhas, vomita a sua fúria.


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